100. Nossa Felicidade Não Acabou

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Notas do Autor:
Capítulo 100... Poderia ser algo especial, mas só chegamos nessa marca por causa dos capítulos divididos. Isso é só a parte 1 do capítulo 36 original rsrs

Boa Leitura!!

~°~

Pov Joalin

Ninguém está realmente preparado para receber uma notícia ruim. Ninguém nunca imagina quando está perto de partir deste mundo e se tornar algo melhor em outro lugar.

Mas algo que todos nós podemos dizer que somos cientes, é que tudo pode acontecer. E tudo vai acabar um dia. O dinheiro. Um amor platônico. E até mesmo um estoque de comida guardado para alimentar uma família por 3 anos.

E se uma bala atravessa sua barriga e atinge uma coluna, então sua vida também pode acabar. E se isso acontecer, e mesmo que estejam ciente de que possa acontecer, nem você e nem ninguém vai estar preparado pra isso. Porque nunca estamos preparados para perder alguém.

– Eu trouxe uma trufas pra gente comer! – Bailey diz se aproximando de mim.

Eu estava sentada em um dos bancos acolchoados, no terraço da escola. Any era a única a saber que eu ficava alí escondida quando precisava respirar e me conectar de volta ao mundo, se precisasse. Talvez ela tenha se encontrado com ele pelo corredor e avisado que eu estava aqui. E se ela fez isso, a agradeceria depois por isso.

– Obrigada! – Sorrio fraco e dou espaço no banco para que ele sentasse comigo. Nem precisei convidar para que ele o fizesse.

– Porque nunca me contou sobre esse lugar? – Ele olhou ao redor, encantado com a vista.

O terraço continha alguns bancos, que ficavam embaixo de sombreiras tipo tendas. O chão era todo de cascalho, exceto pelo caminho de tijolos, como em um jardim. E havia arranjos de flores espalhados também. Além de um enorme caramanchão florido que dava um ar romântico ali.

– Poucas pessoas conhecem e vêm aqui. – Suspiro e admiro o local junto com ele. – Desculpa não ter te falado sobre ele, eu pensei que você acharia brega demais!

– Claro que não! Eu achei lindo, e dividir ele com você não seria brega, e sim muito romântico! – Ele sorri de lado e por um momento esqueci dos problemas. Então o abracei.

– Eu não tô no clima de romance!

– Eu sei. – Ele beijou minha cabeça e me apertou ainda mais no abraço. – Ninguém tá!

– Eu não quero que a escola feche! – Digo iniciando um choro mais uma vez.

– Eu também não! Ninguém quer! – Bailey diz aproveitando o abraço para me consolar. – E não devemos nos preocupar com isso. Não agora, quando temos que nos unir ainda mais e sermos fortes, juntos!

– É difícil processar tudo isso! – Aperto ainda mais meus braços ao redor dele. – É difícil acreditar que em um dia éramos felizes e no outro isso simplesmente acaba!

– Ei! – Ele chama minha atenção, separando o abraço e erguendo meu queixo para que eu o olhasse nos olhos. – Não acabou. Nossa felicidade não acabou. Eu sei que você pensa assim, mas não deveria, porque não perdemos nada! Sim, existem traumas, e nesse momento há outras pessoas passando por eles com mais evidência do que nós!

– Bailey, não…

– Me escuta! – Ele me interrompeu aproximando nossos rostos. Fiquei encarando aqueles olhos castanhos com a respiração falha. – Você precisa manter a fé. Porque nossa amiga precisa disso, e não de pensamentos ruins!

– Só que eu não consigo me manter forte. A Sina, ela…

E então ele me interrompeu de novo. Dessa vez com um beijo. Suave e delicado. Protetor e genuíno. Como sempre fazia quando queria me trazer segurança e conforto.

Quando ele parou, eu estava chorando de novo. Então recebi outro abraço.

– Vamos ficar bem. – Ele disse se mantendo firme. Como sempre. – TODOS nós!

E ficamos alí por mais uns 30 minutos. Olhando o céu deixar de ser azul e ficar laranja com a chegada do pôr do sol. O vento soprando em nossos rostos, e secando, mesmo que sem intenção, as lágrimas que caiam pela minha bochecha.

Eu sabia, e tinha noção, de que não havia sofrido nada com aquilo tudo. Eu apenas acompanhei os acontecimentos enquanto meus amigos estavam numa verdadeira batalha. Tanto física como espiritual. E mesmo que nada disso tenha acontecido comigo, eu sentia o medo e a perda me afetarem. Porque diferente dos outros, eu estava ciente do que iria acontecer e temia o fato de não estar, e nem querer estar preparada para isso.

Porque eu nunca estaria preparada para perder alguém.

Pov Noah

– Obrigado por virem pessoal! – Digo assim que me posiciono no centro da sala de estar da casa de Heyoon.

Havia convidado todos para que ficássemos lá para esperarmos juntos a volta de Heyoon. Ela passou algumas semanas no hospital, fazendo testes e acompanhamento psicológico. Mesmo após quase um mês do ocorrido, ela ainda dava sinais de que estava afetada pelo que passou.

A Sra. Jeong não hesitou en deixar que nosso encontro fosse lá, até porque faria mais sentido estarmos aqui do que na minha casa. Nem todos puderam vir, como foi o caso de Hina. Bailey precisou trabalhar até mais tarde para cobrir os dias que não foi, por estar cuidando de mim após algumas crises de ansiedade, que aliás foram muitas.

Shivani também não veio por algum motivo que eu não sei.

– É claro que a gente viria! – Any diz sorrindo. – Ela precisa da gente e nós precisamos dela!

– A Any tem razão! – Josh diz e a garota o olha como se estivesse surpresa. – Não estamos aqui por um favor, e sim por uma obrigação nossa! Ela é nossa amiga!

– Isso é algo legal de se ouvir. – Digo me sentindo estranho em estar falando tão direto com ele. Em certa parte porque ainda não havíamos feito às pazes. Mas acho que já estava passando da hora disso acontecer.

– Trouxe biscoitos e brownie! – Diarra diz empolgada, naquele típico jeito "Diarra" de ser. – Eu mesma que fiz!

– Comeremos isso, com certeza! – Sofya disse e a garota negra sorriu contente.

– E quando ela chegar? – Joalin perguntou com a mão levantada. – O que faremos exatamente?

– É, não podemos simplesmente gritar "surpresa"! – Krystian falou. – Seria estranho, e isso não é uma festa!

– Acho que não deveríamos nos preocupar com isso! – Lamar disse ficando de pé. – Só procurem ser normais. Não tratar ela como uma criança que venceu o câncer!

– Isso mesmo! – Concordei com ele e recebi um sorriso fraco vindo dele. – Só recebam ela e vamos ficar bem.

Depois disso todos voltaram a ficar em silêncio. Quer dizer, alguns. Muitos ali começaram a conversar entre si. Assuntos pendentes, talvez, já que vi de relance Krystian e Any conversarem e logo depois se abraçarem, a garota olhava ansiosa para Josh. E foi vendo essa cena que eu percebi que eu mesmo tinha um assunto pendente a tratar. E era com "ele" também.

– Oi! – Digo sem jeito ao me aproximar dele.

– Ah, Noah. Oi! – Ele diz surpreso, tomando postura à minha frente. Acho que estava mesmo surpreso de me ver ali, e não só isso. Estava surpreso por eu estar falando com ele.

– Podemos conversar?!

– C-claro! – Ele concordou piscando os olhos depressa demais e balançando a cabeça como se estivesse pensando se isso realmente estava acontecendo.

– Vamos lá pro jardim?! – Digo sugestivo. – Tenho certeza que ninguém tá interessado em ouvir o que temos pra conversar.

Duvido muito.

– Ok! – É tudo que ele me diz antes de me seguir até o jardim perfeitamente podado da residência dos Jeong.


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What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany} Onde histórias criam vida. Descubra agora