94. Um Monstro Que Seus Pais Criaram

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Notas do autor:

Capítulo todinho narrado por mim! :)
Comentem e Votem!

Boa leitura!

~°~


– EU QUERO FAZER XIXI! – Heyoon gritou de dentro do carro, pela décima sexta vez.

Penner não só a sequestrou, como também lhe manteve presa dentro do carro, sem comida e sem nenhuma chance de fazer qualquer uma de suas necessidades fisiológicas. Ele até ouvia seus pedidos desesperados, mas não era e nunca foi sua intenção fazer as necessidades da "mimadinha". Afinal, ela já teve uma vida inteira com pessoas fazendo para ela, o que ela bem queria. Com ele no comando, não ia ser assim.

– CALA A BOCA! – Ele gritou colocando a cabeça pela janela aberta do carro.

– Você vai mesmo me deixar presa sem oportunidade de fazer pelo menos xixi? – Heyoon perguntou em tom de descrença.

Até aquele momento ela já sabia com quem estava. E ainda assim era inacreditável pensar que uma peesoa seria capaz de privar as necessidades de alguém daquele jeito.

– Vou! – Ele sorriu. – Eu te fiz de refém, não tô cuidando de você!

– Mas eu preciso! Minha bexiga vai estourar!

– E quem disse que eu me importo com isso? – Ele disse com indiferença e riu. – Faz aí mesmo!

– Eca, não! – Heyoon torce o nariz, indicando sinal de nojo.

– Segura mais então! – Ele deu de ombros.

– Mal vejo a hora de morrer. – Heyoon encara o escuro pela janela ao seu lado. – Não vou ser obrigada a suportar você.

Uma lágrima caiu e como suas mãos estavam presas, ela não pôde fazer nada a não ser deixá-la escorrer pelo seu rosto.

Penner saiu da janela onde estava, sumido por um tempo, e surgiu na janela ao lado de Heyoon. Seu carro equipado para isso, permitiu que ele baixasse o vidro apenas com um clique no botão do controle da chave. Penner se debruçou na janela encarando Heyoon com uma cara ironicamente fofa.

– Você acha que eu planejo matar você? – Suas palavras saíram calmas e mansas, como a de uma criança quando fala em meio à um tom choroso. – Nunca! – Disse agora mais grave. – Você vai sofrer, vai sentir toda a tortura que eu senti durante toda a minha vida, naqueles orfanatos, nas ruas… Nas minhas mãos, você só vai passar muito sufoco. Morte? Talvez um dia, mas até lá, se contente apenas com a tortura!

– Monstro! – É a única coisa que Heyoon diz antes de cuspir no rosto do mais velho. – É isso que você é e sempre vai ser. Um monstro.

Penner riu com ironia. Limpou o cuspe em seu rosto com a mão e esfregou na cara da garota com a força de um tapa.

– Sou um monstro sim. – Ele aproximou seu rosto do dela, encostando seus narizes. – Um monstro que seus pais criaram!

Ele sorriu perverso e diabolicamente. E continuou a sorrir mesmo depois de levar outro jato de cuspe entre os olhos. Heyoon o encarava com desprezo.

– Eu vou adorar ver você se mijando como uma velha no asilo! – Ele diz com malícia nos olhos. – Quando secar, você vai estar tão podre quanto os seus pais!

E com uma piscadela ele saiu dali. Fechando o vidro da janela outra vez.

Agora, vendo apenas a escuridão novamente, Heyoon pôde voltar a chorar. Apenas deixou as lágrimas caírem, lavando seu rosto e deixando mais claro e real o pesadelo que estava vivendo.

What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany} Onde histórias criam vida. Descubra agora