97. A Culpa Disso É Minha

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Notas do autor:
Capítulo narrado por mim, outra vez! :)

Boa leitura!!!

~°~

A maca empurrada pelos paramédicos passou com velocidade pelo corredor vazio do hospital. Por um milagre do destino, ninguém precisou se preocupar com recepção cheia, e muito menos, fila de espera, mesmo que a situação fosse crítica demais para precisar esperar.

Heyoon correu apressada pelos corredores assim que pôs os pés no hospital. As lágrimas caindo pelo seu rosto como água de chuva escorrendo no telhado, numa tarde chuvosa. Encontrou Noah no corredor e assim que tiveram tempo de se abraçarem, ele apertou sua mão. Os dois caminhando desajeitados pelo nervosismo e pelo medo até a sala onde jazia o corpo em operação.

Foram barrados de entrar na sala médica, isso foi de longe a pior coisa que poderiam fazer. Deixá-los ali, sozinhos e sem nenhuma visão do que aconteceria com a pessoa em estado crítico, não era muito reconfortante.

Heyoon se agarrou em Noah com força. Seus braços e coxa tinham sido correta e devidamente cuidado enquanto esperava na ambulância, durante o trajeto até o hospital. Agora enfaixado, eles apenas serviam como um lembrete da noite terrível que teve. Mas o pior dos lembrete não estava com ela e sim dentro daquela maldita sala.

– Como eu vou superar isso? Como? – Ela chorou entre o abraço.

– Não pensa em nada pra superar. – Ele a apertou ainda mais contra si mesmo. – Vai dar tudo certo HeyHey!

– E se algo der errado?

– Olha pra mim! – Ele disse e assim como pediu, ela o obedeceu. – Não vai dar errado!

Por mais que quisesse acreditar nisso, Heyoon sabia e no fundo tinha a certeza de que não daria. As circunstâncias da situação fazia com que os resultados, mesmo que poucos, apontassem para caminhos diferentes, mas todos guiados para algo ruim. Nenhuma esperança, apenas dor.

Heyoon estava atordoada. Parte dela — e nem era uma parte pequena — acreditava que tudo aquilo não passava de um sonho longo e incrivelmente complexo do qual ela logo acordaria.

Mas não era.

Por alguns minutos tudo que poderiam ouvir foi somente o barulho dos ponteiros do relógio de parede pendurado sobre a porta de entrada do corredor. Aquilo criava ainda mais tensão. Era como se cada tic tac indicasse o tempo passando, e o tempo passando significava que estavam cada vez mais perto de ouvir a notícia ruim que todo médico vem dar aos pobres coitados familiares, nesse caso, amigos, de que nada mais podia ser feito.

E Heyoon voltou a chorar.

– A culpa disso é minha!

– Shhh. – Ele soou lhe afagando os cabelos. – Nada disso é culpa sua ok? Nada!

– É. Se não fosse por mim nenhum de vocês teria se metido nisso. Eu não estaria aqui. Você não estaria aqui e muito menos…

– Heyoon, não faça isso com você mesma! A situação saiu do controle, mas não tinha como você e nenhum de nós saber que algo desse tipo aconteceria.

– Noah, eu me odeio tanto por meter vocês nisso! – Ela se separou do amigo e ficou parada no meio do corredor. Ainda chorando e encarando a porta da sala médica.

– Você precisa se acalmar um pouco, ok? – O garoto diz e se aproxima cuidadoso. – Não é bom ficar se culpando! Isso não muda nada!

– É verdade. – Heyoon concordou. Sua voz carregada de tristeza e decepção de si mesma. – Nada muda o fato de que por minha culpa, eu irei perder minha melhor amiga!

What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany} Onde histórias criam vida. Descubra agora