Golpe

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Itachi, sob o disfarce de Hideki-taichou, bateu suavemente com os nós dos dedos na porta de madeira. De todas as portas que havia naquele esconderijo, aquela era a única ornamentada: carregava belos padrões de feras e répteis dragontinos e tinha uma grande maçaneta banhada a ouro.

— Entre. — a voz lá dentro ordenou.

Quando entrou, foi como se estivesse em um sonho estranho. Lá estava ele, frente a frente com Danzō.

— Hideki-san. — o homem falou, virando-se parcialmente em sua direção, sem dar-se o trabalho de encará-lo de frente, a mão pousada sobre um pergaminho aberto na bancada atrás de sua mesa do escritório.

— Danzō-sama. — respondeu.

— Sabe por que está aqui, não sabe? — o ancião indagou. Ele não sabia, porém anuiu brevemente. Sentia as pontas dos dedos amortecidas e formigando sob o pesado manto que trajava, e esforçava-se ao máximo para manter sua energia constante, de maneira que seu disfarce não fosse percebido. — Como já deve ter ficado sabendo, o Uchiha mais novo voltou à Konoha.

Sasuke. Itachi empertigou-se.

—A confusão que ele causou é imensurável. — o homem tinha uma expressão infeliz, lábios crispados. — Vamos começar os preparativos imediatamente.

Soltou o ar suavemente sob a máscara. Um misto de raiva e angústia permeava seu peito ao ver-se frente a frente com aquele homem desprezível. Apesar de todas as vantagens de haver assumido o lugar de um dos capitães da ANBU Ne, não passara ileso de uma das piores consequências daquela atitude: havia sido convocado pelo homem para reunião particular, e não tinha escolha senão ir. Não poderia matar outro ninja e assumir seu lugar, não havia tempo, tampouco poderia evitar o encontro, ou ficaria claro que era um impostor.

O risco que corria era grande, porém inevitável.

De repente, o homem pareceu fita-lo com desconfiança, franzindo o nariz e estreitando os olhos.

— Está cheirando sangue.

Sob o manto que usava, o uniforme manchado pelo sangue de sua vítima havia feito uma grande mancha. Já havia se habituado ao cheiro forte de ferro, mas provavelmente o odor havia se espalhado pelo ambiente uma vez que se colocara frente a frente com o ancião. Remexeu-se um pouco, e justificou:

— Tive problemas com a lavagem do uniforme, Danzō-sama.

Hm. o homem fez uma careta, deixando claro seu descontentamento. Rígido como era, exigia disciplina e limpeza de seus subordinados. — Espero que não aconteça mais.

— Não acontecerá.

— Como dizia, as coisas estão começando a entrar em movimento. Marcamos uma reunião com o conselho e todos os representantes dos clãs para o final da tarde, onde poderei expor de maneira objetiva minhas reivindicações para a destituição de Tsunade-hime de seu cargo. — explicou. — Preciso que coloque seus homens a postos como falamos. Não acredito que aquela mulher desequilibrada aceitará de bom grado minhas ascensão ao posto de Hokage, portanto quero demonstrar que não se trata de aceitar, tudo já está feito. — ele comentou.

Coçou o lado do rosto que não estava coberto pelas bandagens.

— Estou contando com o pior cenário. Se Tsunade resistir e receber apoio, dará início a um motim, e quero nosso exército nas ruas para conter os que se rebelarem... também preciso de homens comigo na sala. Separe dois de seus melhores, solicitarei o mesmo aos outros capitães. — falou. Estudou-o por alguns segundos. — Talvez se você for...

A Máscara da Lebre [SasuSaku]Onde histórias criam vida. Descubra agora