Taeyong ouviu os resmungos do filho. A babá eletrônica começou a chiar e um choro baixo e agoniado foi ouvido. O ômega sentiu a cama se mover um pouco, porém, foi mais rápido, impedindo que o alfa sonolento se levantasse.
— Tudo bem amor, eu vou. — Jaehyun não insistiu, deitou-se novamente e voltou a dormir, recebendo um terno beijo em seu ombro, grunhindo em resposta.
O choro tornou-se mais audível e Taeyong tratou de desligar o aparelhinho sobre o criado-mudo, não queria acordar o alfa moreno. Caminhou lentamente para fora do quarto, fazia um pouco mais de frio naquela noite, tanto que o ômega estava completamente empacotado em seu moletom, cobrindo os pés com meias razoavelmente grossas e mesmo assim, ainda tremia um pouco.
Assim que entrou no quarto, Taeyong acendeu o abajur que ficava próximo a porta, iluminando um pouco o cômodo, caminhou rapidamente até o berço. Mark já estava com o rosto completamente vermelho e chorava a plenos pulmões.
— Você dormiu faz meia hora... — o ômega perguntou para si mesmo enquanto curvava-se o suficiente para tirar o bebê do berço. — Vamos fique calmo, eu estou aqui, não vou a lugar nenhum...
O ômega sussurrou aquelas palavras, enquanto embalava o bebê que acabara de completar um ano. Encostou os lábios sobre a testa do filhote, só então percebendo que ele estava ardendo em febre. Arregalou os olhos, afastando-o um pouco do seu rosto para poder vê-lo melhor.
Mark tremia e chorava muito alto. Esticava os braços, como se tentasse voltar ao conforto que o cheiro do ômega lhe proporcionava. As mãozinhas se enfiaram sob o capuz do moletom quando ele forçou-se sobre o ombro de Taeyong, voltando a esconder o rosto no pescoço cheiroso do ômega, ainda assim, o choro não cessou.
— Filho... — Sunmi surgiu na porta do quarto com a expressão preocupada.
— Mãe, o Mark 'tá queimando de febre! — Taeyong se virou para a alfa com as sobrancelhas juntas, encarando-a em um pedido silencioso por ajuda.
— Venha aqui... — ela disse se aproximando e esticando os braços para segurar o neto — Deixe-me ver...
A alfa sequer teve tempo de embalar o bebê, assim que o filhote se viu sendo retirado dos braços de Taeyong, passou a chorar ainda mais alto, esticando os braços, pedindo de forma estridente para voltar ao colo do ômega. Os olhos que variavam os tons de castanho até o negro estavam vermelhos e inchados, o nariz delicado assumira a mesma coloração avermelhada dos olhos.
— Devolva ele, mãe. — Taeyong pediu desesperado, aninhando o filhote em seus braços.
Mark parecia sofrer de uma dor terrível, em nada lembravam os choros contidos das noites em que ele era acometido pelas conhecidas cólicas. O ômega sentou-se na cadeira de balanço que havia no quarto, segurando uma das mãos do bebê, beijando-a diversas vezes, enquanto balançava a cadeira, ninando o filhote, que resmungava e ronronava sofrido, encarando o pai.
— Eu vou pegar o termômetro e o remédio, sim? — a alfa perguntou, porém, não obteve resposta do filho, que tinha toda sua atenção voltada para Mark.
— Hey, amor… — Sunmi deixou o quarto em direção a cozinha, enquanto Taeyong mantinha seus olhos fixos do filhote e cantarolava baixinho — Everything I need I get from you...
Finalmente o choro havia cessado, e o silêncio no quarto do filhote, fazia com que a voz de Taeyong sobressaísse. A essa altura Jaehyun já havia acordado e estava parado no corredor, de frente para o seu ômega e o seu filho, assim que Miya surgiu em seu campo de visão, o alfa fez sinal para que ela não entrasse no cômodo e que ficasse ao lado dele e assim foi feito.
— And giving back is all I wanna do...
O alfa puxou a sogra para mais perto de si, envolvendo-a em um abraço e beijando-lhe a têmpora, ele gostaria de agradecer aquela mulher por ter criado Taeyong e tê-lo feito se tornar aquela criatura tão maravilhosamente perfeita para ele. Ele só não conseguia encontrar as palavras certas para fazê-lo, então ele apenas a abraçou, esperando que ela entendesse o que ele queria dizer.
Antes que eles pudessem se aproveitar um pouco mais da visão do ômega cantando e acalentando o filhote, Mark grunhiu mais uma vez, um pouco mais alto, e repetiu, voltando a chorar, inconsolável. A expressão de Taeyong voltou a se fechar, ele estava assustado, pensou em se levantar e levá-lo imediatamente ao hospital, mas, não teve tempo. Assim como Luda, Mark se transformou sem sujeira, nem estardalhaço, exatamente ali, nos braços do pai e tudo ficou silencioso novamente.
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MARK'S CURSE
Fanfictionjaeyong | abo • Durante oito anos a família Lee Jung manteve-se em segredo. Durante oito anos viveram em paz, trabalharam, amaram seus filhotes, viram-nos crescer. Durante oito anos Taeyong e Jaehyun viveram uma ilusão, a vida real é uma droga e ele...