Falcão 5.2

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Aviso:
Esse capítulo possui diversas palavras e expressões-chave que se relacionam com o contexto dos pássaros na história, e por isso precisam de esclarecimento.
É recomendável ir ao fim capítulo para a explicação sempre que se depararem com um asterisco, ou ler o glossário ao final da pagina  antes de lê-lo.
Lembrete: Corruíra é a tradução para Wren.

   Yoongi os leva para um prédio abandonado localizado em algum lugar na Junção. Há uma espécie de boate no porão, fazendo barulho no momento em que chegam lá. A batida da música e as luzes neon cintilantes escapam por cada beirada. Jimin sente em seus ossos a sensação apreensiva e inquietante de estar nessa parte da cidade, e se mantém perto de Yoongi ao que cambaleiam por entre a clientela do clube. O mais velho insistiu para que mudassem a roupa e usassem máscaras, deixando as armas para trás. Armas não podem ajudá-los aqui, de qualquer forma.

-Não aceite nada que eles oferecerem. - Min o avisou do lado de fora do clube, mordendo nervosamente os lábios rachados, enquanto vagava com o olhar de pessoa em pessoa.

-Você tá falando sério? - Park tinha zombado, quase gritando para ser ouvido acima da música - Eu não sou uma criança.

Mas o club é como o Mercado do Goblin* e Jimin se sente exatamente como uma doce e jovem menina tentada pela doçura de seus produtos. Lá há mercadorias-padrão - drogas é claro, pílulas e sexo. Mas esse é um bar Extraordinário, então as outras coisas em oferta são mágicas. Mágica mental, para acalmar a turbulência em sua cabeça. Mágica de sonho, para levar os pesadelos embora. Uma bela mulher num balanço cintilante pendurado no teto está oferecendo conversas: "Qualquer um que você quiser, querido, eu posso parecer com essa pessoa. Marilyn Monroe? Cleopatra? Seu artista favorito? Qualquer pessoa que você queira, por uma hora inteira", e Jimin vê o olhar de Yoongi se voltar para ela, cheio de curiosidade.

O que ele está pensando? Está pensando sobre o truque usado para trocar os corpos no laboratório do legista? Ou se sente tentado por sua voz gentil e suas promessas? E se ela pudesse parecer com Taehyung por uma hora? Isso ajudaria?

Poderia ajudar, Park pensa. Poderia possivelmente ajudar. Se ele pudesse falar com Taehyung por uma hora, diria que sente muito. Sinto muito por ter te machucado. Sinto muito por continuar fazendo-o, mesmo se é nos meus sonhos. Sinto muito por não lembrar de você, de nós.

- Anda. - Yoongi diz em seu ouvido, tão perto que a respiração dele faz cócegas na pele - Não há nada que ela possa dizer para te ajudar.

Eles deixam o andar tumultuado e barulhento para trás através de um lance de escadas que leva para baixo, em direção a um porão. Lâmpadas encardidas balançam no teto. As paredes cheiram a poeira e algo mais sombrio, algo terroso e herbáceo. Com um pequeno estalo, Jimin lembra que sabe o que isso é.

Talon.

Há muito disso sendo passado de mão em mão na universidade. Porque todo mundo tinha ficado com medo - depois de todo o caso de Jimin - de controle mental, de ser forçado a fazer coisas contra a vontade. E essa droga - Talon - queimada ou usada no vestuário ou fumada, aparentemente bloqueia habilidades mentais como aquelas da pessoa que levou Jimin.

Yoongi parece fazer essa conexão também. Ele cheira uma vez e então desce rapidamente os degraus da escada.

No final, há um punhado de máquinas de fliperama, mesas de pinball e consoles de jogo. Há muita zoação e risadas, pessoas quase em todas as telas, mas o mais velho passa por elas e vai mais fundo. No extremo fim do porão há uma pequena área separada por vidro e Yoongi bate nela.

MurmurationOnde histórias criam vida. Descubra agora