Eight.

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- Muito obrigada por teres ficado para ajudar… E desculpa a forma como fui indelicada contigo, eu estava… triste? - Eu disse, esfregando os olhos com sono.

- Não tem mal nenhum. - Rachel sorriu. - A sério. E é sempre assim nas festas pelo que sei. O Michael costuma convidar-me para as festas dele, mas isto não é bem a minha onda. - Ela disse, enquanto passava o pano pela mesa, limpando os bocados de bebida secos que se encontravam na mesma.

- De onde o conheces? Não cheguei a entender.

- Oh… Nós… -  Rachel ficou pensativa por momentos, como se estivesse a relembrar como conheceu Michael e momentos que passaram nesses tempos. - Amigos de infância… Nem sei bem se queres que te diga. - Ela respondeu, soltando um pequeno riso no final.

- E porque vieste? Se não é a tua onda? - Perguntei.

- Ele disse-me que era o aniversário de uma rapariga especial para ele. Não podia perder a chance de conhecer a tão famosa Mimi. - Rachel soltou uma gargalhada e eu ergui uma sobrancelha.

- Mimi? Oh essa é nova.

- É assim que ele te chama. - Ela deu de ombros. - De qualquer forma… Superaste as espectativas… Estou impressionada. O Michael é um rapaz extremamente inteligente, tem uma mente brilhante, mas gosta de raparigas loucas, de festa, de beber até cair e de experimentar coisas novas e perigosas… Estava à espera que a Mimi fosse uma rapariga que iria aparecer nua, com uma ganza numa mão e uma garrafa de vodka na outra.

- Parte disso aconteceu… - Admiti, ainda embaraçada pela forma como me encontrava há horas atrás. - Mas fico feliz que tenha superado as espectativas.

- És uma rapariga cheia de sorte. - Disse. - Por teres o coração dele.

- Oh… Va lá. Não tenho o coração dele… Pronto, somos grandes amigos, talvez mais? O Michael e eu conhecemo-nos há relativamente pouco tempo. Não vou negar que o que sinto por ele é diferente daquilo que sinto pelos meus melhores amigos, mas é muito cedo para falar de… sentimentos entendes?

- Claro que entendo. - Rachel sorriu.

A festa acabou por volta das cinco e meia. As pessoas começaram a ficar cansadas, algumas bêbedas demais e começaram a sair aos poucos. O chão estava um desastre. Para ser honesta, toda a casa ficou um conjunto de bebidas e de copos de plástico. Rachel, a rapariga para a qual tinha sido indelicada anteriormente, ficou para me ajudar a limpar. Eram cerca de quatro quando Michael começou a receber alguns telefonemas e mensagens e pediu que deixasse a festa, pois um suposto familiar estava a sentir-se mal. Claro que não ia ficar magoada.

Após ele cantar a música, sentamo-nos num banco, sem comentar o sucedido. Claro que rolaram alguns beijos e olhares, um piropo ou outro, mas nada sério. Para ser honesta, penso que Michael ficou bastante atrapalhado após ter cantado a música. É normal.

- Está tudo… A sério, eu arrumo o resto. A festa foi minha, fui antipática contigo e ainda ficaste até agora a limpar comigo. Podes ir princesa. - Eu disse, pousando o pano em cima da mesa e suspirando cansada.

- Tens a certeza? - Rachel perguntou e eu assenti com a cabeça. - Foi um prazer conhecer-te Mariana. Um dia destes eu telefono-te e combinamos uma ida às compras ou assim, que achas?

- Parece-me uma ideia excelente!

- Combinado então!

Rachel despediu-se de mim com um abraço carinhoso e deixou a casa. Os meus ouvidos ainda me davam a sensação de que a música estava a dar, alta, quando na verdade, estava silêncio total. O meu irmão tinha ido dormir a casa de um amigo e eu estava completamente sozinha.

Tomorrow Never Dies || Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora