MARK'S CURSE

White Wolf

Taeyong se soltou da mãe, virando-se imediatamente para a filha mais velha, segurando-a pelos ombros enquanto a encarava com os olhos arregalados.

— Luda... — disse baixinho. 

— Ele não me bloqueia mais... Eu sei onde ele está... Eu sei... Ele... Pai, ele precisa de mim. Ele precisa de mim... — a menina tentou se soltar dos braços de Taeyong, mas, o ômega não permitiu. 

— Luda, você não pode ir sozinha, onde eles estão? — Taeyong perguntou, tentando segurá-la enquanto ela se debatia — Filha, por favor... Luda... Luda! 

— ME LARGA! 

A garota rosnou desesperada, soltando-se de Taeyong, mas, sem oportunidade para correr muito, Jaehyun a alcançou segurando-lhe o braço e impedindo-a de continuar. Luda o olhou furiosa. Ela precisava salvar o irmão e ele a estava atrapalhando. Seus olhos brilharam em um tom forte de castanho e ela deixou suas presas aparecerem. 

— Não me olhe desse jeito — Jaehyun rosnou baixo, assustando a menina — Onde quer que seja isso, você não vai sozinha. — o moreno disse firme, encarando-a de volta. 

— EU TENHO QUE IR! É A MIM QUE ELE ESTÁ CHAMANDO. 

— Luda, já chega. — Jaehyun sentenciou. 

— Por favor, vamos entrar. — Sunmi se aproximou — Vocês estão chamando atenção. 

— Eu não vou a lugar nenhum, o Mark precisa de mim, ele tá com a Yerin, eles estão correndo perigo e vocês estão me atrapalhando. ME LARGUEM! 

— Luda... 

Miya tentou ponderar, mas, ignorando o lugar onde estavam, ou a presença de outras pessoas, Luda se transformou, rosnando alto e chamando ainda mais atenção para a cena. Jaehyun a encarou com os olhos arregalados e, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ela já havia sumido do seu campo de visão, desaparecendo rua acima. 

Um burburinho se iniciou assim que a garota se transformou. Em um ato reflexo, Sunmi prostrou-se em frente à Jaehyun e Taeyong, abraçando os dois e protegendo-os com o próprio corpo. Rapidamente empurrou os dois para dentro do hospital, para longe dos olhares incrédulos e dos comentários maldosos. Caminharam pelos corredores até o quarto onde estavam Victoria, Krystal e Somin. 

— Jaehyun, você tá branco. O que aconteceu? — Somin se aproximou do filho, segurando-lhe o rosto. 

— Eu sou inútil. — a ômega arregalou os olhos, encarando-o confusa. 

— Que história é essa? 

A verdade é que Jaehyun não podia encarar nenhum deles, se sentia impotente diante do sofrimento pelo qual a sua família passava. Pior. Se sentia culpado. Seu único trabalho era protegê-los, mas, agora, seus filhos estavam desaparecidos, seu ômega estava aos prantos e sequer o olhava direito. Todos ao seu redor estavam sofrendo e o único culpado era ele. 

— Jaehyun, o que você tá dizendo? — Somin repetiu, fazendo-o olhá-lo. 

— A verdade. Eu sou a pior espécie de alfa, eu não consigo proteger os meus filhotes. Se eu não consigo fazer isso, eu não mereço a minha condição. 

— Que droga é essa? — a voz de Taeyong tomou o quarto por completo, grave e alta como nunca. 

Jaehyun virou-se para o ômega. Seu ômega. O encarou com o rosto vermelho e as sobrancelhas franzidas. A expressão dolorida que ele exibia fazia o estômago de Taeyong doer. O mais velho deu pouco mais de dois passos até o alfa, com o punho fechado, levou pouco mais de dois segundos para desferir um soco no rosto do moreno.