cara, ele tá tão na sua

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- E aí ele beijou a sua bochecha? - Eddie gritou se ajeitando na cama de Bill, enquanto o garoto ajeitava a sua televisão. - F-fala baixo, mas sim, ele b-beijou.

- E você? Surtou? O que você fez, William? - Eddie disse nervoso, ele realmente estava querendo ajudar seu novo amigo, mas Bill não desembuchava as coisas direito, com detalhes. - Eu só fiquei olhando e-ele ir pra casa. Você q-queria que eu fosse atrás d-dele ou coisa do t-tipo? - Bill revirou os olhos, se sentando ao lado de Eddie na cama.

- Cara, virava o rosto, sei lá. Arrancava uma beijoca de Stanley Uris.

- Você e-e-enlouqueceu? Eu... ele não... você? Cara, n-não-, ele não, é isso que não.. Eddie!

- Não fica nervoso, pequeno Billy, eu sei que você queria dar um beijinho nele. - Ele disse começando a fazer cócegas no garoto que gargalhava.

- Para, p-para! - Ele implorou, parando de rir aos poucos enquanto Eddie se afastava risonho da expressão do amigo. - Mas você tinha dito que ele mexeu na sua mochila, você já viu se tem algo ali que ele deixou? - Eddie se encostou na cabeceira da cama de Bill, que se pôs a pensar.

- Eu n-não tinha pensado nisso, q-quer procurar com-migo? - Ele disse, coçando a nuca. Eddie assentiu devagar com a cabeça, e Bill se afastou do amigo pegando sua mochila e a jogando na cama. Eddie por sua vez, abriu o zíper e encarou o interior da mochila. - Cara, quanta coisa... que isso, você leva a biblioteca inteira pra casa?

- Eddie, claro que n-não, isso são os livros d-didáticos que minha mãe pagou, eu faço a-aula de reforços, por que e-entrei na metade do ano. E aí t-também tem os livros que são do clube de d-drama.

- Nossa, que menino estudioso. Mas não é isso que eu estou procurando, certo? O que Stanley Uris esconderia na mochila de seu amado?

- Não sou o a-amado do Stan, para de f-falar assim. - Bill engoliu em seco, ele ficava nervoso com esse assunto. Não sabia o por que exatamente, mas se sentia desconfortável. - Tudo bem, não fica nervoso!

- Proc-cura dentro dos cad-dernos, eu procuro d-dentro da mochila. - Denbrough disse, tirando os cadernos de dentro da mochila e entregando a Eddie, que começou sua ''investigação''. Bill colocou a mão para sentir alguma coisa, mas não sentia nada de diferente do que tinha posto na mochila no dia anterior.

Não sabia se realmente tinha algo ali, e estava preparando sua própria mente para não se sentir frustrado se não achasse nada por ali. Não era a obrigação de Stanley, mas parte de si queria muito que tivesse alguma coisa, queria que Stan o surpreendesse.

- Oh, meu Deus, quanta fofura... - Eddie indagou depois de um tempo em silêncio, encarando a capa do caderno que Bill havia definido para matemática. - O que aconteceu?

- Stanley Uris, um número, dois coraçõezinhos ligados por uma flecha. Cara, ele tá tão na sua. - Eddie estendeu o braço com o caderno para Bill, que não demorou para jogar os olhos curiosos para cima da letra impecável de Stanley, sorriu internamente. - Fofo.

- Chama ele. - Eddie disse, e como um impulso Bill grunhiu. - Ah qual foi, ele te deu o número dele... talvez ele esteja esperando uma mensagem, ou, um telefonema.

- Pensando por esse lado, v-você pode estar c-certo!

- Eu tô sempre certo, não esquece disso. - Eddie disse, colocando um fio de cabelo inexistente pra trás das orelhas, e ambos caíram na gargalhada. - Ok, m-mas o que eu mando? N-não queria chegar tipo como se ele n-não fosse nada, e nem como s-se eu fosse desesperado.

- Mesmo eu sabendo que você é desesperado, eu vou te ajudar. - Bill revirou os olhos assim que Eddie terminou de falar, e deu um soquinho no ombro do amigo que riu fraco. - Ok, vamos lá, manda um ''oi, aqui é o Bill!'' e sai...

papel principal | stenbrough/stanbroughOnde histórias criam vida. Descubra agora