Mark não teve tempo de assimilar o que havia acabado de ouvir, Luda já atravessava a rua correndo em sua direção. Ele piscou os olhos mais uma vez e ela já estava em sua frente. Puxando-o contra o próprio corpo, abraçando-o de forma quase obsessiva.
— POR QUE FEZ ISSO? POR QUE NÃO ME ESPEROU COMO EU PEDI? — a menina perguntou aflita, afastando-o de si mesma, mas, não deixando de analisar o rosto do irmão, procurando qualquer sinal de ferimentos.
— Você o viu? — ele perguntou, sem dar muita atenção ao desespero da irmã.
— Quem? Quem estava com você? Você está bem? Está machucado? — Luda continuava a vasculhar o rosto e o corpo de Mark a procura de machucados, manchas de sangue ou qualquer coisa desse tipo.
— Eu estou bem. — Mark segurou as mãos da irmã, afastando-as calmamente de si.
— Você me perguntou se eu o tinha visto. Quem eu deveria ter visto? Quem estava com você Mark? — focou-se no rosto do menino, voltando a segurá-lo entre as duas mãos.
— Ninguém, vamos 'pra casa. — o menino se afastou o suficiente para pegar sua mochila no chão e começar a andar em direção ao ponto de ônibus.
— Não mente 'pra mim. — Luda o impediu de continuar segurando seu braço.
— Não estou mentindo.
— Mark.
— Pare de entrar na minha cabeça... — houve uma pausa dramática, enquanto dois pares de olhos escuros se encaravam — Agora Luda. Pare agora. — Luda arregalou os olhos, o encarando com uma expressão confusa e assustada.
— Mas eu...
— Eu sei o que você faz, só não quero que faça mais. Vamos 'pra casa.
A verdade é que desde que ainda estava protegido pelo corpo de Taeyong, Mark tinha uma forte ligação com Luda. Algo que ele definitivamente não sabia explicar, mas, sabia que acontecia. Era como se ele sempre soubesse quando ela estava em perigo, quando estava triste ou feliz, se sentia fome, se estava entediada. O mesmo valia para a garota, com uma pequena diferença, o que para Mark era uma sensação, para Luda era uma certeza, ela sempre saberia onde encontrá-lo, não importa o quão longe ele chegasse.
Por isso o pânico latente se instalou quando, por alguns minutos, ela não soube o que havia acontecido com Mark. Por poucos minutos, porém, longos como a eternidade, ela não sentiu a presença dele, ela sequer sentiu o cheiro do garoto, era como se ele tivesse desaparecido da face da Terra. Aquela era a primeira vez que Mark a expulsava da sua mente. Aquela era a primeira vez em que ela tinha noção de que seu irmãozinho sabia exatamente o que ela fazia.
— Munchkin...
— Não me chame assim.
O caminho até o ponto de ônibus e depois até a casa dos Lee-Jung foi silencioso. Luda fez questão de respeitar a vontade do irmão mais novo, não porque ele poderia ficar chateado com ela ou algo assim, mas, unicamente porque ele saberia se ela tentasse. Enquanto isso, a cabecinha de Mark girava e girava, sempre parando no mesmo lugar, por que aquele homem disse que seus pais mentiam para ele? Eles não fariam isso. Certo?
Pelo menos ele sabia que Luda não tentaria se enfiar em sua cabeça para descobrir o que ele estava pensando. Ele não estava acostumado a se chatear com a sensação da sua irmã mais velha escavando os cantos da sua mente que ele nem mesmo tinha consciência de que existiam. Ele se sentia seguro, Luda era sua fortaleza e pela primeira vez ele estava sozinho e com medo. Mesmo assim, os pensamentos que borbulhavam ali não deviam ser vasculhados por mais ninguém.
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MARK'S CURSE
Fanfictionjaeyong | abo • Durante oito anos a família Lee Jung manteve-se em segredo. Durante oito anos viveram em paz, trabalharam, amaram seus filhotes, viram-nos crescer. Durante oito anos Taeyong e Jaehyun viveram uma ilusão, a vida real é uma droga e ele...