Capítulo 19

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Meu corpo foi jogado um pouco para frente, mas eu consegui ficar de pé mesmo depois de desequilibrar, Jesse estava extremamente parado e seu punho estava fechado com mais força. A luz se estabilizou e um funcionário avisou que sentia muito e logo o problema estaria resolvido.

De repente o Jesse caiu no chão e eu me aproximei rapidamente dele.

-Jesse? Jesse? – eu segurei o corpo dele e ele estava com a respiração ofegante e seu rosto estava pálido – Jesse, o que foi? Jesse?

-Eu não consigo respirar – ele disse passando a mão no peito e eu segurei seu rosto com as duas mãos.

-Okay, calma... – eu o tranquilizei, mas ele ainda estava inquieto – Olha aqui para mim! – eu disse e ele estava olhando para baixo – Jesse! Olha para mim! – ele me olhou.

Se eu realmente parasse para analisar a situação foi algo realmente inusitado, mas agora não era hora de analisar nada.

-Respira comigo, okay? – eu disse e ele assentiu. Eu comecei a respirar fundo e ele foi copiando meus movimentos – Se acalma, nestante vão nos tirar daqui.

Depois de alguns segundos, ele parecia mais calmo, tirei a mão do seu rosto e quando eu ia levantar, ele segurou a minha mão, arregalei um pouco os olhos e ele olhou para o lado.

-Só até o elevador abrir... – ele disse baixo e eu me sentei do seu lado, estávamos ainda de mãos dadas.

Um silêncio constrangedor se formou, eu não sei o que era mais estranho, o Jesse ter tido um ataque de pânico, eu ter que acalmá-lo ou estar sentada de mãos dadas com ele. Pelo menos eu vi um outro lado dele... Quer dizer... Isso vale de alguma coisa?

-Emma Morris... – eu comecei a falar e ele me olhou – Você sabia sobre ela e o Ryder?

- ... – ele assentiu sem dar muita importância – Eu era assistente do diretor do filme que ela ia fazer.

-O Ryder realmente a gravou sem o consentimento dela? – eu questionei e ele me olhou.

-Toda a equipe assinou um termo de confidencialidade sobre o assunto – ele disse e eu fiquei quieta – Como soube dessa história?

-Apenas soube – eu disse e ele concordou – Por que está de mãos dadas comigo? – ele pareceu ter ficado sem graça.

-Apenas porque sim – ele disse e eu sorri, ele me olhou confuso.

-Você sempre é tão rígido e frio comigo – eu o olhei – É porque eu "roubei" o lugar da Julie no filme? Ou porque o Ryder simpatizou comigo no começo?

-Podemos só ficar em silêncio? – ele me olhou e eu neguei.

-Eu quero falar, se não quiser responder, problema seu – eu disse e ele acabou sorrindo, eu nunca o vi sorrindo antes. Na verdade, ver o Jesse vulnerável dessa forma o deixou mais atraente.

-Você só faz o que quer, Elena – ele disse e eu concordei.

-Eu só tenho vinte e um anos, estou na fase de ser rebelde e fazer o que eu quero, certo? – eu disse e ele me olhou diferente – E você tem vinte e sete e age como um adulto de quarenta.

-Grandes trabalhos vem com grandes responsabilidades – ele disse e eu revirei os olhos, ele me olhou estranho.

-Não tente usar essa frase comigo – eu disse e olhei para cima. Passamos alguns segundos em silêncio – Você é tão reservado e sério, por quê?

-Porque sim – ele disse e eu dei um tapa no ombro dele. Ele arregalou os olhos – O que pensa que está fazendo?

-Estou fazendo o que eu quero – eu respondi e sorri encostando minha cabeça no ombro dele, ele recuou e eu o segui, encostando de novo – Vamos ser legais um com o outro, okay? Já basta a Julie para infernizar minha vida.

- ... – ele não disse nada.

-Okay, me ignore se preferir – eu disse respirando fundo.

O silêncio voltou a prevalecer e de repente o elevador voltou a funcionar, nos levantamos e o Jesse soltou minha mão. Esperei até chegar ao térreo e ele saiu sem falar nada, bem a cara dele mesmo.

Avistei de longe o Justin e corri na direção dele, passando o Jesse. Justin sorriu ao me ver e eu parei na sua frente.

-O que está fazendo aqui? – eu questionei alegre.

-Nick disse que não tinha como ir para casa, então vim te buscar – ele passou o braço ao redor do meu ombro.

-E a história de sem apego? – eu questionei o olhando e ele fez cara feia.

-Eu não vou me apaixonar por você, só estou sendo legal – ele disse e eu concordei.

-Vou aceitar só porque eu estou morta de sono – eu disse e ele afirmou com a cabeça.

Ele continuou com o braço no meu ombro enquanto andávamos para fora do prédio, olhei para trás e Jesse estava nos olhando, virei meu rosto novamente para frente.

Continua...

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