Thirteen.

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Um mês. Passou um mês desde o sucedido com Michael, sua mãe e irmã. Lucy tem-se mostrado uma rapariga bastante simples, doce e inteligente. Temo-nos tornado grandes amigas para ser sincera. Eu disse doce? Sim doce... Talvez... Mais ou menos. É... complicado.

Viver mais de um mês no campo não foi fácil, acreditem em mim. A pior parte era mesmo as casas de banho “improvisadas”. Eu cheguei a deixar de comer por dias inteiros só para não ter que ir. Muito inteligente vindo de mim, sem qualquer tipo de dúvida.

Depois de Michael me contar, naquela noite, que se apaixonou por mim, eu fiquei sem reacção. Fingi adormecer depois disso pois não conseguia dar-lhe uma resposta. Paixão é, para mim, algo demasiado forte. E provavelmente ele só disse aquilo porque eu sou a única rapariga perto da idade dele que ele verá por uns tempos. Quando duas pessoas passam demasiado tempo sozinhas e juntas, coisas destas acontecem.

Quem se tem tornado também bastante doce é Michael. Trata a sua irmã como uma verdadeira princesa, faz-lhe comida, ajuda-a em tudo, está sempre abraçado a ela. Nunca pensei que ele fosse capaz de tratar alguém dessa forma para além de mim mas acreditem ou não, é uma imagem linda para mim.

Estamos a meio de Julho. O sol está cada vez mais quente o que torna meio impossível para nós de viver num campo. Michael e eu encontrávamo-nos agora a guardar tudo no carro, enquanto que Lucy apanhava flores e colocava-as no banco de trás do carro.

- Para onde vamos, Michael? – Perguntei talvez pela vigésima vez nesse dia. Sentia as minhas costas arder com o sol quente a bater nas mesmas, fazendo-me meio desconfortável.

- Vamos pôr-nos na estrada e teremos uma ideia. Vamos deixar o destino guiar-nos, que achas? – Michael sorriu de lado e foi impossível resistir a esse sorriso. Este rapaz faz-me ficar louca. Por causa dele eu já cometi tantas loucuras, fugir sendo uma delas.

- Tens gasolina suficiente? Não me apetece nada ficar presa no meio da estrada. – Soltei uma gargalhada e Michael deitou-me a língua de fora.

- Posso prometer-te Mariana que tenho gasolina que chegue e sobra. Oh e sabes uma coisa? – Michael aproximou-se de mim, colocando o seu alto corpo frente a frente com o meu. – Existem bombas de gasolina.

- E tu andas cheio de dinheiro, vejo.  – Comentei sem qualquer malicia na voz. A verdade é que Michael, da forma como fala, mostra ter todo o dinheiro do mundo e mais algum. O que me deixa ainda mais confusa porque nunca o ouvi dizer que tem um trabalho ou assim. Mas, provavelmente, tal como eu, deve vir de famílias ricas. Não falando dos pais como é óbvio porque já todos sabemos que esses futuro já nem têm: Um na prisão e a outra morta.

Fiz uma careta ao lembrar-me do corpo da senhora caído no chão e a minha respiração acelerou bastante. Michael apercebeu-se disso pois abraçou-me imediatamente, encostando a minha cabeça ao seu peito. Cada vez que penso nisto, a minha respiração acelera de forma quase assustadora. O meu sangue ferve e sinto a cabeça mais pesada que o normal, pedindo-me que caia no chão. Acreditem ou não, é uma sensação terrivel.

- Por favor não penses mais nisso Mariana. – Michael pediu triste. – Eu sei que é uma imagem que ficou na tua cabeça. Não te posso condenar por isso, quero dizer, era minha mãe sabes? Custa-me, muito. – Os seus lábios abriram-se, soltando um suspiro por entre os mesmos. Michael agarrou-me com mais força e beijou o topo da minha cabeça. Abracei o seu corpo de volta. – Todas as noites a imagem do corpo dela caído no chão preenche a minha mente. Mas a vida continua. Todos morremos um dia e infelizmente a morte dela foi injusta e chegou mais cedo. Mas eu acredito que tudo acontece por uma razão.

Assenti e apertei-o mais contra mim. O conforto que Michael me transmite só me dá mais razões para gostar dele desta forma. É quase impossível não nos viciarmos nele. Ele trata-me bem, dá-me força, motiva-me e é tão louco como eu. Dá-me tudo o que eu sempre desejei ter: Aventura, paz interior, adrenalina e amor. Ele dá-me imenso amor e carinho.

Tomorrow Never Dies || Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora