Destined Souls

You?

Camille Crawford Point Of View

Resolvi levar o meu marido para o meu escritório antes que um curioso do prédio tentasse escutar nossa conversa na recepção. Henry havia recebido uma ligação de que precisaria comparecer a Seattle, uma das cidades que tinha a filial da empresa Crawford ou passaria a ter, não me recordava ao certo. Não me envolvia com os negócios da empresa, isso era de total responsabilidade de Henry que ao longo desses anos, se mostrou um ótimo profissional.  Papai no qual lhe cedeu esse cargo, era um grande admirador do genro. Nunca perdia a vi a chance de elogia-lo.

Seatlle é uma cidade linda e Henry sabia o quanto eu adorava viajar. o homem sabia perfeitamente tudo sobre mim. Era incrível ver tudo que construímos ao longo desses anos.

Não estava tão animada para ir aquela viagem, em outra realidade, eu já estaria em casa de malas prontas. Entretanto, no momento uma pessoa me prendia em Los Angeles e ela estava do outro lado da divisória do meu consultório, tínhamos muitos assuntos pendentes.

— Querida… vai ser bom para nós, podemos ir ao Museu sei que você adora. — Henry se aproximou de mim, segurando minhas mãos. Meu marido me olhava com esperança de tentar me convencer. Seus olhos perfeitamente  azuis, me fitavam com expectativa. Ele estava se doando ao máximo para nossa relação de fortalecer.

— Henry, você sabe que tenho uma ONG, não posso me dá ao luxo de sair por três dias e deixar as consultas de lado. — Argumentei.

— Eu sei amor e admiro muito você, mas precisa de um descanso…

— nós dois sabemos que você ficará esses três dias ocupado. Não entendo por que insiste tanto em me levar.

O homem soltou um suspiro exausto já não parecia tão confiante como vi mais cedo. Ele largou minhas mãos e sua atenção foi para o outro lado do consultório, para o escritório de Laura. Meu corpo congelou por alguns segundos, podia dizer que até meu coração pareceu bater devagar agora.

Ele sorriu ao observar a mulher concentrada em seu computador, como se estivesse tendo alguma ideia, e como o conhecia tão bem, sabia que ele iria abordar Laura que por sua vez, olhava algumas vezes em nossa direção.

— Vejo que tem uma secretária nova...podemos falar com ela e resolver esse problema, Creio que ela poderá achar um veterinário para cuidar de suas consultas durante esses dias. São só três dias e não três meses... — Disse o homem seguindo até a porta.

— Não!

Por impulso falei mais alto que deveria atraindo atenção de Henry que me olhou confuso. Não sabia por que gritei, mas funcionou, impedi ele de ir até o escritório de Laura.

Seria um  Problema.

Pensei ao imaginar nós três em uma sala e em uma conversa, já era estranho ter os dois em meu campo de visão. Não quero pensar em ter que aguentar os dois no mesmo ambiente.
Henry me olhava provavelmente esperando que eu falasse algo já que alterei a minha voz.

— É… Ela está ocupada e considero essa conversa encerrada, não poderei ir. — relaxei os músculos e olhei acima do ombro de Henry, Laura olhou em nossa direção, ela fez questão de disfarçar, mas sabia que a mesma nesse exato momento tinha sua atenção a nós.

— Bom, se é o que decidiu. — Deu de ombros e se aproximou de mim, seus braços novamente rodearam minha cintura e o mesmo depositou um beijo rapido em meus lábios. Mentalmente eu me perguntava se Laura estava vendo aquela cena, o que passava em sua cabeça era a minha maior curiosidade. Lamentei por fazer ela assistir a isso.  Como se fosse errado beijar meu próprio marido.