WILLY!

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Após todo o elenco ajeitarem suas roupas, tirarem suas medidas e escolherem os tecidos, o professor liberou quem já estava pronto. — Billy, quando eu vou poder ir na sua casa? — Perguntou, enquanto caminhavam de mãos dadas.

— Quando v-você quiser.

— Podemos ir... agora? — Ele riu. Bom, nesse um mês que os garotos estavam mais próximos, Stan nunca tinha ido na casa de Bill, ele se corroía de curiosidade para saber como era, quantas pessoas moravam com ele, quem era a família dele... Mas não queria pressionar o rapaz.

— Ahn... claro, s-só não repara na bagunça. — Eles continuaram a caminhar conversando sobre inúmeras coisas, Stan não conseguia tirar o sorriso do rosto, era incrível a energia que Bill passava pra ele, uma das sensações mais deliciosas que Stan já havia sentido.

A conversa estava tão boa que os dois garotos nem repararam que já estavam na frente da casa de Bill, ambos subiram os pequenos degraus até a porta de entrada. O legal daquela parte da vizinhança é que todas as casas tem quase o mesmo estilo, o que diferencia são as cores das casas, e os tamanhos, mas seguem o mesmo tema, jardins bem verdes e bem cuidados na frente da casa, alguns degraus até a porta de entrada, e sacadas em todos os quartos, o que deixava Bill feliz já que adorava desenhar ao ar livre e se sentia menos preso em casa naquela parte.

O rapaz pegou a chave de casa no bolso da calça, e abriu, tendo em vista sua mãe e seu pai tentando achar um filme para assistir. — Mãe? — Chamou. A mulher levantou a cabeça, analisando Bill... e Stan.

— Quem é esse?

— Mãe, esse é o Stan, o menino que eu t-tinha falado pra você. Eu t-trouxe ele pra passar o resto da t-tarde aqui, ok? — Sentiu seu corpo tremer. Sua mãe tombou a cabeça pro lado, meio confusa, mas apenas assentiu, voltando a prestar atenção na televisão. Bill soltou o ar como se tivesse tirado um peso de suas costas. Puxou Stanley para o andar de cima como na velocidade da luz, não queria que ele escutasse nada que os pais dele fossem falar em relação ao cacheado. — D-desculpa te puxar assim, é que t-talvez não seja um bom dia pra f-falar com ela... M-mas seja bem vindo ao segundo andar. — Sorriu, vendo Stan retribuir o sorriso ainda confuso.

— Bom, aqui é o q-quarto dos meus pais.. — Apontou. — Aqui o q-quarto do meu irmão mais novo, o banheiro, e o m-meu quarto.

— Você tem um irmão?

— Sim, eu q-quase não falo com ele ou sobre ele, por que somos irmãos ap-penas por parte de mãe, e ele geralmente fica mais t-tempo com o pai dele. — Abriu a porta de seu quarto, revelando um outro universo completamente decorado do seu jeito para Stan. O garoto entrou no quarto de olhos arregalados ao perceber o quanto aquele local passava a energia de Bill, as paredes azuis escuras, as prateleiras cheias de funkos e livros, a televisão pendurada perto da cama com video games apoiados numa espécie de mesa que tinha ali, e a escrivaninha toda revirada com folhas de desenho, texto da peça e coisas da escola. A cama ajeitada, com uma montanha de travesseiros, Stan permitiu-se rir daquilo, enquanto Bill fechava a cortina da sacada e ligava o led azul que tinha no quarto.

— Eu g-gosto do led assim, você quer e-escolher uma cor? — Fixou seus olhos na expressão impressionada de Stan.

— Tá lindo assim... caramba, seu quarto parece uma outra dimensão. Eu to encantado. — Se aproximou da escrivaninha, vendo os desenhos jogados, e sorriu vendo o esboço de um garoto de cabelos cacheados. — Eu não arrumei n-nada, perdão, não imaginava que v-você iria querer vir agora.

— Tá tudo bem, se você quiser que eu volte outro dia..

— N-não é isso, é que... v-você- não, tá t-t-t... tudo b-bem, sério... — Se virou desesperado, vendo o garoto em sua frente cair na gargalhada. — Não precisa ficar nervoso...

papel principal | stenbrough/stanbroughOnde histórias criam vida. Descubra agora