DOZE

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Você vai sentir minha falta

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Você vai sentir minha falta. E eu não vou mais estar em sua espera
— Clarice Lispector



Eu estava ofegante.

Parei por alguns minutos para recuperar o fôlego e tentar voltar para meu apartamento correndo ou andando.

O sol estava perfeito para uma corrida na praia quando acordei, vesti roupas adequadas e saí para correr. Corri por uma hora e meia. Sorri satisfeita ao olhar o cronômetro no meu celular. Desliguei a música que tocava nos fones de ouvidos e voltei andando para o apartamento.

Comprimentei o porteiro que estava lendo um jornal, sentado atrás de um computador com câmeras vigilantes que, filmavam o condomínio todo. O mesmo homem na casa de seus cinquenta e cinco anos, me lançou um sorriso gentil e voltou sua atenção para o jornal.

Caminhei em passos lentos para meu apartamento e assim que adentrei o mesmo, me arrependo amargamente. Uma onda de irritação e ódio percorreu meu corpo todo, suspirei fundo tentando achar forças para não surtar ou esmurrar alguém e esse alguém, definitivamente seria Dylan Campbell ou de preferência, Daphne Williams.

Daphne estava usando apenas uma camiseta de Dylan, enquanto o mesmo mexia algo dentro da panela. Suspirei fundo, em busca da minha paz interior e em passos pesados, caminhei para a geladeira e retirei uma garrafa de água. Senti a água gelada descer por minha garganta juntamente com meu ódio.

— Não sabíamos que tinha chegado, querida — Daphne disse com um tom cínico e venenoso.

Rolei os olhos e fiquei em silêncio. Supliquei para que a loira de farmácia ficasse em silêncio, mas isso não aconteceu e a mesma voltou a falar:

— Você faz bem em correr na praia, estou te achando tão gordinha.

— É mesmo? — fiz um falso tom de preocupação, deixando a mesma acreditar que me afetou. — Quem come não reclama.

Dylan que mexia em alguma coisa na panela, parou para nos olhar.

— Com certeza ele não têm opção melhor.

Soltei uma gargalhada venenosa, mostrando que daquele jogo, eu também sabia jogar.

— Bom, eu não diria isso — falei sorrindo. — O Dylan te come, mas isso não impede ele de ir parar na minha cama todas as noites que ele pode.

Seu sorriso cínico morreu, seu rosto ficou vermelho de ódio quando a mesma me encarou com raiva:

— Isso é mentira.

DOSES DE PERIGO [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora