— Papai Tae... — Luda sussurrou, tocando o corpo inerte do ômega — Papai Tae... Por favor, papai Tae...
O rosto da menina foi tomado pelas lágrimas de um choro dolorido e agoniado. Segurava os ombros do ômega enquanto tentava, inútilmente, acordá-lo. Sequenciou o nome do pai incontáveis vezes enquanto chacoalhava o corpo miúdo.
— Papai... Papai... Papai... — curvou-se o suficiente para se deitar sobre o peito de Taeyong. Chorava tanto que suas lágrimas molhavam o tórax ensanguentado do ômega. Agarrava-se a ele como se dessa forma pudesse impedi-lo de partir.
— Chega. Ele tá morto, não seja tão dramática. — Changmin se aproximou, agarrando a menina pela cintura e puxando-a para longe de Taeyong.
— ME LARGA! — a garota se debateu. — ME SOLTA, EU NÃO VOU COM VOCÊ! ME SOLTA!
Luda rosnava e gritava, enquanto tentava inútilmente soltar-se dos braços do alfa. A menina possuía tantos cortes pelo corpo que eles sangravam e se abriam ainda mais quando ela se movimentava. Padecia de uma dor terrível, ela só não sabia diferenciar o que doía mais: as feridas ou a morte de Taeyong.
— PAPAI! — ela gritou, mesmo sabendo que ele não a ouviria.
— CHEGA, LUDA! CHEGA.
Calmamente o alfa pendurou a garota no ombro e caminhou para longe de onde o corpo de Taeyong estava. Sem ter mais forças para lutar, Luda apenas se deixou ser levada. Parte dela havia morrido junto com Taeyong e ela não conseguia pensar em mais nada naquele momento.
Jaehyun chegou à cabana no piloto automático e quando encontrou seu ômega sem vida no chão, todo seu corpo paralisou. Ele não se lembrava de outro ponto de sua vida onde se sentiu tão só e desamparado. Caminhou lentamente até onde Taeyong jazia inerte e sentou-se ao lado dele.
Ele não respirava, mas, ainda não havia perdido a cor, ainda estava quente. Jaehyun passou a mão sobre o ferimento, sem, de fato, tocá-lo. O moreno não estava chorando, ele não conseguia, mas isso não significa que a dor era menor. Seu corpo inteiro doía.
Olhou ao seu redor, não sabia muito bem o que procurava, mas, procurava algo em que se segurar. Metaforicamente. Seu alicerce havia acabado de ser arrancado, ele não sabia onde estavam seus filhotes e Taeyong... Taeyong estava... Voltou seus olhos para o ômega, engasgando-se com o choro, que finalmente rompeu em sua garganta.
— Taeyong... Seu idiota... — chamou-o em meio ao choro desesperado — Você me deixou... Você me deixou... — curvou-se o suficiente até encostar a testa sobre o corpo do ômega.
Sem saber por onde ia, Mark acabou de volta à cabana. Havia se perdido de Wendy novamente, mas, quando viu seus pais, achou que tudo estava bem. Que tudo ficaria bem.
— PAPAI! — gritou sorrindo, entretanto, quando Jaehyun se virou, seu sorriso desapareceu. — Papai Tae... — disse baixinho, correndo até onde eles estavam.
— Mark... — Jaehyun ergueu os braços amparando-o e impedindo que o garoto se aproximasse muito do corpo de Taeyong.
— PAPAI TAE! PAPAI TAE! — o alfa acabou caindo sentado, enquanto tentava confortar o filhote que chorava e se debatia, tentando, como podia, se aproximar de Taeyong.
— Mark não... — o garoto apoiava-se no peito do pai com as mãos pequenas, tentando empurrá-lo, mas, obviamente, sem sucesso.
— NÃO PAPAI! EU POSSO CUIDAR DO PAPAI TAE! EU POSSO! — Jaehyun o encarou com as sobrancelhas franzidas — EU POSSO PAPAI, ME DEIXA CUIDAR DO PAPAI TAE!
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MARK'S CURSE
Fanfictionjaeyong | abo • Durante oito anos a família Lee Jung manteve-se em segredo. Durante oito anos viveram em paz, trabalharam, amaram seus filhotes, viram-nos crescer. Durante oito anos Taeyong e Jaehyun viveram uma ilusão, a vida real é uma droga e ele...