Capítulo Um: Algo sempre precisa se encerrar!

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Na vida nem sempre acontece como imaginamos. Algumas coisas nos agradam, outras não. Algumas coisas nós planejamos, outras não. Na vida de todos é assim. Desilusão de amor dói, não é mesmo? Uma pessoa que já tenha se apaixonado e que tenha passado por isto sabe bem do que estou falando. Isso está acontecendo neste exato momento, na vida de muitas pessoas, e uma das pessoas que estão passando por isso sou eu, Maryanna Castro, uma empresária no ramo da gastronomia que, quem olha, nem imagina que esteja sofrendo por amor.
Estava andando pelo parque, sozinha, e segurava o choro para não demonstrar fraqueza, coisa que dificilmente demonstro. Estava pensando em um modo de ocupar a mente e tirar o maior motivo de minha tristeza, Marcos Monteiro, meu ex noivo. Tínhamos um relacionamento longo, estávamos juntos há 7 anos, e ele resolveu terminar por um motivo que começou a trabalhar como assistente estagiária da empresa do seu pai, cujo atende pelo nome de Vanessa.
Meu telefone tocou e eu, receosa, não quis atender. A praça estava meio deserta e eu praticamente sozinha ali. Resolvi ir ao outro lado da praça para tomar um suco de maracujá, meu favorito. Ao entrar logo percebi que no rádio tocava a música que nós dois adorávamos ouvir e que considerávamos uma das nossas músicas do casal, Enamorado por primeira vez, de Enrique Iglesias. Sentei-me e, para minha maior surpresa, vi, de longe, um dos motivos de minha dor de cabeça diária, um dos irmãos de Marcos, Rodrigo Monteiro. Ele era gerente no restaurante do meu pai, Jefferson Castro Donavan, Jeff, para os mais íntimos. Tentei ficar quieta ali, sem ser vista por ele e, antes mesmo que a atendente viesse me trazer o cardápio, ele veio com um sorriso cínico no rosto, dizendo:
- Mary, como você está? Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Estou bem melhor agora aqui com você. O que faz aqui, perdida?
- Não estou perdida, vim tomar um suco. - Neste momento a atendente chegou a mesa com um suco, dizendo:
- Aqui está o seu suco, senhorita!
- Como assim? Eu nem havia pedido ainda...
- O cavalheiro aqui pediu para a senhorita! Com licença! - Ela saiu de perto e Rodrigo, sorrindo, falou: - É o seu preferido! Acertei?
- Não é mais! Pode pegar o suco e sumir daqui, por favor! Não o convidei para ficar aqui comigo.
- Do que está com medo, meu anjo? De mim, ou dele? -Perguntou ele, apontando para o lado da mesa onde estava antes e fixei o olhar em Marcos, sentado, falando ao celular.
- Rodrigo, volte para sua mesa, por favor! Me deixe aqui sozinha. Só quero tomar meu suco em paz!
Marcos se aproximou de nós sem ser percebido.
- Oi Mary!
- Maryanna, por favor, já conversei com você sobre isso. -Respondi.
- Desculpe, Maryanna! Como vai?
- Bem. Querendo tomar o meu suco em paz!
- Rodrigo, o que você está fazendo aqui, perturbando ela?
- Não comece. Estávamos conversando muito bem antes de vir aqui, não é mesmo, Maryanna?
- Não.
- Nossa! Por que tanto rancor comigo, meu anjo?
- Que negócio de anjo é esse agora?
- O que você tem haver com isto?
Eu já estava me irritando com aqueles dois. Me levantei, dizendo:
- Querem saber de uma coisa... Thau para vocês! - Ia saindo e antes me virei para eles, colocando meus óculos escuros e exigi: -E paguem a conta! - Saindo em seguida.
Marcos perguntou:
- Você pode me dizer o que você está pensando?
- Qual é o problema de eu estar fazendo um elogio a Mary? - Perguntou Rodrigo.
- Vocês nunca foram de conversar.
- Marcos, você escolheu tudo isso. Você quis ficar com a Vanessa, agora me deixa em paz com a Mary. E a sós!
- Ela nunca irá ter nada com você.
- Isso é ela quem sabe. Você teve a sua chance de ser feliz com a Mary! E foi você quem encerrou tudo. Algo sempre precisa se encerrar! Agora fique na sua e cuide da sua vida com sua nova namorada!
Ele se levantou indo para fora e disse: - Pague a conta! - E foi embora.
Ver Marcos ali, lindo daquele jeito, todo formal, me fez eu me sentir uma burra! Burra, sim, por algum dia ter dado trela para aquele babaca, imbecil! Aonde eu estava com a cabeça? Ainda fui mais burra ainda de acreditar naquele papo de juntos e felizes para sempre e acabar fazendo amor com ele. Para três dias depois o encanto dele terminar! Burra! Burra! Contos de fadas não existem na vida real! Príncipes não existem na vida real! Só ogros idiotas como ele! Nossa, estou com muita raiva de mim mesma!
Fui caminhando devagar pelas ruas, me sentindo um verdadeiro lixo de mulher. Nem percebi, em meio a minha tristeza tão profunda, que estava sendo seguida duplamente.
Caminhei mais um pouco e entrei em um atalho que costumava entrar. Só aí fui me dar conta de que estava sendo seguida.
Era um homem, vestia roupas escuras e usava capuz. Meu Deus, e agora? Pensei em acelerar meus passos e ele aumentou os dele também. Pensei em parar e perguntar o que ele queria, mas meu medo não deixou que eu fizesse isso. Olhei para traz e vi que ele se aproximava ainda mais de mim. Quando decidi correr Rodrigo apareceu, do nada, em uma rua lateral. Ele estava com uma madeira nas mãos. Me puxou para seu lado e sentou a madeira no tal homem, que se esquivou.
- Fique atrás de mim, Mary!
- Meu negócio não é com você, cara! Saí da frente da gata!
- Rapaz, eu vou acabar com sua vida!
- Ah, vai, é? Vem, então! - O bandido puxou uma faca e arriscou vir para o nosso lado. Rodrigo foi mais agiu e sentou a madeira na mão dele, que deixou a faca cair no chão, xingando de dor. Enquanto ele se distraiu devido a dor Rodrigo aproveitou para ir em sua direção, imobilizado-o.
- Maryanna, liga para a polícia!-Nesta distração o bandido conseguiu se desvencilhar dele e começou a esmurrá-lo. Entrei em desespero com a cena e fiquei sem saber o que fazer. O bandido socava Rodrigo, olhando para mim, e disse:
- Prepare-se, gostosa! Vou acabar aqui com esse babaca e vou arrancar sua roupa todinha! Deliciosa! -Me desesperei e comecei a gritar por socorro.
Marcos, que ouviu, correu em nossa direção, partindo para cima do bandido, tirando-o de cima de Rodrigo. Consegui ligar para a polícia e eles chegaram a tempo de levar o bandido preso, antes que os dois o matassem!
Rodrigo estava muito machucado e sangrava. Me abaixei perto dele, próximo ao meio fio, e falei:
- Você precisa ir ao médico! Ele te bateu muito!
- Não foi tanto assim!
- Você está machucado mesmo, irmão!
- Em casa me cuido!
- Ou cuidam de você, né? -Repondeu Marcos, com certo abuso, olhando para mim.
- Não sou como você, Marcos, que não sabe respeitar ninguém! Sabe bem que não tenho quem cuide de mim, como está insinuando.
- Agora tem. Vou cuidar desses machucados para você, Rodrigo!
- Você, Mary? Por que essa preocupação toda com ele agora, posso saber?!! - Perguntou Marcos, com a testa franzida e as mãos na cintura.
- Preocupação esta que você mesmo devia ter. Afinal ele é seu irmão! E me preocupo em agradecimento, por ter salvo minha vida!
- Ai, sabe que eu também acho que quebrei alguma coisa!? Estou sentindo, ai, uma dor forte aqui, bem perto do queixo. - Cínico! Mas essa não vou deixar passar barato...
- Ao contrário do seu irmão, que acabou de dizer que não tem quem cuide dele, você tem, não é mesmo? E eu tenho certeza que ela cuidará muito bem de você! Vem, Rodrigo! Vou te acompanhar até sua casa para te ajudar!
- É claro que eu vou junto! Não posso deixá-los ir sozinhos até lá!
- Posso saber por que não, Marcos? -Perguntou Rodrigo, com olhar abusado.
- Por mera preocupação com você, irmão!
- Sim, sei...
- Vamos, então? - Perguntei.
Fomos até a casa de Rodrigo.
Fiz os curativos nele, sendo vigiada, de perto, por Marcos.
- Onde aprendeu a fazer curativos tão bem assim?
- Aula de primeiros socorros que fez!-Respondeu Marcos por mim. O encarei, séria, e falei:
- Sim, fiz aula de primeiros socorros mesmo. Aprendi muita coisa.
- Sempre que me machucava recebia curativos e carinhos!-Começou a apelação, é?
- Tenho certeza que agora irá continuar recebendo da Vanessa, não é mesmo, mano?
- Larga a mão de ser idiota, Rodrigo! Isso é coisa que se diga? Ainda mais na frente da Mary!
- Maryanna, Marcos! E outra, não ligo nem um pouco para o que você e sua namorada fazem. Isso não me diz respeito!
- Maryanna...
- Bom, Rodrigo, está tudo certo aí para você!
- Sim. Só tenho que agradecer Maryanna!
- Imagina! Eu quem agradeço por ter salvo a minha vida. Se não fosse você não sei o que poderia ter acontecido comigo.
- E eu? Não conto?! -Perguntou Marcos.
- Obrigada a você também, Marcos!
- Satisfeito, irmão?
- Bom, levo você em casa! -Nossa, Marcos não cansa de querer apelar!
- Não precisa!
- Não precisa mesmo, mano! O mínimo que eu poderia fazer por ela é levá-la em casa!
- Não se incomode comigo. Você está machucado!
- Não mesmo. Eu, que já estou indo para casa, a levo.
- Aceite minha carona, Mary! Vou ter que ir ao supermercado mesmo. E é ao lado de sua casa! Preciso passar no restaurante também, por que seu pai pediu que deixasse umas coisinhas lá.- Pensei em resisti, mas aceitei a carona de Rodrigo, deixando Marcos furioso, pelo que pude perceber.
- Tudo bem! Vou para casa, então! -Marcos fez menção em sair, mas não ia. -Vocês não vão agora?!
- Pode ir, Marcos! Só vou trocar minha camisa, por que está toda suja de lama. Fique a vontade aí na sala, Mary! Eu já volto!
Rodrigo foi para seu quarto e Marcos, parado perto da porta, me olhava, sério.
- Você não estava indo?
- Por que quer que eu vá, em?!
- Por que você estava indo.
- Por que quer ficar aqui, sozinha com ele?!
- Hum... Talvez por que queira dar uns bons beijões naquela boca carnuda e vermelha que Rodrigo tem.-Não havia percebido, mas Rodrigo havia voltado, disfarçadamente, ficando escondido no corredor, para ouvir nossa conversa.
- Como é?!!
- Ah, Marcos, faça-me um favor, né!? Suma daqui! Não quero ficar conversando com você!
- Quer conversar com ele, não é mesmo? Quem sabe lá no quarto dele...
- Marcos, não me julgue por você, não sou da sua láia! Você é o safado da história aqui e não eu! -Falei, ficando em pé, já irritada.
- Mary, não é bem assim...
- Maryanna!
- Engraçado, o meu irmão você deixa te chamar de Mary!
- Impressão sua. Não gosto que ninguém me chame assim. Não mais.
- Mas você gostava quando eu sussurrava em seu ouvido seu apelido, não é mesmo? -Ele se aproximou de mim e parecia querer me agarrar, me esquivei dele e logo em seguida Rodrigo apareceu.
- Me perdoem! Atrapalho?!
- Não. Vamos? -Perguntei. Marcos o olhou, sério, e Rodrigo sorriu um sorriso cínico, o deixando com mais raiva ainda!

▪Que aflição que Mary passou com o bandido! Ainda bem que tinha alguém para bancar o super herói e ajudá-la. Mas, e agora, entre os irmãos? Será que foi declarada uma guerra aí? Quem sairá vencedor desta batalha?
O que me dizem, em? Compartilhem comigo suas opiniões.▪

A cada capítulo uma nova emoção!

a Cissinha.

A história de amor mais linda que já ouvi!Onde histórias criam vida. Descubra agora