A história de amor mais linda que já ouvi!

Capítulo Quatorze: Como reagir ao destino?

Os dias se passaram e a cada dia percebia a recuperação de papai. Amin teve que voltar para Arábia Saudita, contra sua vontade, devido aos negócios de seu pai. Mas ele fez questão que Zurnyn ficasse conosco, comigo e com Zuleika. Percebi a aproximação entre os dois e resolvi não ser nada discreta:
- Zu, por que você não convida Zurnyn para sair? Já que ele é tão tapado e não toma iniciativa...
- Tapado? Não entendi.
- Significa sonso, distraído...
- Ah sim!
- Por que não convida ele?
- Não sei se isso é o certo!
- Ah não?! - Peguei o telefone e liguei para a suíte onde ele estava: - Zurnyn, pode vir aqui, por favor?
- O que você vai fazer?! -Perguntou ela, apreensiva.
- Você vai ver.
Zurnyn chegou e eu fui logo mandando ele entrar.
- Aconteceu alguma coisa, senhorita?!
- Sim, aconteceu. Zuleika quer te dizer. Diga, Zu!
- Eu, senhorita?!
- É. Você mesma! Diz logo!
- Senhorita...
- Zurnyn, a Zuleika quer sair com você, para passearem. Pronto, falei!
- Sair? Comigo?
- Esquece isso! Foi só...
- É isso mesmo, Zurnyn! Sair, com você! -Mas é lerdo, viu?
- Mas...
- Sei que parece um absurdo o que ela disse. Esquece isso tudo, tá bom?
- É tão absurdo assim sairmos juntos?-Ih! Por essa ela não esperava!
- Não. Não é isso. É que...
- Com licença! Vou deixá-los conversando sozinhos. Preciso atender a ligação de Amin.
Saí de fininho. Fui atender Amin.
- Oi Amin!
- Oi, minha riqueza! Cheguei, mas já estou louco para voltar praí. Não aguento ficar longe de você um só minuto.
- Eu também estou com a mesma sensação. Uma espécie de saudade, né?
- Sim. Só que como eu não estou acostumado não estou sabendo lidar bem com isto. O que faço?
- Respira. Muito. Por que senão seu pai vai desconfiar logo que algo não está certo.
- Vou resolver tudo no máximo três dias e volto praí. Quero te abraçar e te beijar. Preciso do teu cheiro! E quero te contar algo sobre mim que ainda não contei a ninguém.
- Ah é? -Atiçou minha curiosidade. - Não pode me adiantar nem um pouquinho sobre o que é?
- Não. Não sei como será a sua reação ao saber. Não posso correr este risco.
- Nossa! É algo tão grave assim?
- Não diria grave...
- Meu Deus! Você está me preocupando.
- Calma. Não é para ficar assim. Diria que é uma coisa muito boa e que você irá amar!
- Hum... Confusa...
- Minha linda, preciso ir. Meu pai está me chamando.
- Tá bom. Fica bem!
- Você também. Mais tarde eu ligo, antes de dormir.
Desligamos e senti um vazio enorme dentro de mim. Como se tivessem tirado um pedaço do meu coração. Que sensação estranha e nova para mim. Já gostei de alguém, mas me enganei achando ser amor. Agora, tudo está diferente, mais intenso.
- Preciso me arrumar! Preciso ficar linda hoje!
- Até que enfim Zurnyn decidiu te levar para sair!
- Você vai ficar bem aqui sozinha?
- Vou. Vou descansar um pouco. Hoje vou passar a noite no hospital com Angélica e Rimena.
- Nossa... Tem alguma notícia do seu pai?
- As mesmas ainda. Estou ficando aflita com isso.
- O que o senhor Amin queria, que mal lhe pergunte?
- Dizer que estava com saudades!
- Que gentil! Mary, você sabe que precisa se preparar, né?
- Para que?
- Se realmente quiser lutar por este amor vai precisar enfrentar muitas barreiras. Muitas delas até impossíveis de ultrapassar.
- Tenho medo, mas esse sentimento que estou sentindo é muito forte e acredito que irá me fazer quebrar todas as barreiras existentes. Melhor, por que sou correspondida por Amin.
- Percebi isso. Zurnyn também e não está se agradando nada disso.
- Por que ele não gosta de mim? O que fiz a ele?
- Não é que ele não goste de você, ele é muito rígido. Cumpre ordens. Viu como foi difícil para que ele me convidasse para sair? E olha que espero por isto faz um bom tempo já.
- Mesmo assim. Se ele sente algo por você significa que ele tem sentimentos e, com isso, precisa compreender o que sinto por Amin e ele por mim. Este vestido está lindo!

Quando a noite chegou eu fui para o hospital. Rimena estava lá, sozinha.
- Onde está Angel?
- Só poderá vir mais tarde. Tá no restaurante.
- Liga para ela e diz para não vir. Para descansar. Amanhã cedo ela vem.
- Ela estava preocupada de me deixar sozinha.
- Mas eu avisei que viria. Liga para ela.
Ficamos conversando um bom tempo sobre muitas coisas. Fazia tempo que não tinha essa interação com minha irmã. Foi muito bom para mim.
Só que, em um certo momento, Rodrigo apareceu lá no hospital. Não sabia bem o que ele estava fazendo lá. Resolvi ignorá-lo.
- Boa noite, meus anjos!
- Ei Rodrigo! Bom, vou ali na cantina...
- Senta! Você não vai a lugar algum! -Segurei ela, puxando-a, fazendo com que ela sentasse novamente.
- Tá bom. -Respondeu ela, rindo um pouco.
- Mary, pode deixá-la ir! Te faço companhia!
- Não precisa! Ela não vai, não é mesmo?
- Não, não vou.
- O que você veio fazer aqui, Rodrigo?
- Angélica estava aflita achando que Rimena estivesse sozinha aqui e pediu que viesse lhe fazer companhia até ela chegar.
- Estou aqui com ela. Já pode ir embora!
- Maryanna! -Reprimiu Rimena.
- Deixa, Rimena! Pode deixar. Já estou acostumado com as reações de Maryanna comigo depois que conheceu esses príncipes! Provavelmente é por que não estou mais a altura dela!
- Rodrigo, nem vou te responder, sabe?! Ah, só para você ficar sabendo logo, estou namorando um desses príncipes que você mencionou.
- O quê?! -A reação dos dois foi a mesma.
- É isso mesmo que ouviram. E estou pensando seriamente em administrar o restaurante enquanto papai se recupera.
- Vai ficar no Brasil?! - Perguntou ele, com um enorme sorriso no rosto, empolgado.
- Sim. Eu e Amin! Juntos! - Senti ele se entristecer e continuei: - Já havíamos conversado, Rodrigo, e você sabe muito bem que não poderá existir mais nada entre nós.
- Maryanna, me faz entender, quando tudo começou a mudar? Não, quem permitiu que tudo começasse a mudar, eu ou você?
- Rodrigo...
- Sim, por que eu não lembro de ter permitido...
- Como é?! Você não lembra de ter permitido?! Permitido o quê? Que nossa falsa relação se esfriasse e terminasse pelo simples fato de você ter me escondido sua suposta namorada?
- Não foi...
- Ah não... Lembrei! O que causou o término de tudo foi a presença de Marcos atrapalhando tudo, né?! Ah! Faça-me um favor, né?! Acabou, Rodrigo! E foi até melhor! Não íamos dar certo nunca! Não suporto mentiras e fingimento em minha vida! E me dê licença que preciso saber como meu pai está! - Saí de perto dele e ele falou com Rimena:
- Ela pensa que vou abrir mão do nosso amor assim, tão fácil? Está muito enganada!
- Não insista, Rodrigo. Não vê que ela disse estar namorando com o príncipe?
- Rimena, o que esse cara tem para ter feito ela ficar deste jeito? Ela parece sobre o efeito de algo por que não é a mesma.
- Está sobre o efeito do amor, querido! Não se pode lutar contra esse efeito. Parte para outra, Rodrigo! Faça como seu irmão. Breve o bebê dele irá nascer e eles vão viver felizes.
- Quem disse a você que ele é feliz? Ele ama Maryanna até hoje. Sonha chamando por ela. A própria Vanessa reclamou disso. Várias vezes isso aconteceu.
- Nossa! E por que ela continua esse casamento fracassado?
- Efeito do amor. Não se pode lutar contra este efeito, não é mesmo? Bom, eu vou embora ou eu fico? Vim por sua causa, por que Angélica me pediu para tomar conta de você.
- Pode ir embora! Eu estou aqui com ela! -Respondi de longe, rude. Ele me olhou, sério com a testa franzida, e respondeu:
- Não perguntei a você e, sim, a Rimena! E então, Rimena?
- Me desculpe por você ter vindo aqui a toa, Rodrigo, mas pode ir. -Neste momento notei algo diferente ali. Rimena tocou no braço dele como se tivesse querendo alguma aproximação mais íntima. Franzi a testa, inexplicavelmente. Ele me olhou, ainda sério, e falou:
- Você vai enxergar que não existe amor maior que o meu, viu? Na hora que esse idiota te fizer sofrer é para os meus braços que vai correr. E eu estarei aqui para você. -Observei o semblante de Rimena ao ouví-lo falar assim comigo e deduzi "Ferrou tudo! Ela está apaixonada por Rodrigo!"
Esperei ele ir embora e me aproximei dela. Perguntei:
- Rimena, o que você está sentindo por Rodrigo? -Direta.
- Como assim o que estou sentindo? Não entendi.
- Entendeu sim. Muito bem, por sinal. Percebi seus olhares para ele e o modo que ficou assim que ele falou aquilo para mim. Fala logo!
- Mary, foi mais forte que eu! Quando fui ver já estava fortemente atraída por ele.
- Mas ele sabe disso?
- Não. É um segredo meu.
- E por que não contou a ele?
- Por que sei que ele ama você! E isso nunca vai mudar!
- Ah, mas vai! Ele vai ter que aceitar que estou com Amin e que amo ele! -Neste momento me dei conta do que falei e parei, olhando para o teto. -Nossa! É estranho!
- O quê?
- Amo ele. É um sentimento que achei que já conhecia, mas estava enganada.