Capítulo 9 - Raposa

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Enquanto a Casa Yang era engolida pelas chamas de odio, os gritos de repúdio e ressentimento ecoavam nas orelhas do jovem estrategista.

"Demónio"

"Mentiroso"

"Desastre"

Essas palavras pejorativas atormentaram-no durante 3 anos, e ainda não se tinham extinguido. Ele nãos as podia ignorar porque aquele era o seu castigo por ter trazido a vergonha e ruína ao nome da sua família.

Ele cometeu um erro, irreversível, e o pior é que ele não sabia onde é que errou. E ao fim de 3 anos ele continuava às escuras, sem uma pista que o levasse á origem da falha no seu plano.

Isso era o pior. Ter que admitir um erro que não fazia ideia qual era.

De repente o seu corpo foi impulsionado contra uma parece de madeira. Ele sentiu uma forte dor de cabeça e lentamente abriu os olhos, não conseguiu ver mais nada para além da escuridão. Ele abraçou os próprios joelhos e suspirou fundo.

A última coisa que se lembrava era de ter ido á capital e depois ter parado para almoçar no restaurante da outra vez. Tudo o que aconteceu depois disso era lhe desconhecido.

O ar do lugar onde estava era pesado e rafeiro, pelas perturbações ele chegou á conclusão que estava em alguma espécie de carroça e o cheiro desagradável vinha das galinhas que eram transportadas com ele.

Que classe revirou os olhos levando a mão ao nariz para o tapar. As roupas azuis e brancas com detalhes subtis a dourado tinham sido trocadas por uma reles túnica acinzentada que mal lhe cobria as pernas.

Jeongin aproximou-se da parede de madeira e tentou espreitar por alguma fissura, mas apenas pode ver uma noite escura, por isso decidiu voltar a dormir e esperar até ao dia seguinte.

Pelo menos era isso que ele pretendia fazer, mas a carroça parou subitamente fazendo com que as caixas com os galinacios se movimentassem de um lado para o outro indo contra ele.

"Aish!" protestou levando a mão ao ombro depois de ter sido atingido.

Nesse momento as portas da carroça abriram-se revelando três homens encapuzados dos pés á cabeça.

"Que cliché" pensou Jeongin fechando os olhos, fingindo que ainda estava a dormir.

-Putz, hora de acordar seu preguiçoso. – comentou um dos homens batendo-lhe na bunda, como faziam aos cavalos para eles se mexerem.

Jeongin sentiu tanta indignação naquele momento que teve que se controlar muito para não vomitar sangue.

Que humilhação!"

Ele suspirou fundo e atoou mais um pouco. Levantou o corpo lentamente até ficar sentado e esfregou os olhos, depois virou o rosto e quando viu os homens encolheu-se assustado.

-Quem são vocês?! – questionou num tom choroso. – O que querem de mim?!

-Caluda, raposa. – respondeu um dos homens. O homem numa corrente de metal e puxou-a, só aí é que Jeongin percebeu que aquela coisa estava agarrada a uma coleira de couro presa á volta da sua garganta.

O seu corpo foi impulsionado para a frente e ele bateu com o queixo no chão de madeira antes de conseguir esticar os braços para amortecer a queda.

-Hey! O que estás a fazer?! – repreendeu o outro homem. – Não o podes magoar, se não vai perder valor!

Novamente Jeongin quis revirar os olhos.

-Foi só um puxão. – respondeu o outro. – Mas a pele dele é tão clara e sensíveltens razão, é melhor não usarmos muito isto. – suspirou soltando a corrente.

Without A Strategy ~ HYUNIN ~Onde histórias criam vida. Descubra agora