48. Meu Passado Me Condena

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Pov Joalin

Depois que Bailey e eu nos afastamos do pessoal, fomos até o cais no lago, onde havia uma toalha estendida no chão e algumas almofadas também. Notei uma cesta encostada ao lado e como já devem imaginar, haviam algumas lamparinas que deixavam o lugar iluminado.

– Nossa, a pessoa que organizou isso deve ser muito cafona! – Digo brincando e ele me olha ofendido.

– Ok, então eu chamo outra garota pra jantar comigo! – Ele diz e não deixo de rir.

– Me trouxe aqui pra jantar com você?! – Pergunto e ele concorda com a cabeça, e um sorriso convencido. Automaticamente me sento sobre a toalha. – Que chique!

Ele abre um largo sorriso. Aquele sorriso que eu tanto gostava. E então sentou ao meu lado.

– Primeiro, gostaria de dizer que não sou um bom cozinheiro! – Ele diz abrindo a cesta e tirando dois sanduíches. – Minha tentativa de fazer comida de verdade foi bastante frustrante, então esses sandubas foram tudo que consegui fazer! – Ele diz um pouco envergonhado. Dei uma risada baixa e peguei um dos sanduíches.

– Eu gosto mais de lanches como esse! – Digo após dar uma mordida no meu. Ele sorri como resposta e logo me acompanha naquela pequena refeição.

Para minha surpresa, ele havia levado algumas frutas e suco também. Se estava tentando se sair como cavalheiro, eu não sei, mas devo admitir que tudo aquilo tinha sido bastante fofo.

Assim que terminamos de comer o que ele havia trazido, paramos para observar o lago, que naquele momento refletia bem o céu estrelado sobre nossas cabeças. Não pude deixar de perceber que ele me lançava alguns olhares, e eu corava sempre que os percebia.

– Joalin. – Ele diz quebrando o silêncio entre nós.

– Sim?! – Respondo, porém soou mais como uma pergunta.

– Não te trouxe aqui só para comermos ou vermos o céu… – Ele diz e eu o encaro. – Queria conversar com você!

Meu coração bate intensamente nesse momento. Não sabia sobre o que se tratava a conversa que ele queria ter, e apenas imaginar até onde chegaríamos após "jantarmos" a sós, numa toalha de piquenique sobre o lago, iluminados apenas com a luz do luar e das lamparinas. Se isso tudo fosse um encontro, então certamente ele voltaria a falar sobre sentimentos. E eu estava com medo.

– Pode falar! – Me endireito na toalha, o encarando.

– É sobre Lamar! – Ele diz engolindo em seco e não posso negar que no fundo fiquei aliviada. Porém confusa. O que exatamente ele queria conversar sobre Lamar?!

– Lamar?! Mas, o que tem ele?!

– Bem, eu percebi que fui um dos maiores motivos de ter separado vocês…

– Separado?! Mas nunca tivemos nada! – Digo o interrompendo.

– Ok, mas poderiam ter se eu não tivesse me metido entre vocês. – Ele diz calmo e eu o olhava analisando bem seu rosto e a forma como ele sabia se expressar tão bem. – Ele anda bastante irritado ultimamente, e bem, mais uma vez eu sou o culpado… Eu sei que não deveria ter brigado com ele por você, assim como também sei que você me odeia por isso…

– Não é verdade! – O interrompi mais uma vez.

– Acontece que, o que eu tô querendo dizer é que não me sinto bem sabendo que acabei com a felicidade do meu melhor amigo, bom ex melhor amigo… E Sinto muito se fiz você se sentir assim também! – Ele diz e encara a toalha quadriculada, onde estávamos sentados. Ponho a mão em seu joelho.

– Acredite Bailey, se eu quisesse estar com ele, eu estaria! Mas acontece que eu não quero, e o Lamar não pode te culpar por isso, porque ele não manda no seu coração, nem no MEU! – Digo e então ele me olha. Vejo um brilho no seu olhar, tão intenso, que me atrevo a dizer que era a primeira vez que vi alguém me olhar daquele jeito.

– Seus olhos à luz do luar são ainda mais bonitos! – Ele diz me olhando profundo, o que me faz corar.

Sua mão para sobre a minha, que ainda estava em seu joelho, e então sinto ele aperta-lá. Aquele simples toque dele foi o bastante para me fazer suspirar. Senti um choque de paixão percorrer de minha mão até meu peito e só conseguia pensar em como eu gostava dele, e em como ele fazia eu me sentir boba com esses olhares, sorrisos e toques.

Só percebi que estava próxima demais a ele, quando sua mão livre parou em minha nuca e me puxou para um beijo. Suave, doce e muito, muito romântico. Fecho os olhos sentindo toda aquela sensação de paixão me dominar e logo já estava retribuindo. O beijo se intensificou, e então se tornou algo mais profundo e bastante apaixonante.

Minha mão passa pelo seu braço e acaba parando em sua nuca. Ele, retira sua mão do meu pescoço e desce para minha cintura, onde dá um aperto de leve.

Aquele beijo estava tão bom. Mas então me pego lembrando do passado.

Os beijos dele, também eram bons…

Pov Bailey

Aquele beijo tinha sido a melhor coisa que já me aconteceu em todos os dias desde que cheguei em Los Angeles.

Naquele momento eu só queria ela, e nada mais. Sentir seu toque, seu cheiro, seus lábios tão macios e doces.

Mas já dizia o ditado, tudo que é bom dura pouco. Antes que precisássemos nos separar por falta de ar ou algo assim, ela para o beijo e se afasta. Só consigo pensar em duas coisas. Ou o beijo tinha sido ruim, ou eu havia sido invasivo outra vez e ela não gostou. As duas pareciam péssimas, então engoli em seco e a encarei.

Ela estava com a cabeça baixa. Parecia calada demais. Arrependida talvez, mas porquê?

– Joalin, me desculpa, eu…

– Não, eu que quero te pedir desculpas. Por colocar você nessa situação! – Ela diz e me olha com os olhos marejados. Estava chorando?!

– Ei, o que você tem?! V-você tá chorando? – Me apresso em me aproximar dela novamente, mas dessa vez lhe dou um abraço. Sinto ela desabar em mim.

– Eu não posso… Não posso fazer isso de novo! – Ela dizia e eu apenas a apertava ainda mais sobre mim. Usei uma de minhas mãos para afagar seus cabelos. Mesmo com todo esse carinho que tentava dar a ela, continuava sem entender o que ela tinha e sobre o que estava falando.

– O que você não pode fazer?! Joalin, me explica o que tá acontecendo! – Perguntei e então ela se separa de mim e me encara com aqueles olhos marejados. Me partiu o coração vê-la assim. – Por favor.

– Eu não posso me apaixonar de novo Bailey!

– Porque não?! – A olho e ela desviou seu olhar de mim, direcionando-o para o lago.

– Meu passado me condena!

– Me explica isso melhor! – Peço com calma enquanto a observo ainda de costas pra mim.

– É uma longa história!

– Eu amo ouvir histórias! – Digo tocando seu ombro. Ela me olha rápido e depois volta a olhar pro lago.

Ela ficou bastante tempo pensativa. Acho que se perguntando se era uma boa ideia compartilhar comigo, o que sentia. E com um longo suspiro ela parece ter finalmente se decidido.

– Aconteceu no ano passado! – Ela diz ainda sem me ver. Ponho minha mão sobre a dela para mostrar que estava a escutando. – Brian Schmidt, era o nome dele…

– Era seu namorado?!

– Achei que fosse! – Diz e não deixo de franzir a testa. Ela finalmente tira seu olhar do lago e me encara. Depois de enxugar as lágrimas, ela dá um longo suspiro. – Ok, nunca contei sobre isso pra ninguém, e a partir de agora quero que prometa que nunca falará sobre isso, ok?! – Diz e eu concordo com a cabeça.

– Você pode confiar em mim! – Digo e sorrio sincero. Ela me dá um sorriso fraco como resposta.

– Tudo começou quando eu cheguei em Los Angeles...

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What I've Been Wishin' For {Joaley & Beauany} Onde histórias criam vida. Descubra agora