❛𝗯𝗮𝗱 𝗯𝗼𝘆❜ ↯ 𝖻𝖾𝖺𝗎𝖺𝗇𝗒.「✔」

ϟ 28

any gabrielly.

— Meu pai vai fazer você apodrecer em uma cela. — Eu falei, a raiva subindo em mim enquanto eu olhava para um homem psicótico na minha frente.

— Ele nunca vai encontrar você. — Respondeu Ryan, olhando para as unhas como se ele fosse uma menina.

Tentando me mover, eu mentalmente xinguei as cordas que me prendiam à cadeira de madeira, a luz em cima de mim estava me cegando. Eu bufei, deixando meus olhos varrerem meus arredores enquanto eu engasgava com a visão. Era um galpão. Um galpão que me enojou, pois havia animais mortos no canto e pichações nas paredes. Havia uma foto de uma mulher nua com tinta spray enquanto eu desviava meus olhos, enojada com esse homem que me mantinha cativo em sua presença.

— Por que você está fazendo isso? — Eu perguntei, tentando não deixar o medo transparecer nas minhas palavras.

— Menina patética. — Ryan respondeu enquanto pegava uma cadeira sobressalente e a colocava na minha frente antes de sentar-se confortavelmente. — Você acha que eu diria a você?

— Você vai me matar mesmo assim, por que não? — Eu questionei de volta com um grunhido quando pude sentir meu coração pular.

— Quem disse alguma coisa sobre matar? — Ryan me perguntou quando ele bufou, cruzando os braços. — Eu sou um pai.

Eu arqueei minha sobrancelha enquanto deixei meus olhos vagarem ao redor de seu rosto. Meus olhos se arregalam com suas feições, características que nem sequer parecem com qualquer um dos gêmeos, mas que ainda assim poderiam ter a aparência perfeita de sua mãe.  Olhando para suas feições mais uma vez, eu confirmei que era definitivamente da mãe deles.  Suspirando, deixei minha cabeça cair na derrota.

— Espero que você saiba que os gêmeos não são meus filhos de sangue. — Disse Ryan em tom monótono que fez minha cabeça disparar, meus olhos se arregalando.

— O que você acabou de dizer? — Eu perguntei perplexa.

— Eu assassinei os pais deles. — Ryan respondeu como se pensar naquele momento não o incomodasse, mas apenas o satisfizesse.

Meu coração começou a aumentar sua velocidade enquanto eu olhava ao redor, desesperada para encontrar uma saída porque eu não sabia o que esse homem poderia fazer comigo. Mordi meu lábio enquanto o observava me observar, um sorriso se formando em seus lábios e foi quando eu imaginei que ele sabia que eu o temia.

— Tenho uma identidade falsa. — Ryan disse como se seus segredos estivessem saindo de sua boca um por um. — Eu sou um assassino. Um estuprador.

A última palavra me alarmou.

Eu limpei minha garganta e me inclinei para trás, não querendo que suas mãos repugnantes me tocassem enquanto eu quebrava o contato visual. Ryan riu como um maníaco enquanto suspirava contente, como se precisasse dizer para conseguir que um monte de peso fosse tirado de seus ombros. Eu assisti Ryan se levantar e se aproximar de mim com o dedo indicador apontando para mim. Senti seu dedo deslizar contra minha bochecha suavemente enquanto ele coloca seu rosto nojento bem em frente ao meu como se estivesse me observando. Eu quase vomitei.  Ryan deixou um sorriso pousar em seus lábios antes de ficar de pé, olhando para mim antes de se virar e se afastar.

Eu soltei uma respiração que eu não sabia que eu estava segurando enquanto me movia no meu lugar, tentando me desamarrar dessas cordas horríveis. Eu orei para que meus pais, Josh, viessem me encontrar ou então eu poderia morrer neste lugar horrendo. Fechei os olhos e respirei para dentro e para fora constantemente, tentando me acalmar ou morreria apenas por ter um ataque de pânico.

— Any, você vai sobreviver. — Eu sussurrei para mim mesma, tentando fazer parecer convincente.

Quando ouvi passos, eu abri meus olhos e deixei minha expressão em branco pousar no meu rosto antes que ela sumisse.  Minha boca se abriu surpresa com minha expressão vazia enquanto eu observava um garoto muito familiar se aproximar de mim com culpa escrita em todo o seu rosto mais ainda sim havia satisfação.

Eu apertei minha mandíbula, empurrando o impulso de ter que saltar sobre ele com toda a minha energia e apenas atacá-lo.  Lá estava ele, seu cabelo fora do lugar. Ele não estava usando sua roupa de bad boy que consistia em preto, não. Ele estava vestindo uma porra de terno e gravata. Um terno e gravata. Você poderia acreditar nisso? Eu apertei e afrouxei meu queixo enquanto piscava várias vezes, rezando para que meus olhos estivessem me enganando, mas infelizmente, eles não estavam.

— Any Gabrielly. — Ele falou.

— Como você pode nos enganar? — Eu gritei em fúria, sentindo um nó na garganta e meu coração batendo contra o meu peito rapidamente, enquanto eu me sentia à beira das lágrimas.

— Ken é meu tio. — Ele respondeu com um sorriso malicioso enquanto eu podia sentir um nó subindo pela minha garganta. — Nós somos uma família.

— Que diabos é Ken? — Eu questionei, confusa.

Ele riu antes de passar os dedos pelos cabelos. 

— Ryan, quero dizer. Identidade falsa, lembra?

— Os garotos são sua família também. — Falei enquanto o observava balançar a cabeça antes de suspirar.

— Não Any, você simplesmente não entende. — Ele respondeu, seus olhos escurecendo. — Eu sou uma sombra. Eu preciso dos holofotes. E Ken vai me dar isso.

— Você é um psicopata. — Eu cuspi.

— Esse é o meu verdadeiro eu. — Ele disse com uma risada profunda. — Odiava seguir os garotos em todos os lugares.

— Você vai para a prisão também. — Eu respondi, o olhando.

— Quem sabe doce Any? — Ele questionou retoricamente. — O mundo de Josh sempre girou em torno de você.

— E? — Eu questionei de volta, confusa, mas depois a verdade bateu em mim, mentalmente me esbofeteando sem perceber isso mais cedo, mas como eu poderia? Ele era bom em mascarar seus sentimentos. — Você quer Josh.

Ele bateu palmas como se estivesse orgulhoso de mim. 

— Bom trabalho.

— Eu nunca imaginei que você fosse homossexual. — Eu sussurrei.

— Claro que não, mas de qualquer maneira, o suficiente sobre mim. — Ele riu novamente. — Tudo bem, vou me certificar de que pouco dano virá a você.

Eu assisti ele se virar antes de me deixar sozinha, sumindo da minha vista. Apertando minha mandíbula com sua traição, cerrei meus punhos como se as cordas estivessem sendo desamarradas e que eu teria a chance de golpear ele.

Ken vai pagar pelo que ele fez e você também,

Carl.

kisses,
- lia.