Sixteen.

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A primeira coisa que senti enquanto acordava aos poucos foi a imensa dor nas costas e o peso de Michael em cima de mim. Suspirei. Eu sabia que mal me levantasse ia ter uma ressaca e a minha cabeça iria explodir. No entanto, a dor nas costas tornava-se cada vez mais insuportável e o som do Michael a ressonar nos meus ouvidos já me estava a deixar fora de mim.

“Michael.” Sussurrei, na tentativa de o acordar, mas apenas piorei tudo: Michael aconchegou-se mais a mim e a dor nas costas aumentou radicalmente. “Michael!” Desta vez fui obrigada a gritar, o resultado sendo o Michael bater com a nuca no teto do carro e soltar um grito estridente que me deu vontade de o matar.

“Porque me acordaste?” Perguntou, agora a sua expressão tornando-se triste enquanto ele puxava o lábio inferior para fora, fazendo beicinho. “Estava a dormir tão bem.”

“Pois mas eu estava cheia de dores nas costas…” Sentei-me, colocando o meu soutien. “E de cabeça, e tu estavas a babar-te e a ressonar super alto.”

“Também foi bom ter sexo contigo.” Michael brincou e eu virei o rosto, corando ligeiramente. Eu estava bastante à vontade com ele mas nunca pensei que iria sentir-me tão constrangida e envergonhada depois de me entregar completamente a ele. “A sério bebé, foi bom.” Michael disse agora mais sério e levou o indicador ao meu queixo, levantando o meu rosto, fazendo com os nossos olhares se fixassem. “Estiveste muito bem.”

Apenas assenti. A verdade é que me lembro de tudo o que aconteceu, de cada detalhe e só me apetecia fugir. Michael sussurrou coisas lindas ao meu ouvido às quais eu, até com álcool no sangue e a meio do sexo, tive vergonha de responder. Eu apenas me limitei a fazê-lo. E o pior de tudo é que o fiz sem qualquer compromisso. Eu amo-o. Oh Deus, claro que eu amo este rapaz, como não amar? Ele é carinhoso, trata-me como uma rainha, cuida de mim e proporciona os melhores momentos do mundo. Eu amo-o e não é pouco. Estou completamente, perdidamente, apaixonada por ele.

“Preciso de um banho e tu também. Há por aqui casas de banho? Assim íamos tomar banho e depois buscar a tua irmã. Prometemos-lhe que hoje iriamos a um sitio que ela gostasse.” Disse apenas. Por alguma razão, não conseguia encontrar nenhuma forma de lhe dizer os meus pensamentos anteriores. Eu só acho que dizer “amo-te” a alguém é algo sério, é um sentimento forte e deve apenas ser dito quando temos a certeza que o sentimos. Eu não o queria dizer a Michael num momento destes, queria que fosse num momento especial: E, claramente, o momento depois do sexo em que estamos sujos e suados não era o momento ideal para confessar o meu amor por ele.

Saímos do carro. As nossas roupas estavam sujas e estávamos bastante despenteados mas toda a gente à nossa volta se encontrava do mesmo modo. Então não nos incomodámos. Procurámos apenas os placares que indicavam o caminho para as casas-de-banho, e quando chegámos às mesmas, Michael ainda insistiu para tomar banho comigo: Pedido que eu logo recusei.

A minha mente preencheu-se por perguntas e pensamentos enquanto a água morna escorria pelo meu corpo. A verdade é que era impossível para mim tomar banho de água fria, mesmo que estivessem quase trinta e seis graus lá fora e era só de manhã!

O que é o amor afinal? É isto que eu sinto? E o que sinto eu?

Eu gosto de acordar perto dele e vê-lo de olhinhos fechados, lábios entreabertos a respirar profundamente. Eu gosto de o ver a cantar baixinho as músicas que mais ama. E gosto de o ver dançar desajeitadamente as músicas mais antigas mas que ficam na moda para sempre. Gosto de o ver a cozinhar e gosto do seu rosto quando a comida queima. Gosto quando ele solta gargalhadas tão altas que até os pássaros saiam a correr das árvores e gosto ainda mais quando ele está com tanta vontade de rir que leva a mão à barriga e lágrimas lhe caem pelo rosto. Gosto quando ele é sincero e carinhoso comigo e me diz tudo o que está a sentir, desde tristeza a felicidade imensa. Gosto quando ele me faz carinhos no rosto e me dá pequenos beijinhos ternos e calorosos até eu adormecer. Gosto de tudo nele. Desde a aparência à sua personalidade fantástica. É um rapaz extremamente inteligente e com o qual eu não me importaria de passar o resto da minha vida.

Tomorrow Never Dies || Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora