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-- O que você acha que está fazendo?! – Yasha agarrou Mikoto pelos cabelos e a forçou a levantar – Eu te digo exatamente o que fazer, e você foge correndo para casa, como se pudesse pedir demissão? E ainda por cima me faz vir nesse fim de mundo para pôr isso na sua cabeça!

Ela jogou Mikoto no chão de novo e começou a andar de um lado para outro, claramente tentando conter a raiva. A menina se erguia nos cotovelos quando a mulher se agachou ao seu lado, e não ousou se mover quando ela voltou a falar, quase soltando fumaça das narinas:

-- Nós não vamos tolerar esse comportamento. Já que você está tão perdida, eu te digo de novo o que fazer: vá para a última ilha, eu estarei esperando por você. Pode levar seu guarda-costas, mas nem pense em trazer as outras sacerdotisas intrometidas – Yasha segurou o pulso de Mikoto e a pôs de pé com um puxão, seu rosto a centímetros do dela – Você tem até amanhã para partir. E se não for, eu volto aqui e trago esta ilha inteira abaixo, entendeu?

O estrondo de um tiro as sobressaltou, e ambas olharam para sua fonte. Yukio apontava um fuzil para yasha e gritou com raiva:

-- Saia de perto dela!

Haku correu selvagemente para Yasha, que imediatamente largou Mikoto e se afastou.

-- Não se esqueça, vá para a última ilha – ela desviou de um soco de Haku e correu.

Takako e Sayuri de repente cercaram Mikoto, perguntando cheias de preocupação:

-- Você está bem?

-- Não a deixem fugir! – Kurono e um pequeno exército avançaram para onde Yasha correra, mas já era tarde, a mulher se erguia no ar, montada em sua kuko do tamanho de um cavalo, e logo desapareceu da vista de todos.

O mujina e outros youkai pararam de derrubar as barracas do festival. Os buracos negros de onde eles brotavam surgiram no chão, mas dessa vez os youkai mergulharam neles e desapareceram.

Um silêncio tomou o lugar quando o último deles se foi, Haku se jogou em Mikoto num abraço, e ela olhou por cima do ombro dele para Sayuri e Takako.

-- O que vocês estão fazendo aqui?!

Essa e todas as outras perguntas tiveram que esperar, todos da ilha queriam saber o que acontecera. Mikoto foi exaltada como heroína, e todos queriam ver as sacerdotisas do clã Kairiku e saber o que faziam na humilde Iruka.

Megumi ficou mais do que feliz em receber tão honoráveis convidados em casa, e ofereceu-a para passarem a noite. Apesar de poderem ficar no Genbu, todos aceitaram, e a pequena casa de repente viu-se mais cheia do que estivera em gerações.

Takako pediu a Mikoto para conversa com ela e Sayuri a sós, e as três foram para a varanda de trás.

Mikoto se sentou e encarou o chão em silêncio. As duas primas sentaram em frente a ela, e a mais nova falou primeiro:

-- Você foi a única que não ficou feliz em nos ver. Não gostou da nossa visita surpresa?

Como a menina não respondeu, ainda com o olhar fixo no chão, Takako também falou:

-- Acho que uma pergunta melhor seria: achou mesmo que não viríamos atrás de você se fugisse? Mesmo com o que escreveu naquele bilhete?

-- Eu não queria que viessem. Achei que fosse melhor para todo mundo se eu ficasse longe.

-- Mas por que? Não pode nos explicar? – Sayuri pressionou. Takako adicionou:

-- Nós combinamos de ser abertas umas com as outras. Vamos, Mikoto, já passamos por tanto juntas...

O Conto da Donzela do SantuárioOnde histórias criam vida. Descubra agora