Capítulo 12

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Gente, eu não guardo dinheiro, vou guardar capítulo? Óbvio que não!

kkkkkkkkk Boa leitura <3

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ANTHONY D'EVILL

-Perdão?

-Tem prática em montaria, senhorita?

Qual a dificuldade em responder se já cavalgou antes ou não? Não se trata de uma tarefa árdua e tenho plena certeza que minha articulação soou compreensivo aos ouvidos. Duvido que saiba sobre todos os âmbitos que cavalgar poder abranger, mas neste caso em específico estou me referindo a cavalos!

-Tenho, milorde.

Caminho calmamente até a baia de Tormento e a abro, permitindo que meu cavalo - já selado - saia do pequeno retângulo. Seguro suas rédeas e acaricio sua pelagem escura. Tormento é veloz e resistente, perfeito para longas horas de trabalho galopando pela propriedade enquanto auxilio os arrendatários.

-Gostaria de cavalgar comigo? - Monto na sela e volto a lhe olhar. Ela mantinha seu rosto um tanto abaixando e procurava qualquer outro lugar para focar que não fosse a minha pessoa. Seria hipócrita de minha parte negar que sua vergonha me diverte.

-Não é adequado, senhor.

-Senhorita Edgell... - Tento controlar as rédeas de meu cavalo e mantê-lo parado, sem muito sucesso, mas tentar não é um impedimento - ... não tenho dúvidas de sua competência e do excelente trabalho que vem fazendo com minha irmã, mas ao menos uma vez deixe as regras da boa etiqueta e divirta-se.

-Não acredito ser o certo, perdoe-me.

-Sou eu quem deve lhe pedir desculpas outra vez, senhorita.

Subitamente seus olhos ficam atentos e ela me fita com o rosto adquirindo um tom avermelhado, sem dúvida lembrou-se da última vez em que lhe pedi desculpas, mas certamente não espere que eu a beije, certo? Estou montado e ela permanece no chão.

-O que milorde quis dizer com isso?

Não pude esconder meu sorriso ao descer da sela outra vez e caminhar rapidamente até ela. Eu não a beijaria, ao menos não agora. Fui rápido o suficiente para pegá-la nas pernas e carregá-la como um saco de terra antes que a mulher fugisse. A sentei na sela de Tormento e lhe direcionei meu melhor sorriso antes de montar atrás dela.

-Como pôde? Isto é um ultraje! Acaso pensaste na loucura que estás cometendo?

-Vamos apenas passear, não é como se eu fosse violá-la, senhorita. - Guio o cavalo para a saída dos estábulos e logo estamos a caminho das áreas mais longínquas das terras de Bright Hall.

-Eu não me deixaria ser violada pelo senhor. - Cruza os braços irritada, a vermelhidão em seu rosto aumentando um ou dois tons.

-Grace?

-Senhorita Edgell! Não somos íntimos, não me chame pelo primeiro.

-Nunca a ouvi falar tão firmemente, Grace.

-Nunca fui sequestrada antes, milorde.

-Não pense tão negativo assim, Grace. Tudo o que estou fazendo é para o seu próprio bem.

-Minha preocupação é para com a sua irmã e é por ela minha presença em sua casa, senhor. Não me parece certo sair a galope quando lady Charlotte precisa de mim lá.

-Charlie está bem. Minha irmã pode ser muita coisa, mas burra não é uma delas. Acredito que Charlie tenha suspeitado que há algo errado acontecendo no instante em que meus pais e meu irmão retornaram imediatamente para a casa do meu avô.

-Ela continua sendo apenas uma criança.

-Charlie não gosta de ter seus momentos de dor na frente de outras pessoas. É estranho para uma criança, eu sei, mas minha irmã detesta parecer minimamente vulnerável.

-Por que fizeste essa loucura?

-O que há de errado em passear e conversar?

-O senhor é um homem solteiro, assim como eu sou. Se alguém nos viu podem tirar conclusões precipitadas e além de perder meu emprego estaria arruinada se no futuro pensar em casamento.

-No futuro? A ideia de casamento lhe é tão medonha assim?

-Ora, quem és tu para me questionar? Sua irmã contou-me de vossas esquivadas das pretendentes escolhidas pela marquesa.

-Minha mãe esperou pacientemente até que o primeiro de seus filhos se casasse para começar uma busca incessante para os demais. Não sou o único esquivo ao matrimônio, Grace, Harry pensa como eu.

-É senhorita Edgell e não tenho o direito sobre qualquer informação vinda de sua família, milorde. Sua vida privada não me diz respeito, meu único assunto é a educação de lady Charlotte.

-Sejamos sinceros, Grace, não gostamos de compartilhar nossas vidas privadas, certo? POde lhe parecer um tanto estranho, mas não costumo contar o que passa com minha família para qualquer um.

-Sou a preceptora de sua irmã, provavelmente queira que eu compreenda a justificativa de seus comportamentos.

-Ou simplesmente acho que posso tentar uma aproximação e ajudá-la a resolver qualquer problema que a esteja perturbando.

-Não sei do que está falando, senhor.

-Grace, não pense que sou idiota. Vejo como fica distraída em alguns momentos e a forma como fica tensa. Charlie me contou sobre como evita falar de sua família.

-O que o leva a acreditar que meus problemas sejam familiares? Senhor, por gentileza pare este cavalo.

Cedendo ao seu pedido seguro as rédeas de Tormento e o paro no meio do pasto, estamos a na metade exata dos arrendatários e a casa principal. Essa área é um enorme pasto, utilizado normalmente para a pecuária, mas no momento não há um único sinal de alma viva além de uma irritada preceptora, eu e meu cavalo - que já se afastou um pouco de nós, como se fizesse pouco caso de nossa presença ou dessa discussão.

-Estou expondo minha suspeita, um palpite. Não se trata de um fato concreto ainda.

-Milorde, por que és assim?

-Perdão?

-Por que está sempre observando tudo, estudando minuciosamente os movimentos de cada pessoa? Não pode escolher outro para ser sua fonte de estudo? Tenho problemas suficientes no momento e tê-lo expondo teorias, suspeitas, conspirações ou chame como quiser, a meu respeito é no mínimo insultante.

-Em momento algum tive a intenção de ofendê-la, Grace.

-Para de me chamar assim!

-Não é seu nome?

-Sim, mas... Urgh!

-Escute, eu não lhe uso como uma fonte de estudo. Sempre gostei de observar e quando lhe exponho uma suposição sobre a senhorita é exclusivamente para a senhorita, não tenho ideia de que imagem criou de minha pessoa em sua imaginação, mas não uso das fraquezas alheias para um sádico divertimento próprio.

-Então por que comenta as observações? Por que não guardá-las para si.

-Porque posso ajudá-la de alguma forma.

-O senhor não pode me ajudar!

-Me conte e veremos se posso ou não.

-Pensei que o senhor fosse um cavalheiro. Cavalheiro não pressionam damas em seus assuntos pessoais ao ponto de expô-las e causar desconforto.

-Ninguém aqui a está obrigando a nada. Se quiser posso levá-la de volta para a casa principal agora mesmo.

-Por que está fazendo isso?

-Porque sou assim, Grace.

Visconde Indecente - Os D'Evill 02Onde histórias criam vida. Descubra agora