Recovering

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           Laura Jackson  Point Of  View





Sentia meu coração quase sair pela boca, minhas mãos tremiam no volante com um acúmulo de nervosismo. Encarei um ford prata a minha frente, estava a mais de dez minutos no estacionamento do hospital, me atentava a cada detalhe do veículo, tudo para não pirar mais uma vez por estar prestes a entrar naquele hospital. Justo aquele.

Não sabia ao certo o que fazer, meu estômago revirava ao imaginar Camille ferida em uma cama de hospital. E mesmo minhas amigas me poupando dos detalhes do acidente, a veterinária não deveria estar nada bem...

Tirei minha atenção da traseira do Ford e observei de longe, o grande edifício, com um letreiro grande identificando ser um hospital. Prometi a mim mesma nunca pisar ali novamente, não tinha boas lembranças daquele edifício desde que recebi a pior notícia da minha vida e tinha receio de que hoje poderia ser mais uma. Mesmo tentando manter a calma, meu subconsciente me abordava com negatividade.



Esmurrei o volante pressionando os lábios para não chorar mais uma vez, era inevitável, sentia como se tudo fosse desmoronar outra vez, pensei que nunca sentiria aquela sensação outra vez e não sabia como iria criar forças para entrar ali e perguntar por Camille. Temia de que as notícias fossem ruins.


Puxei todo o fôlego dos meus pulmões e soltei o volante saindo do carro, observei os veículos ao meu redor e a poucos metros, o grande hospital, um dos maiores da cidade.


Caminhei sentindo um arrepio na coluna a cada passo que dava, as lembranças ruins do dia em que corri daquele hospital se fizeram presentes em minha cabeça. Estava tão atordoada, que nada mais importava, eu só pensava em fugir para longe tentando acordar do pesadelo. Naquela noite, posso não acreditar em destino, mas por alguma razão, ele me quis naquele beco, encontrei uma bebê, e posso dizer que ela quem me salvou, me trouxe a maior felicidade que poderia ter.




Vi uma silhueta familiar um pouco distante da entrada, era Diana, tive a certeza quando me aproximei.


— Diana?

Chamei para ter certeza. A loira tomou um susto, sorriu sem jeito jogando o cigarro no chão e pisou com um dos saltos de cor escura. Ela me pareceu envergonhada, será que foi porque a vi fumar? Não via problema com isso.

- Oi Laura… — De imediato se aproximou e me abraçou, ainda confusa retribui ao seu abraço.

— A camille não para de falar seu nome… — Se afastou e fungou o nariz, suas olheiras mostravam que a mais alta nao teve uma boa noite de sono.

Assim que soube a notícia horrivel do acidente, Lucy conseguiu saber o hospital que Camille estava através da amiga, Naomi.


— Ela já acordou? — Não pude evitar a minha empolgação, saber que Camille poderia estar bem fez meu corpo relaxar mais.

— Sim… vem, vou te levar até ela. — Diana deu alguns passos em direção a entrada do hospital, mas eu continuei imóvel, olhando a entrada dele, me lembrando de como Olivia entrou em trabalho de parto e trouxe ela a esse hospital as pressas.

— Você não vem? — Diana tinha um olhar curioso, estava parada em frente a porta de vidro que se abriu conforme algumas pessoas saiam.

Mordi os lábios e a segui entrando no hospital, foi uma sensação de nostalgia ruim, o ambiente não pareceu mudar muita coisa desde a última vez que pisei ali e aquilo me afetou mais ainda ao lembrar. Segui os passos de Diana  deviando de alguns enfermeiros que passavam, entramos em um corredor e pude ver alguns rostos conhecidos naquela sala que parecia ser a recepção ao julgar pela cadeiras e pessoas sentadas em seus pensamentos distantes e olhares cabisbaixos.


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