Amor

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OLHA O CAPÍTULO AÍ MINHA GENTE!!! EM COMEMORAÇÃO DA META DE 100K DE VISUALIZAÇÕES ATINGIDAS, VOLTEM BEM ANTES DO TEMPO, heimmm??

APROVEITEM O CAPÍTULO E ABSORVAM BEM AS CHUVAS DE INFORMAÇÕES. OBRIGADA A TODOS, AMO VOCÊS

@camygreys (no twitter)

26 de março de 1983 - Rio de Janeiro, Brasil

Patricia voltou para o seu apartamento às 22h da noite, havia se divertido muito com sua amiga Cristiane no posto 9 da praia de Ipanema, em determinado momento, decidiram ir para um quiosque e beber uma caipirinha, que na verdade se tornaram 7 entre muitas risadas e conversas sobre a possibilidade da sexualidade indefinida de Cristiane.

Abriu a porta de seu apartamento com certa dificuldade, xingando alguns palavrões baixinho quando não conseguia inserir a chave na fechadura. Deixou os chinelos ao lado da porta para não sujar o apartamento com as areias da praia e retirou sua canga da cintura colocando-a em cima dos chinelos e caminhou até o banheiro tropeçando em seus próprios pés.

-É Patrícia... você bebeu demais. - Murmurou pra si mesma enquanto retirava seu biquíni molhado, colocando-o no cesto de roupas sujas que tinha dentro do banheiro.

Abriu a porta do boxe e ligou o chuveiro, entrando naquela água morna e sentindo os músculos relaxarem, ir à praia era maravilhoso, mas o cansaço que batia depois era surreal. Retirou toda a areia do corpo, do couro cabeludo, ensaboando lentamente enquanto deixou-se pensar na carta de Lauren.

-Que droga você ser comprometida, Lauren... - Sussurrou para si mesma enquanto deixou a água correr em seus cabelos, tirando o sabão.

Após terminar o banho, Patrícia pegou a toalha que estava pendurada no gancho ao lado da pia e se secou, enrolou a toalha em seu cabelo enquanto abria o pequeno armário preso na parede para iniciar sua higiene bucal. Após tudo isso, foi até seu quarto e se deixou cair na cama enquanto suspirava pesadamente.

-Para de pensar nela desse jeito... você não pode se martirizar dessa maneira, garota! - Disse para si mesma e sorriu, estava ficando maluca. Olhou para a pequena cômoda e puxou a carta de Lauren para ler mais uma vez.

Decidiu escrever uma resposta logo, então puxou a caneta que estava dentro da gaveta juntamente com um papel e iniciou sua escrita.

"Senhorita Lauren,

Se você soubesse o quanto eu lembro de você, não diria "ainda se lembre de mim", visto que ter dúvidas quanto a isso é uma coisa impossível já que você é inesquecível. Então, sim, eu me lembro de você, sempre, todos os dias. Sinto falta de conversar com você pessoalmente, espero que possamos fazer isso em breve novamente.
Aqui no Brasil continua a mesma coisa, estamos enfrentando uma época difícil com o vírus da Aids, muita gente que eu conheço está sendo infectada e eu estou fazendo parte de uma ONG lá em São Paulo, estamos acolhendo essas pessoas e ajudando com tudo o que podemos. É uma situação complicada, Lauren, o Governo está ignorando os nossos pedidos, estão simplesmente enchendo de notícias como um câncer gay e sabemos que não é, entende? Amanhã eu vou estar em São Paulo para uma reunião com as representantes da ONG, falarei mais sobre ela com você em outra carta, ok? A situação política também está péssima, eu sinto que estamos nadando e nadando para morrer na praia. E como estão as coisas aí em Génova? Estou morrendo de saudade dessa linda Cidade, conte-me as novidades, estou ansiando por sua resposta.

Com carinho, Patrícia."

Ao terminar de escrever a carta, Patrícia colocou em um envelope e a posicionou ao lado de sua cama, enviaria antes de viajar à São Paulo, teria grandes trabalhos para o dia de amanhã.

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