assinatura e números de telefone

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Tozier estava determinado a passar o fim de semana fazendo absolutamente nada, mas quando Stanley começou a encher sua cabeça com falas, preparamento para voz e poses valentonas, ele estava pronto pra passar o final de semana ajudando o melhor amigo a preparar seu personagem.

- Ué, se inspira em algum valentão famoso...

- Não é assim que funciona, Rich, você tem que sentir seu personagem. Não podemos nos tornar só mais uma cópia qualquer...

- Ser mais uma cópia qualquer é muito mais fácil, bom dia meninos! - Bev se juntou aos dois, ajeitando a mochila nas costas. Era uma mania da garota, sempre que se sentia com razão, ajeitava sua mochila como se estivesse em um daqueles filmes. - Mas não é autêntico, e o propósito de ser um ator é ser autêntico.. - Stan revirou os olhos, assim que encararam a sorveteria.

- Vamos nos atrasar pra você chegar em casa, madame? - Richie encarou Bev, que negou devagar com a cabeça. Desde que seu pai havia perdido sua guarda, ela vivia com sua tia que mal ficava em casa, mas quando estava, colocou a regra de que antes das 20h ela tinha que estar em casa. Vocês sabem, Derry não é tão movimentada assim, ainda mais a noite.

- Então vamos pegar um sorvete logo, antes que o bundão do Stanley desmaie de nervosismo. - Richie disse, risonho. - Por que você não substitui seu vocabulário para algo mais leve? Existem inúmeros xingamentos que não envolvem partes íntimas.

- Quais você pode me citar? - Tozier entrou na onda, fazendo Stanley respirar fundo e pensar na sua lista de palavrões leves que tinha aprendido nessa época sem falar coisas pesadas. - Idiota, panaca, babaca... existem vários! - Stan revirou os olhos e Richie riu.

- Panaca é tão velho, você aumenta uns sessenta anos assim que fala essa palavra, sabia né?

- Ai Richie... eu não vou falar nada pra você, eu não quero me exaltar. Cadê o pessoal da bancada? Vamos esperar o resto de nossas medíocres vidas aqui?

- Para de ser tão inteligente e falar palavras bonitas! - Bev disse, desencadeando uma gargalhada dos dois amigos. - Oi, desculpem a demora, é que temos um jovem aprendiz na nossa sorveteria e estamos o ajudando. Vão querer de que? - Um garoto de cabelos marrons saiu de dentro de uma possível cozinha, Stan imaginava.

- Olha, finalmente, é casquinha de chocolate pros três. - Bev se pronunciou enquanto os dois meninos encaravam confusos o garoto. Pra falar a verdade, nunca haviam visto ele e sempre foram nessa mesma sorveteria desde que se entendiam por gente. Richie pousou os olhos em seu crachá. Michael Hanlon.

- Ok, vou pedir pro garoto novo fazer e vocês podem se encaminhar pra alguma mesa se quiserem... - Ele sorriu gentilmente, Stanley respirou fundo tentando entender de onde esse menink havia surgido. - Ok, tudo bem, vamos panacas. - Bev disse, puxando os amigos pelo braço.

- Vocês não tinham afirmado com todas as palavras que eram heteros ontem? Estão vidrados no garoto por que? - Ela disse assim que os três sentaram na mesa. - Cara, eu não sei de onde ele surgiu. Fiquei curioso, ele parecia falar como se tivesse trabalhando aqui a muito tempo, e caralho... eu venho aqui desde meus nove anos de idade e nunca o vi. - Richie sussurrava enquanto Stan assentia com a cabeça.

- Aqui s-seus sorvetes, me desculpem a d-demo- Ai meu Deus, Stan v-você.. é, aqui os... sim, os sorv-vetes. - Bill apareceu com as casquinhas em mãos, vestido em um avental com o símbolo da sorveteria. Estendeu cada casquinha para o correspondente, e engoliu em seco.

- Bill! Que surpresa, você tá aqui também. - Richie disse lambendo o sorvete, dando ênfase no "também" recebendo um tapa por baixo da mesa de Stanley. - Obrigado, Bill, bom trabalho! Não sabia que trabalhava aqui... - Completou Stan.

papel principal | stenbrough/stanbroughOnde histórias criam vida. Descubra agora