What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany}

80. Não Somos Tão Diferentes Assim

Pov Heyoon

Com o fim do ensaio de hoje, chegou pra mim a realização pessoal. Essa peça é tudo pra mim, e ver como ela está se encaminhando me deixa muito feliz. Fora que, é um bom passatempo pra ocupar minha mente depois de tanta preocupação.

Esse ano está sendo mais difícil do que imaginei que seria. Mas como meus pais sempre dizem, "Sacode a poeira e segue, porque você não vai conseguir nada na vida se não passar por certos desafios". E embora meu desafio seja um pouco mais complicado do que os dos outros adolescentes dessa escola, eu estou seguindo esse conselho.

Nesse momento a escola está fechada. Eu continuo aqui porque alguns professores estão de licença temporária por conta das avaliações que estão chegando, e como sou responsável pelo auditório, significa que tenho que fechar ele antes de sair. Assim que faço isso, saio e vou atrás do meu armário.

– Olha só! – Sina aparece, estendendo uma folha bem na altura dos meus olhos.

Apesar de inicialmente estranhar sua presença ali, o letreiro inicial me chamou a atenção. "Ficha de inscrição". Abri um sorriso enorme ao perceber do que se tratava.

– Então você decidiu entrar no concurso também? – Perguntei animada e ela concordou com a cabeça e um sorriso travesso no rosto.

– Agora que tô na sua casa, sinto que te devo uma! E como você queria muito participar desse concurso, eu me inscrevi também! – Ela diz me acompanhando pelo corredor, até o meu armário.

– Sina eu não estou te fazendo nenhum favor, amiga! Você não me deve nada e muito menos não precisa fazer isso se não quiser!

– Bom, mesmo que eu não quisesse, já é tarde demais pra desistir! E eu quero sim, ok? – Fala escorando-se no armário vizinho ao meu, assim que chegamos lá.

– Você sempre me impressionando… Aliás, o que tá fazendo aqui? Não deveria estar no trabalho?

– Bom, eu estava exatamente fazendo minha inscrição pro concurso. Demorei mais tempo do que pensei! – Disse rindo e então guarda a folha na sua bolsa. – Mas, agora preciso mesmo ir! Nos vemos no nosso ensaio! – Ela diz e então se afasta me deixando sozinha, imaginando como seria divertido participar disso junto com ela.

Me viro para o armário rindo, e então o abro para recolher minhas coisas, mas estranho o fato de que alguma coisa pequena acaba de cair no chão.

Me baixei para apanhar o que aparentava ser uma fotografia, e quando a vejo, não posso deixar de me espantar. Meus olhos se arregalam e com o impacto do "susto", dou um passinho pra trás.

– Meu Deus! – Exclamei em voz alta, já não me importando com o fato de que estava sozinha.

A foto na minha mão, era simplesmente uma imagem minha, no meu quarto, deitada na cama, dormindo. Como exatamente isso aconteceu? Como a pessoa que tirou isso entrou na minha casa, mais precisamente no meu quarto, e tirou isso?

Perguntas não eram o que me faltavam. E sou despertada desse momento incrivelmente sinistro, quando percebo que atrás da fotografia havia algo escrito. Em letras miúdas e uma caligrafia difícil de entender, estava um recado. Algo que só pioraria minha situação.

"Tão linda e angelical dormindo, seria uma pena se acordasse e todo esse seu castelo confortável tivesse sumido junto com os seus pais"

Enquanto lia, meu coração batia acelerado por conta do medo. Mas meu celular começa a tocar e então o nome "desconhecido" me faz imaginar que nada melhoraria depois dali. E bem debaixo do "nome", o DDD, indicando que a ligação vinha de fora. Espanha.

Ligação On

– Alô? – Atendo com a voz trêmula e sou respondida por uma risada tenebrosa.

– Recebeu meu presentinho HeyHey?! – A pessoa do outro lado diz com a mesma voz modificada, o que deixava tudo muito mais assustador.

– Como tirou aquilo? QUANDO FEZ ISSO?

– Ah, minha jovem! – "Ele" ri. – Tem muitas coisas que eu posso fazer e você nem sonharia que poderia acontecer…

– Como entrou lá?

– É uma pergunta interessante… Digamos que tenho meus truques!

– COMO ENTROU LÁ? – Meu medo já começava a se transformar em raiva. E mesmo que eu tentasse me controlar, a tranquilidade na voz dele e o seu lado sádico não ajudava muito.

– Você se estressa muito rápido. É até engraçado de se "ver"!

– Seu doente, me responde agora! Me diz como você conseguiu entrar no meu quarto?

– Sua casa tem muitos cômodos Heyoon…

– Seu desgraçado! Você não está respondendo a minha pergunta! – Digo sem paciência e ele ri. – Você tá rindo de que?

– De você, e da forma como se estressa quando as coisas não saem do jeito que você quer!

Ele pausa por um tempo e tudo que posso escutar é sua respiração. Tão pesada e assustadora, que podia jurar que estava sentindo ela em meu ouvido.

– Não somos tão diferentes assim! – Ele diz e me arrepio só de ouvir isso.

– Eu não sou igual à você, seu psicopata doente!

– Eu duvido. Nas minhas visitas ao seu berço de ouro, vi coisas, ouvi coisas e me surpreende o fato de sermos tão parecidos!

– Você não sabe de nada sobre mim!

– Aí que você se engana! – Ele diz em tom mais grosso. Parecia ter se estressado. – Sei mais sobre sua família do que você mesmo!

– Como tem tanta certeza?

– Eu vivo nas paredes! Eu estou sempre observando vocês… Desde quando cheguei aqui!

– Quando chegou… – Paro um pouco e presto mais atenção nessa informação. – ENTÃO VOCÊ NÃO É DE LOS ANGELES!

– Ela acertou. – Ele diz alto, fazendo com que eu me assuste. – Vamos dar um prêmio pra ela! Palmas para a Heyoon… – Dizia em tom sarcástico.

– Eu vou descobrir quem é você!

– Você está muito perto de saber quem eu sou! Mas pretendo acabar com você antes mesmo que isso aconteça! – Diz ameaçador e desliga.

Ligação Off

Fico um pouco em silêncio, absorvendo toda essa conversa que tive com "ele". Havia coletado outra pista, mas ao meu ver, não estava ficando mais fácil.

Saí dali correndo indo exatamente procurar a pessoa que mais queria encontrar. Não que nenhum dos outros não pudessem, mas é que a segurança que eu sentia quando estava com ele, era diferente!

Com batidas fortes na porta de sua casa, logo não demorei para ser atendida.

– O que faz aqui Heyoon?

– Obrigado por aparecer Lamar! Preciso de você! – Digo entrando e o puxando pra dentro de sua casa.

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