Capítulo Dezesseis: Encontros e desencontros!

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Voltei para a casa de meus pais, mas não ficarei lá. Daqui uns dias irei dar um jeitinho de alugar um apartamento para mim. Quero que minha independência permaneça intacta.
Meu pai, como sempre, capta as coisas sem nem ao menos falarmos nada. Ele sabia que havia algo errado comigo...
- Mary...
- Sim, pai!
- Vem aqui, minha filha! -Me chamou de seu escritório. Eu estava na cozinha fazendo uma comida para o almoço. Larguei tudo e fui ver o que ele queria.
- Sim, pai. Pode dizer!
- Sente-se aqui, no sofá. -Me sentei e, pelo tom dele, sabia que a conversa era séria. - Maryanna, tenho percebido nesses dias que você está mais fechada, calada. Logo você, que é tão falante, alegre.
- Impressão sua, pai. Deixa eu voltar para a minha comida...
- Maryanna...
- Ah, pai, não quero falar sobre nada que tem me entristecido.
- Então não estou errado. -Abaixei minha cabeça e meu coração começou a ficar apertado. Prevejo que logo as lágrimas virão! -Minha filha, você esqueceu quem eu sou?
- Claro que não, pai. Que pergunta!
- Pois parece que esqueceu. Você sabe bem que pode conversar tudo comigo, sobre tudo. Estou aqui para te ouvir e te aconselhar, se você precisar e quiser um conselho. Sei que, como mulher, tem preferido conversar com Angélica e tomou ela por mãe, em um certo ponto, mas eu também estou aqui para te ouvir e te dar colo quando precisar.
- Obrigada, pai!
- Não quer contar o que tem te angustiado?
- Muitas coisas, pai. Inclusive o meu trabalho.
- Por que você abandonou seu trabalho?
- Não abandonei, pai. Quero sair de lá o quanto antes. Mas o Sheik Abdullah não permite. Mandei mensagem para ele e ele me ligou através de vídeo conferência dizendo que não aceita minha demissão por ser uma profissional de excelência! Diz ele que não encontrará uma pessoa tão capacitada para o cargo como eu.
- Pois então...
- Mas isso tem dedo do Zayn. Eu sei disso. Com certeza deve ter dito ao pai que não aceita que eu volte para cá.
- Mas eu ainda não entendi o por quê de não querer mais trabalhar lá. O que aconteceu? Ele te desrespeitou, filha?
- Não, pai. Pelo contrário. O senhor Abdullah é muito respeitoso e até exigiu que seus filhos nem tivessem contato comigo. Tudo isso como forma de me resguardar.
- Quem não deve ter gostado disso deve ter sido o príncipe Zayn, né?
- Não é com ele que precisava me importar...
- Mas com aquele que veio com você para o Brasil, não é mesmo? Aquele que veio aqui em casa uns dias atrás me visitar e que você se escondeu para que não te visse. É com ele que se importa, né?
- Pai...
- Minha filha, eu conheço vocês como a palma de minha mão. Você já devia saber disso. Conte-me tudo o que aconteceu e, se você quiser, te dou um conselho. Ou então só sirvo de ouvinte mesmo.
Comecei a conversar com ele e contar tudo. As lágrimas foram inevitáveis e ele me abraçou, me passando tranquilidade para terminar de conversar. No fim ele disse:
- Você quer um conselho do seu velho pai?
- Não sei de onde tira esse velho, pai! Você não é nada velho!
- Quer meu conselho ou não?
- Sabe que sim.
- Bom, é o seguinte, você ama este Amin. Dá para perceber quando você fala dele. Não havia visto você assim antes, nem pelos dois irmãos confusão. E eu percebi que ele ama você também pelo modo que perguntou por você várias vezes aqui naquele dia. O modo que ele falou, se expressou, não é difícil perceber isto. Se você diz que o ama e que não lembra de nada da noite que bebeu na danceteria talvez seja o caso de você conversar com Marcos. Uma conversa sincera.
- Pai, mesmo que nós não tenhamos feito nada, o Marcos nunca diria a verdade. Ele prefere que eu pense que fizemos algo e que, por peso na consciência, volte para ele. E, mesmo que não tenha feito nada com ele, Amin nunca irá acreditar.
- Se ele te ama mesmo acreditará sim. Outro conselho te dou, não largue o seu emprego por nada. Se você está bem, tem a consciência tranquila, não misture seu lado pessoal com o profissional. Ainda mais que o seu patrão gosta do seu profissionalismo. Onde você vai achar alguém assim tão fácil aqui no Brasil? Quem dirá no exterior!
- Neste ponto você tem razão, pai. Aliás, em tudo. Obrigada pelos conselhos. Já sei o que fazer!
- Vamos almoçar?! -Perguntou Beatriz, aparecendo na porta.
- Uai... Já está pronto? Eu que estava fazendo...
- Ah, ouvi papai te chamar aqui e eu ia ficar com fome? Nem pensar! Terminei tudo! Venham! Vamos comer!

A história de amor mais linda que já ouvi!Onde histórias criam vida. Descubra agora