19 | SARAH

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O dia estava escuro, sem brilho. O sol insistiu em não aparecer hoje. Combinava com a situação que estávamos há algum tempo.

As pessoas envolta derramavam suas mais profundas lágrimas e choravam o seus mais puros pesares.

Ao meu lado Brath tentava consolar Nathan que estava desolado ao ponto de nem conseguir olhar para o caixão no centro.

A mãe de Stuart estava sentada, pois passou muito mal e até desmaiou. Foi uma cena terrivelmente dolorosa de se ver. Perder um filho deve ser uma dor inimaginável.

Eu não fui uma pessoa importante na vida do Stuart, mas eu queria estar aqui. Eu não sabia o que sentir nesse momento. Meu coração parecia extremamente pesado dentro do meu peito.

As pessoas jogavam flores enquanto o caixão ia sendo baixado para dentro do buraco, até a última flor ser lançada.

Esperei todos irem embora.

- Eu não sei o que aconteceu, mas o que você sentia por mim era bem mais do que eu sentia por você. - Eu não chorava, mas me sentia triste, me sentia doente - Sim, eu sentia algo por você, mas identificar era o problema. Amor? Talvez não, amor é uma palavra muito forte. Paixão? Eu não sei, paixão é algo muito quente e misturado, e o que eu sentia por você era algo sólido. Talvez pudesse ser um carinho muito forte e muito grande. - Um nó se instalou na minha garganta - E eu te peço perdão por estar te falando isso aqui e agora. - Falei embolado e com os olhos ardendo.

E como um último adeus eu lancei o cigarro - o cigarro que ele me dera mesmo sabendo que eu não fumava, e eu aceitara por pura diversão. Ele posou lindamente no meio de todas aquelas flores.

E ao dar as costas e caminhar, eu me permiti chorar pelo Stuart pela primeira vez.

QUATRO MESES PARA STUARTOnde histórias criam vida. Descubra agora