So Cold

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daqui pra lá é só tristeza gente, é isto.
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No fim dos três dias de rut, Kihyun havia acordado mais cedo, antes de Luda, que dormia profundamente ao seu lado. Ele se sentia estranhamente perdido, porque, bom, ele havia gostado bastante de ficar ali, ele não estava feliz por precisar ir embora, mas sabia que precisava. Levantou-se com cuidado, evitando acordá-la e vestiu as próprias roupas. Abriu a porta, deixando o quarto sem fazer barulho, assim que se virou em direção as escadas, topou com o maior alfa que já havia visto em sua vida.

— Hey... Sr. Jung... — disse baixinho, encarando os próprios pés.

— Vem garoto, você deve estar com fome. — Kihyun assentiu, preferiu não rejeitar, sabe-se lá o que aquele alfa faria com ele.

Os dois desceram as escadas em direção a cozinha, enquanto o pobre ômega tremia feito bambu no vento, Jung apontou uma das cadeiras, avisando que ele podia se sentar. A mesa estava posta e completamente arrumada, ele imaginou que somente os dois haviam acordado, ou seja, ele estava em maus lençóis.

— Não precisa ficar assim, moleque. Eu não mordo. — Kihyun engoliu o seco, enquanto evitava manter contato visual. — Você prefere café ou chá? — encarou por cima do ombro.

— Chá... Senhor... — Jaehyun assentiu, pegando duas canecas no armário.

Jung sentou-se na cadeira em frente à Kihyun, servindo o chá nas duas canecas, entregando uma delas ao ômega, que, finalmente, ergueu os olhos, encontrando os verdes penetrantes e afastando-se deles imediatamente. Segurou a caneca com as mãos trêmulas e passou a encará-la. Ele estava com fome, isso era uma verdade e a mesa estava farta com todo tipo de pães, bolos, mas ele não sabia se poderia…

— Garoto, come alguma coisa, antes que você morra desidratado e desnutrido.

Kihyun não esperou que ele insistisse, enfiando um croissant quase inteiro na boca, suspirando aliviado assim que começou a mastigar. Jaehyun o encarou com as sobrancelhas erguidas enquanto ele, literalmente, enchia o prato e o estômago. Jung esperou em silêncio até que ele estivesse completamente satisfeito, rindo do desespero do garoto que comia como se a comida do mundo inteiro fosse acabar no minuto seguinte.

— Eu tenho que me desculpar. — Kihyun encarou-o o assustado.

— Está tudo bem senhor. — o ômega respondeu baixinho.

— Não por ter tentado proteger a minha filha, tenho as minhas razões e eu não preciso explicar pra você... Mas... Eu não devia ter agido daquela forma. Eu exagerei.

Um silêncio perturbador preencheu a cozinha, enquanto o mais jovem sequer sabia para onde olhar, entrelaçava os dedos nervosamente, respirava com dificuldade e sentia os olhos escuros focados sobre si. Aquilo era constrangedor e assustador.

— Olha moleque, eu não vou fazer nada com você, ok? Você gosta da Luda, certo?

— Sim senhor. Eu gosto muito da Luda. Desde antes de... Desses... Dos últimos…

— Certo. Eu entendi. Você gosta da minha filha e ela gosta de você. Isso é um ponto a seu favor. — ele assentiu — Vem, vou deixar você em casa.

O caminho para a casa de Kihyun foi silencioso, mas o ômega estava mais calmo. A presença do alfa não o assustava tanto naquele momento, mesmo que ele ainda parecesse muito enorme, capaz de quebrar seu pescoço com uma mão. Jung estacionou em frente a casa do ômega e o encarou.

— Senhor, eu sei que nós não fomos devidamente apresentados, mas meu nome é Kihyun e eu sei também que foi de um jeito estranho, mas eu gosto muito da Luda. De verdade. Fico feliz que ela tenha me escolhido... O senhor sabe... Pra ser o primeiro. — sustentou o olhar do moreno pela primeira vez, mesmo que ainda estivesse amedrontado.

MARK'S CURSEOnde histórias criam vida. Descubra agora