Murmuration

Falcão Peregrino 11.1

PRESENTE

PORÃO DO ESCONDERIJO

   Com todas as memórias relatadas, Jimin se lembra da noite no Ace. Lembra-se de ter sido confinado numa pequena sala, ouvindo calmamente enquanto Taehyung destruía os outros Extraordinários que chegaram lá com o pretexto de obter o "vídeo". Lembra-se a fúria do Escaravelho ao ser enganado, ao perceber que o vídeo nada mais era do que uma isca pendurada para que ele agarrasse.

Ele se lembra de estar ligeiramente acordado. Ciente de que toda essa raiva e ódio assassinos eram dirigidos a alguém que amava. Ciente de que havia um monstro em seu cérebro, controlando cada movimento seu.

Não é tão estranho acreditar que Taehyung criou o Escaravelho. Eles sempre souberam que ele tinha o feito, de alguma forma. Park acha que isso não muda nada. Quaisquer que fossem suas origens, o Escaravelho era agora seu próprio monstro. Ele fez suas próprias regras e destruiu o próprio caminho.

É uma sensação muito estranha. Agora que tudo foi dito e feito, e tudo está sobre a mesa, ele se sente mais anestesiado do que nunca. O que deve pensar, pergunta-se a si mesmo, olhando de um rosto para o outro nos confins do porão. Os segredos e os caminhos tortuosos que tomaram para chegar aqui lado a lado, o que devem fazer agora? Está zangado com Taehyung, por cada decisão que ele tomou em seu nome, por cada bagunça terrível acumulada sobre a outra? Estranhamente, não parece que deveria se sentir assim. Não é como se ele ou Yoongi fossem completamente inocentes nessa situação.

Tenta dar uma olhada no mais velho e pensa que ele parece igualmente confuso. Taehyung, na frente deles, parece preocupado e não completamente presente. No esclarecimento de toda história, ele foi o que menos falou, apenas preenchendo lacunas quando não havia escolha. Namjoon e Seokjin foram os que mais falaram. Jimin acha que o Kim mais novo ainda está tendo problemas para permanecer no agora, como estava Liberty. Ou talvez esteja apenas cansado.

O rádio da polícia divulga estatísticas de vítima. Mincontinua olhando parao objeto, como se quisesse fisicamente reverter o tempo, como se todos esses números de mortos pudessem ser apagados se ele conseguisse encontrar o botão certo para mudar o espaço-tempo do universo.

É Hoseok quem faz a pergunta que todos pretendiam fazer.

-Então... agora?

-Precisamos encontrá-lo, - Taehyung sussurra - Antes que ele destrua a Junção. Precisamos pará-lo.

-Como vamos fazer isso? - Yoongi dispara, esfregando as têmporas.- Já não tentamos isso várias vezes? Qual é o sentido de falhar de novo?

Namjoon estremece.

-Por mais horrível que possa parecer, eu concordo - diz - Não adianta ir até ele sem um plano.

-Eu tenho um plano.

Jimin olha para Taehyung com cautela.

-Qual plano? A armadilha que você acabou de nos contar? Que você não sabe que vai funcionar ou não?

-Que escolha nós temos? Você sabe que ele vai destruir a cidade inteira se não aparecemos. É o que ele quer agora. Agora que todos estão por dentro e eu não estou segurando-o no Espaço Profundo. Ele quer que nos mostremos, para que possa acabar com isso de uma vez por todas.

O silêncio que se segue é claustrofóbico. Ninguém se move. O telefone de Seokjin toca, e ele se levanta apressadamente, indo em direção às escadas. Todos observam-no sair do porão sem palavras.

-Acho que todos nós devíamos fazer uma pausa. - Namjoon diz. "Por algumas horas. Pensar sobre isso, sobre que reforços podem obter se de fato optarmos pelo ataque. Posso falar com a Revoada. Vocês três podem ... Podem fortalecer a armadilha, ou o que for. Jungkook, você pode tentar reunir alguns de seus amigos.