103. Meu Presente De Despedida

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Pov Shivani

O som da campainha da casa dos Yoshihara me fez estremecer. Não por medo deles me ignorarem, mas por medo de não fazer o meu melhor em tentar reverter toda a situação de Hina. Ela precisa ficar porque EU precisava dela aqui.

Os poucos segundos que passei esperando que alguém me atendesse na porta, passaram como que em câmera lenta. Como se segundos tivessem se transformado em minutos, e esses "minutos" foram de pura e real aflição.

Nani ga hoshī? – O homem asiático disse ao abrir a porta.

Aparentava ter no mínimo uns cinquenta anos e isso me fez ter certeza de que seria ainda mais difícil de convencê-los. Afinal, quanto mais velho, mais teimoso.

Bailey me encarou com aquela cara confusa de quem não sabe absolutamente nada do que foi dito. Segurei o riso. O assunto era sério e eu precisava mostrar seriedade.

– A Hina está? – Perguntei lhe lançando um olhar interrogativo. Ele fez cara de nojo.

O homem se afastou e por um momento achei que fecharia a porta bem na nossa cara, mas em vez disso gritou um frase extremamente longa e impossível de se traduzir tendo só japonês básico adquirido vendo animes.

Hina logo surgiu do topo da escada e desceu correndo ao nosso encontro. Os dois conversaram um pouco antes dele sair com a cara mais fechada do que já estava quando nos atendeu.

– O que ele falou? – Bailey perguntou curioso ainda mantendo a mesma cara confusa.

– Nada que vocês vão gostar de ouvir! – Ela disse e tentou rir. Mas deu um vacilo e apenas sorriu.

Notei que ela parecia bastante abatida. Como se estivesse chorando à muito tempo e só agora conseguiu parar.

– O que vieram fazer aqui? – Ela perguntou enfiando as mãos no bolso do short jeans.

– Shivani acha que pode mudar as coisas! – Bailey respondeu sorrindo sem mostrar os dentes.

– Ele não mentiu!

– Gente, não adianta! – Hina se apressa a dizer e me encara. – Eles não vão mudar de ideia!

– Eu ainda não tentei! – Digo e sinto meu coração saltar dentro do peito.

  Imaginar que eu conseguiria fazer com que ela fique e continue comigo, me dava esperanças de estar fazendo o certo.

– Shiv, eles nem te entendem!

– Eu não ligo, ok? – Digo e me aproximo dela. – Eu só quero tentar fazer alguma coisa e te impedir de ir embora e nos deixar. Você não vai até eu usar tudo que eu tenho pra mudar a opinião dos seus tios super xenofóbicos!

– Eu gosto que você esteja querendo tomar uma atitude, mas nada mais vai adiantar! – Hina diz tocando em meu ombro. – Tá tudo bem Shiv. Vocês vão estar bem assim que se acostumarem com a minha ausência!

Hina sorriu. Era um sorriso daqueles de conforto que no fim não serviram pra muita coisa. Eu não estava conformada. Não quando eu sabia que estava prestes a perder ela.

– Não! – Digo de uma vez. Ela me olha surpresa. – Eu vou tentar de tudo, mas não vou deixar você ir!

Sem que ela responda ou faça qualquer coisa, entro na casa e marcho em passos largos e pesados até a cozinha onde a Sra. Yoshihara embrulhava as últimas peças de talheres da gaveta.

– Vocês não vão tirar ela de mim! – Digo com força em cada sílaba dita.

A mulher me olhou assustada e quando estava prestes a continuar o Sr. Yoshihara entra em cena para ver o que estava acontecendo. Isso só me incentivou a continuar, é melhor mesmo que estejam os dois.

What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany} Onde histórias criam vida. Descubra agora