Visconde Indecente - Os D'Evill 02

Capítulo 29

Não querendo causar alarde, mas já causando kkkkk O próximo já é nosso capítulo final e o epílogo também sai ainda hoje. Eu sei que a história do Tony é fofinha, mas to louca pra ver a da Elizabeth e do Daniel, com eles é: "no amor e na guerra vale tudo".

Boa leituraaa <3

****************************************************************************

GRACE EDGELL

Um cheiro forte inundou meu nariz, uma ardência corroendo meu peito por dentro. Abri os olhos esperando encontrar meu quarto, talvez tenha sido apenas um pesadelo ruim na noite. Então deparei-me com olhos verdes e brilhantes como safiras, familiares e estranhos ao mesmo tempo.

Os olhos que me observam parecem com os de Anthony, mas não são dele. Sento-me rapidamente e uma tortura me atinge, juntamente com uma forte pancada na cabeça. Sinto como se tivesse caído da escada e batido a cabeça incontáveis vezes.

-Não se mova tão rapidamente, não sabemos o que ele lhe deu. - A voz aveludada chega aos meu ouvidos e me pego observando-o. O homem é absurdamente parecido com Anthony e suas irmãs. Pelo que sei há um outro irmão, Harry, mas ele está do outro lado do país agora - Sou Harry.

Seu sorriso branco e genuíno funcionou como luz aos meus pensamentos. Lembro-me de ter escutado batidas na porta enquanto terminava de colocar meu vestido, deixaria Mary na casa de Layla quando saísse para o trabalho. Escutei os passos da minha mãe descendo as escadas e abrindo a porta, um grito ecoou pela casa e pouco tempo depois a porta do quarto era aberta por Freddie segurando uma faca, respirando pesadamente e olhando-me como um louco. Ele avançou em minha direção e tudo o que consegui escutar foi "Me perdoe, meu amor" antes que ele pegasse minha cabeça e chocasse contra uma pequena mesa de madeira no quarto.

-Minha mãe? Minhas irmãs?

-Estão seguras em Bright Hall, ambas estão bem. É bom ter a oportunidade de conhecê-la como futura esposa do meu irmão.

-Você não estava fora? Onde está Anthony? - Observo a estrada completamente deserta, com exceção de uma carroça e três outros cavalos.

-Voltei no sábado à noite e meu irmão está um pouco ocupado agora.

-O que? - Harry não respondeu, apenas olhou para o outro lado da estrada e ali estava, parcialmente escondido pelo pasto havia um homem de pé. Isaac Hinxtone, duque de Brandord. Quando a confusão começou a tomar conta de mim tive um vislumbre rápido de um homem socando algo no chão. Anthony - Oh! Meu Deus!

Tentei levantar-me, mas o corpo não parece funcionar na velocidade normal, como se estivesse se recuperando de uma dormência. Por outro lado, Harry era ágil por nós dois e ajudou-me a ficar de pé.

Consegui ter uma visão melhor do que estava acontecendo. Anthony estava desgrenhado e tinha uma expressão selvagem no rosto, não parava de golpear algo no chão enquanto o Isaac permanece em pé alguns passos atrás, de braços cruzados e apenas assistindo.

Voltei meu olhar para o golpeado e finalmente consegui identificar Freddie, seu corpo completamente estirado no chão, parecia inconsciente. Santo Deus, o que aconteceu aqui?

-Anthony! Pare, Anthony! Você vai matá-lo! Pare!

Seu punho congelou no ar a meio caminho do rosto de Freddie. A cena era uma completa bagunça sangrenta. A mão de Anthony estava encharcada de sangue, assim como suas roupas e o rosto de Freddie quase irreconhecível em meio ao líquido vermelho e inchaços.

-Não faça isso, por favor.

O olhar animalesco continuava em seu rosto e me encolhi ante o medo, não medo dele, mas de toda a situação. Se Anthony matar Freddie será condenado a forca por assassinato. Como se buscasse demonstrar apoio, Harry segurou meus braços firmemente atrás de mim.

Anthony rosnou - rosnou! - e soltou a gola de Freddie, deixando seu corpo cair no chão com um baque surto antes de caminhar em minha direção. Passos firmes e decididos. Isaac pegou Freddie nos braços sem dificuldade alguma e o colocou na carroça, cobrindo-o com uma lona. Aos desavisados seria apenas um homem levando sua carga.

-Como você está? - Perguntou-me segurando meu rosto em ambas as mãos - Você estava sangrando, Grace.

-Você está sangrando. O que aconteceu?

-Por Deus, fiquei com tanto medo. - Fui puxada contra seu peito e permiti-me ficar ali, mesmo com o sangue, seu cheiro familiar me acalma e conforta. Vejo Harry em pé ao lado da carroça, conversando com o cunhado.

-Anthony, o que é tudo isso?

-Não pude suportar a idade de você estar em perigo, Grace. De ser levada para longe de mim. Não quero isso. Não gosto disso. Quando a vi naquela carroça, com sangue seco no rosto e amarrada eu perdi a cabeça. Queria puni-lo por lhe fazer mal.

-Você o matou?

-Não, não. Ele só está fraco demais para fazer qualquer movimento brusco.

-O que acontecerá com ele?

-Vai para a prisão, faço questão que ele nunca mais saia de lá.

-Você não pode saber disso.

-Oh, baby, eu posso.

-Você me salvou, Tony.

-Querida, eu iria até o fim do mundo por você. Eu te amo, Grace. Não quero que nada de mal lhe aconteça.

-Anthony. - O abraço apertado - Eu o amo também. Muito.

-Eu entendo que o casal esteja em momento especial e tudo mais, mas podemos voltar logo? - Ouço a voz de Harry ao fundo e escondo um sorriso no peito de Tony - Combinei com Lilibeth que sairia com ela hoje, preciso me redimir por falar que Charlie era minha irmã favorita.

-Vocês não respeitam o momento? - Tony pergunta.

-Não somos pagos para isso. - O duque responde e sobe na carroça - Vou guiar essa coisa de volta, Harry vai levar meu cavalo também.

-Vamos dar um jeito. - Tony pega minha mão e leva-me para próximo de seu cavalo - Aguenta a viagem de volta?

-Sim.

-Minha garota. - Beija o topo de minha cabeça antes de me pegar pela cintura e colocar-me sentada na sela.

-Aposto que Isaac nunca se imaginou tendo que guiar uma carroça. - Harry zomba enquanto Tony monta atrás de mim.

-Devo dizer que minhas obrigações como marido da sua irmã e ajudante de sua família são mais trabalhosas que ser um duque.

-Você deveria nos agradecer. - Argumenta Harry - Estamos tornando sua vida mais emocionante e nada monótona.