Disfarce

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Tsunade sorveu a bebida, achando o gosto forte e ruim. Havia perdido completamente o pudor, e quando bateu o pequeno copo na mesa, sentindo suas bochechas flamejarem, o ninja mascarado a sua frente a fitou, esperando resposta.

– Tsunade-sama, sabe que estou fazendo tudo que posso.

– Não é o suficiente. – a loira falou, amarga.

O Gato pigarreou, mas não respondeu. Apesar do poder da ANBU em Konoha, e da regalia de responder diretamente à Hokage, ele se via agora em maus lençóis.

– Danzō está pressionando o conselho. Ele está se reunindo com cada um dos membros individualmente e expondo a situação de Sakura. Nós tentamos interceptá-lo mas a ANBU Ne o está seguindo nos calcanhares. – ele explicou. – Alguns parecem se compadecer da situação, e ele sai frustrado, mas outros... Entenda, Tsunade-sama, o conselhos nos pressiona pa--

– E você acha que eu não estou sendo pressionada?! – ela esbravejou. – Se o conselho o está pressionando para declará-la nukenin imagine a mim! A sorte é isso não ter vazado para a população, pois a pressão para decidir numa assembléia seria gigantesca. – Ela bufou, irritada. – Esperava mais da ANBU. Vocês tem imensa liberdade de ação, raramente respondem ao conselho. Por que agora isso é uma questão?

– Porque Danzo não nos deixa escolha, Tsunade-sama.

A Hokage passou as mãos pelo rosto, tentando conter seu nervosismo. Ela já havia reunido o conselho uma primeira vez e explicado a situação, o que tinha, por um breve momento, apaziguado os ânimos. Mas Danzō não estava brincando, e não só havia estipulado uma deadline como estava acelerando o relógio. Ele faria o que estivesse em seu alcance para prejudicar Tsunade e fazê-la perder seu poder e respeito com a população, e assim decidiu dedicar-se ele mesmo alertar o anciões do conselho sobre a "fuga" de Sakura. Pelo desenrolar dos acontecimentos, parecia estar sendo esplendidamente convincente.

O Gato suspirou também, parecendo cansado. Era o capitão geral da ANBU, e costumava ser exemplar em seus serviços, mas para sua infelicidade, estava sendo completamente irrelevante.

– Preciso de alguém para reverter a situação. – ela falou, fitando a máscara branca do homem a sua frente. – Chame Kakashi de volta. Ele saberá o que fazer.

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Sakura se sentiu tonta. Perdeu o contato com o chão num segundo e soube que estava sendo carregada, mas a velocidade borrou sua visão, e a proximidade da pele clara e dos cabelos negros com seu rosto tampou o ambiente. Olhos verdes se fecharam com o susto, ainda completamente atordoada com o que havia acabado de acontecer no corredor entre ela e o moreno.

Seu corpo foi lançado, e quando sentiu a maciez de um colchão contra suas costas, ela se forçou a abrir os olhos. O negrume intenso dos orbes de Sasuke estavam fixos no verde dos seus, e ele novamente prendeu seus pulsos, impedindo seu movimento. A calma dominação havia sido substituída pela dureza típica de antes. Ele estava por cima, os braços dobrados e os cotovelos apoiados dos lados da cabeça dela. Seu corpo forte a fazia sentir-se presa e pequena, enjaulada pela envergadura tão maior que a sua. Sakura não era capaz de ler a expressão nos olhos dele.

Sasuke não saberia dizer o que em Sakura capturava sua atenção. Ele sempre achou seu cabelo chamativo e feminino demais. Sua pele branca havia sido machada pelo sol e pela vida ninja, tirando a perfeição intocada que ele costumava ver nas mulheres nobres. O nariz arrebitado denunciava sua personalidade curiosa e animada. Seus olhos verdes eram grandes e expressivos e lhe conferiam um ar de inocência e confiança quase incômodos, nada parecidos com os impassíveis e misteriosos olhos negros que ele possuía. Seu olhar recaiu sobre os lábios dela, a parte do rosto que ele ainda não havia estudado.

A Máscara da Lebre [SasuSaku]Onde histórias criam vida. Descubra agora