desmaiei p-por que você..

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— Será que aquilo significou algo? - Stan estava sentado em uma cadeira de frente pro espelho enquanto Bev passava creme e secava seus cabelos, e Richie estava sentado na sua cômoda com as pernas pendendo pra fora, enquanto as balançava. — E se tiver significado o que eu tenho que fazer?? — Ele insistiu.

— São sete da manhã, Stanley, não me faz pergunte difícil. Mas é óbvio, hoje tem ensaio, fala com ele sobre isso... — Falou, continuando a balançar suas pernas. — Ele não vai fugir de você, é o Bill. — Comentou, massageando os cabelos do amigo enquanto o encarava pelo espelho.

— Não sei explicar o que eu to sentindo, se ele perguntar eu vou travar, e se ele não perguntar...aí eu vou chorar. — Se levantou da cadeira num reflexo, e suspirou murchando os ombros. — Escuta, Stanny, não tem como ele não pergunta sobre isso se você for direto e falar que quer conversar sobre a música que ele cantou. Ponto. — Richie falou. E ele estava certo, se Stan fosse direto as coisas seriam rápidas. Mas quem disse que ele conseguia ser direto quando os mais belos olhos azuis acinzentados estão vidrados em seu rosto?

Bufou batendo uma das pernas no chão do quarto, caçando por sua mochila com os olhos. — Ok, agora vamos pra aula, por que eu tenho um longo dia pela frente.

— Vai ter que resolver sua vida amorosa, pequeno Stanny, ele está crescendo... daqui a pouco não podemos mais chama-lo dessa forma. — Bev falou, rindo, desencadeando uma risada de Richie, que já estava pronto pra descer.

— Não é minha vida amorosa, até por que não tem um relacionamento.

— Vai dizer isso mais uma vez na cara dele?? Quantas músicas ele vai precisar cantar pra você entender que amigo somos nós, e não você e ele? — Marsh bateu a porta deixando Stan sozinho no quarto. O garoto bufou mais uma vez, iniciando uma caminhada até a sua cama com os passos pesados, desferindo incontáveis socos em seu travesseiro. — Coração idiota, eu te odeio. — Resmungou, puxando sem jeito a alça da mochila, e descendo enquanto sentia sua mão latejar por ter errado o travesseiro e socado um de seus livros didáticos.

...

— Ação, é tudo o que peço pra você, Henry... eu não consigo ver o cara empático, que distribui abraços na escola em você... trabalha isso. — Ben apontou, e o professor ficou atrás dele de olhos arregalados com tamanha precisão. — Stan, meus olhos brilharam a ver como seu talento prevalece a sua personalidade, eu não consegui ver você e eu to impressionado, de verdade... — Sorriu, vendo o rapaz de cabelos cacheados olhar pras suas próprias pernas, respirando fundo.

— Bill... eu nem sei o que dizer, você ficou radiante em cima desse palco, tudo o que você falou, não, não... tudo o que o personagem disse! Foi incrivel aos meus olhos, tenho certeza que todo mundo vai amar.

— Greta eu nem preciso falar nada eu mal te conheço mas sei que esse personagem caiu perfeitamente pra você!!! Parabéns, o papel mais fácil de ser construído! — Riu, e a garota riu de volta. — Vou considerar isso um elogio.

— Eu amei a atuação de todos vocês, eu juro, esse foi o melhor espetáculo que eu já vi em toda minha vida, e não me gabando, mas o melhor enredo! — Disse, e todos os atores riram. — Obrigado por deixar isso acontecer professor, e obrigado por aceitarem atuar uma peça escrita por estudante como vocês. Eu to muito feliz!! — Falou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Fooooofo. — Uma garota disse, e todos eles pularam do palco indo envolver Ben em um abraço coletivo, que retribuiu com maior carinho. — Ok, hora de ir pras aulas de vocês... — O professor disse, colocando a mochila nas costas e o pessoal se afastou indo cada um pra sua direção. Bill pegou sua mochila, arrumando as alças mas sentiu uma mão entrelaçar na sua, virando assustado.

papel principal | stenbrough/stanbroughOnde histórias criam vida. Descubra agora