Destined Souls

You make me nervous

      
 

          Camille Crawford  Point Of View

      Diariamente LA recebiam uma enxurrada de turistas e o que esperar de uma cidade tão bela como essa? Tendo tantos lugares para visitar, bastava procurar, podia dizer que Los Angeles mais parecia um refúgio das celebridades no auge de sua fama, ou para pessoas ricas e esnobes que adoravam passear nas ruas de Beverly Hills ostentando seus carros caríssimos ou alguma roupa de marca em que com certeza nem precisaram de esforço para comprar. Ali era o ponto dos ricos, onde se concentravam a alta burguesia da cidade, aliás, Los Angeles eram cheia dessas pessoas e cada vez mais deixando menos espaço para as pessoas que não tinham uma conta bancária gorda. Confesso que tinha grana para umas quatro gerações, mas isso não me subia a cabeça como percebia em muitas pessoas que faziam qualquer coisa por dinheiro, quando se tem você percebe que não é tudo, tantas pessoas ricas mas só de coisas materiais e não o princípial, os valores morais, o caráter, a alma. Tudo se resumia a dinheiro, fama, poder e esqueciam o real sentido.  O amor. Nada disso poderia ser comparado a felicidade interior.

       Apesar do grande luxo que me cercava eu sempre me importei em ajudar, meu pai sempre me aconselhou a isso e desde criancinha esse foi o meu maior desejo, acabar com todas as desigualdades do mundo, é maravilhoso pensar isso quando se é criança mas quando cresci, lidei com a maior frustação da minha vida, aquela tarefa não iria ser nada fácil, eram tantas pessoas no mundo, tantas egoístas, corruptas, desonestas  que não davam a mínima para o próximo. Quando criei a ONG logo após o fatídico dia em que perdi Holly, percebi que ali eu poderia começar a mudar a humanidade, faria o que tivesse ao meu alcance para ajudar as pessoas, vê-las feliz com o tratamento dos animais era gratificante, cuidar dos animais, salvar vidas e isso colaborou bastante a suprir a falta que Holly fazia. Não há nada mais satisfatório que a humildade.

       Enquanto observava algumas crianças descer no grande playground bem no meio do parque, pareciam tão felizes que desciam empolgadas enquanto levantavam suas mãozinhas para cima em um sentimento de liberdade, eu sabia como era a sensação, adorava brincar no playground que tinham na pousada, tinham tantas crianças lá que todos os dias era motivo para brincadeiras, eram risadas atrás de risadas. Senti saudades dos meus amigos de infância, quando vim para a Califórnia perdi contato com todos.
 

         Estava no finalzinho de tarde, e aquele era o melhor horário para observar os passarinhos que ficavam no gramado próximo ao lago do parque, aquela parte da cidade era tão bonita. Só de ficar ali, me causava um sentindo bom, de paz e tranquilidade. Parei próximo ao lago em que podia facilmente ver meu reflexo na água, alguns passarinhos se assustaram com a minha presença e se afataram por força do hábito.

           Não estava com a mínima vontade de ir para casa, não sabia se teria coragem de conversar com Henry sobre a suposta secretária, e se o mesmo confessasse que tinha um caso? O que eu faria? Henry e eu estávamos a tanto tempo juntos que realmente pensei sermos feitos um para o outro, o amei desde que o vi, resolvi me casar com ele, ter filhos e assim construímos uma vida juntos. Mas confesso que ultimamente tudo estava sendo diferente e hoje cedo quando quase beijei Laura me deixou ainda mais confusa. Ela era um total incógnita para mim, ao mesmo tempo em que desejava imensamente saber sobre sua vida, tinha medo do que isso poderia me levar. Talvez so estivesse curiosa e nada mais.

Era isso, eu só estava curiosa.

     Eu já havia me relacionado com mulheres antes de me envolver com Henry, mas não passaram de beijos... hoje percebi que desejava tanto beijar Laura, que não conseguia tira-la de minha mente não sei como ela estava agora, talvez confusa com ocorrido de hoje já que praticamente saiu correndo do prédio. Quando a mesma saiu tive que lidar com os comentários e questionamentos das minhas amigas, principalmente de Diana que mesmo eu mudando de assunto, sabia muito bem que a mesma voltaria a falar sobre isso logo logo. A questão é que nem eu mesma sabia o que havia acontecido.