Capítulo Extra: Príncipe vive vida real e não contos.

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Nunca pensei que fosse ter minha vida virada de ponta a cabeça apenas com a chegada de uma mulher.

Meses antes...
- Está feliz, senhor?
- Sabe que um pouco, Zurnyn. Ela é muito bonita. Teremos filhos saudáveis e belos.
- Um pouco já é alguma coisa.
- Sabe, tenho vontade de viajar para fora daqui, estudar, aprender, me tornar alguém muito melhor.
- Pode fazer tudo isso aqui mesmo, senhor Amin. Sabe disso.
- Mas eu quero sair, conhecer novos lugares e novos ares. Não sei por que bába (papai) não me deixa sair para outro país. Que medo é esse dele?
- Na verdade ele não quer que você corra riscos, senhor. Há muito perigo além dos muros deste palácio.
- Ah, e por que será que temos tantos seguranças? Para nos protegerem aqui dentro? Talvez de nós mesmos...
- Pare de reclamar, filho. - Falou meu pai, aparecendo derrepente. - Você sabe que nossa vida requer cuidados extras.
- Sim bába (pai). Como quiser.

Os dias se passaram e eu me sentia muito mais entediado e aborrecido. Provavelmente era o único naquele palácio que não saía com frequência. Até os servos saíam mais do que eu.
Um dia, a noite, resolvi me vesti com uma roupa nada convencional e resolvi sair dali. Não sei bem para onde, nem o que iria fazer, mas tinha que sair e provar para meu pai que não era um bebê indefeso e, sim, um homem!
Consegui! Saí da fortaleza que era aquele lugar. Do lado de fora a sensação de liberdade era inexplicável. Comecei a andar, sem rumo, sem saber o que fazer. Não levei nada que fosse meu para não levantar suspeitas e não me tornar um alvo. Quase ninguém havia me visto ainda, ainda mais vestido daquela forma.
Passando pela rua vi algo que me chamou muito a atenção. Um local muito bonito, iluminado, amplo e de onde vinha um som muito gostoso de se ouvir. Entrei ali!

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- Senhor Amin, onde o senhor foi ontem a noite?
- Onde fui? Não entendi a sua pergunta, Zurnyn.
- Senhor, seu pai me colocou como seu braço direito e, por isso, preciso saber de todos os seus passos. Sei que saiu ontem a noite por que a criada percebeu que faltava uma veste no lavatório e veio me falar. Te procurei e não te achei em lugar algum. Não comentei nada com o senhor seu pai por que sabia que você me daria uma explicação, mesmo eu não tendo nada com isto.
- Fui ver a minha prometida.
- Foi ao palácio dela?
- Não. Fui onde ela estava.
- E como sabia onde ela estaria?
- Um criado dela veio me dar o recado dela e eu fui.
- Sabe que não pode fazer isso, não é?
- Sim, sei. Mas vou continuar indo. Faça segredo sobre isso.
E toda noite decidi ir lá. Aquele lugar era maravilhoso e me trazia o que nenhum outro trazia. Era uma sensação sem igual! Não queria deixar de ir lá nunca mais!
Mas um dia meu pai descobriu que eu saí a noite. Não sei se foi Said que viu e falou com ele, como sempre gostava de fazer achando que estava agradando. Meu pai quis me proibir de sair, mas não conseguiu. Disse a ele que se tentasse me proibir eu iria embora do palácio, melhor, do país! Ele precisava me respeitar.
Depois deste dia ele não quis mais me prender, só mandava alguns seguranças irem comigo. Sempre os mantinha afastados. Não queria que soubessem onde estava indo e fossem bater com a língua nos dentes para meu pai.

Dias atuais...
Minha pretendente estava muito empolgada com o nosso casamento. Porém eu sabia bem que aquilo tudo era pura faixada, pois sabia que ela não gostava de mim e, sim, de Said. Mas ele nem olhava para ela como mulher, até então. Sempre a chamava de fedelha, que significa criança.
Em uma noite fria, chovia muito, e eu estava muito chateado por não poder sair. Estava andando pelos longos corredores do palácio, admirando pela milésima vez as obras caríssimas que meu pai fazia questão de trazer de suas viagens. Em certo momento notei uma movimentação diferente na biblioteca e resolvi ir ver o que era. Me escondi atrás de uma das estátuas de bronze para observar o que se passava. Ouvi:
- kayf tatlub miniy 'alaa 'ahbik , 'ansak? 'iinaa laasttie! mundh alyawm al'awal aldhy ra'aytk fih , waqaeat fi habik , lkn waliday sumie alkthyr ean sumeatik. ldhlk aikhtar 'amin , shaqiquh. 'ant hu min ahb!
(Said, como pode me pedir para não te amar, para te esquecer? Não consigo! Desde o primeiro dia que te vi me apaixonei por você, mas meu pai ouviu muito falar de sua reputação. Então Amin, seu irmão, ele escolheu. Você é quem eu amo!)
- 'ant taelam 'anah la ymkn 'an yakun bihadhih altariqa. la ymknna 'an nahib baeduna albaed! (Você sabe que não pode ser assim. Nós não podemos amar um ao outro!)
- khadhani 'iilaa saririk wajealni lika. eindaha faqat ln yakun hunak almazid min alhawajiz alty tahul dun 'an nakun mea! ajealni zawjtuka! 'iimtalakini , 'iimtalkani!
(Leve-me para sua cama e me faça sua. Só então não haverá mais barreiras para estarmos juntos! Me faça sua esposa! Me possua! Me faça sua!)
Said começou a beijá-la de modo intenso. Parecia que os dois estavam em combustão. Ele a pegou nos braços e a carregou para fora da biblioteca sem menor pudor, indo em direção a seu quarto. Lá eles tiveram a primeira noite de amor da vida dela. Da vida dela, pois ele já fazia isso com várias moças a muito tempo e ela, com certeza, não seria a última.
Pela manhã adentrei em seu quarto e os flagrei, nus, envoltos em um lençol. Ela, assustada, começou a chorar temendo que a entregasse a papai. Said estava com a cara mais cínica do mundo inteiro.
- Você é mesmo sujo, não é, Said?
- Não forcei ela a nada. Ela quis vir para cá. Ainda disse a ela que não podíamos, mas...
- Me poupe de conversas fiadas!
- habibi aghfir ly! lm ard hdha. 'ana kan daeifa. laqad waqaeat fi al'iighwa'. la takhudhni 'iilaa alshaykh , min fadalaka!
(Meu amor, me perdoe! Eu não queria isso. Eu estava fraca. Caí em sedução. Não me leve ao Sheik, por favor!)
- sa'aeqad safqatan maeak. ln yakun hunak zuaj baynana. sawf natazahar hawl alaistiedadat. sayatimu altarajue ean ailtizamina eindama 'atazawaj mae aimra'at 'ukhraa. sawf tafealuha aistaslam min kli shay'in.
(Eu farei um acordo com você. Não haverá casamento entre nós. Vamos fingir sobre os preparativos. Nosso compromisso será revogado quando eu me casar com outra mulher. Você irá desistir de tudo.)
- 'ana mawafaq. (Concordo.)
- 'ana lm aintahi baed. hal tatazawajuha eindama yantahi kl shay. ln tadieaha tadhhab.
(Eu nao terminei ainda. Você casa com ela quando tudo acabar. Você não a deixará ir.)
- Tudo bem, irmão. Faço dela uma de minhas esposas! Tem minha palavra!
- Vou sair e fingir que nada vi. Sejam discretos para que ninguém os veja! E saíam logo daqui. Não querem uma visita inesperada do senhor meu pai, não é mesmo!?

A história de amor mais linda que já ouvi!Onde histórias criam vida. Descubra agora