O final de semana tinha passado rápido, o que deixava os ombros de Stan tensionados. Era o primeiro ensaio da peça que iriam apresentar, era chamada algo como "o clichê mais clichê de todos". Ele ainda não tinha conformado 100% que não tinha pego o papel principal, mas ficava mais tranquilo quando o papel tinha se direcionado a uma pessoa legal como Bill.
Falando nele, Stan e ele passaram o fim de semana conversando pelo celular, o que deixou a mãe de Stan meio confusa. A família Uris nunca foi de usar muito o celular... e aí isso aconteceu:
Stan, sua mãe e seu pai estavam sentados na sala de estar da grande casa dos Uris. Nunca ninguém tinha entendido o por quê da casa deles ser tão grande, se eram apenas os três... mas não iriam reclamar, era herança da vó de Stanley, então eles usufruíam do que eram deles por direito.
Imagine assim: uma noite de domingo com a senhora Uris sentada no meio do sofá com um grande pote de pipoca amanteigada em seu colo, ao seu lado esquerdo o senhor Uris, tentando achar um bom filme para a noite de filmes, como costumavam fazer todo domingo que Stanley não precisava estudar para algo e ao lado direito o tão famoso Stan, com o celular em mãos conversando com Bill.
- Stanley, lembrou que ganhou um celular foi? Tá falando com quem? - Sua mãe disse risonha quando automaticamente Uris abaixou o aparelho nervoso, com os olhos arregalados. - É com alguma menina, hm?
- Amor, você esqueceu que ele não gosta de meninas? - O pai de Stan disse, com tranquilidade, ora... Stanley não podia se sentir mais orgulhoso de ter seus pais ao seu lado quando contou para eles que é gay. - Eu sempre esqueço, me perdoe querido, então é com algum garoto hein? Me diga, ele é bonito?
Stan riu. E como era... - Não estou falando com ninguém, mamãe. Não se engane, ninguém me quer naquela escola. - Sua mãe o olhou confusa. - Eu duvido muito disso, quem em sã consciência não gostaria de passar a noite fazendo cafuné nesses seus lindos cachos? - Riu, e Stan a acompanhou, sentindo seu celular vibrar.
- Cheque suas mensagens, e se despeça, ainda temos a noite de filme! - Ela disse, cutucando as costelas de Stan como implicância.
Sorriu lembrando enquanto se encostava no armário onde seus livros estavam, esperando pela chegada de Richie. Analisava as pessoas no corredor, se deu em si quando percebeu que o menino da sorveteria tinha o armário na frente do seu... esse mundo é bem pequeno mesmo. Ele tinha um pequeno grupo de amigos, pequeno mesmo, na verdade era só ele e um outro garoto. Stan lembrava dele, era o garoto que tinha ganho a medalha de ouro na matemática invés de Beverly, lembrava o tanto que a menina havia chorado nesse dia. Talvez esse grupo de amigos não saiba como lidar muito bem com a rejeição.
- E aí, Stan Urina, como t- Caramba, que cabelo lindo! O que passou nele hoje? - Richie disse, se pondo ao lado do melhor amigo que revirou os olhos. - O que você não fez dessa vez?
- Poxa, Stan, to só te elogiando. Mas...
- Eu sabia que tinha um ''mas''. - Stan disse rindo, enquanto Richie cruzou os braços na altura do peito. - Hey, eu não te elogio SÓ quando quero algo... mas enfim, você fez o dever de geografia?
- Tinha dever de geografia? - Ele disse confuso, sentindo seu corpo inteiro começar a soar de imediato. - Stan, ele passou na sexta. Você não fez? Quem corrompeu meu menino de ouro?
Uris riu. Droga, não tinha feito o dever. - Mal dormi esse fim de semana, mas enfim, existe a primeira vez pra tudo na vida, certo? - Ele diz, abrindo seu armário e controlando a vontade começar a chorar. - Não dormiu? Por que? Tava passando mal? Tu tá bem?
Richie começou a se desesperar, puxando Stan pelo braço, fechando seu armário no reflexo, e colocando a mão sobre sua testa, checando sua febre. - Eu não tava passando mal, e sim, eu estou bem. Eu fiquei conversando.
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papel principal | stenbrough/stanbrough
FanfictionA vida de Stan como ator sempre foi fácil, sempre teve os papéis principais nas peças teatrais da escola, o príncipe do clube de drama era a fama de Stan na escola. Até que um garoto chega na escola roubando a cena, e talvez... o coração de Stanley...