Respirei fundo enquanto repetia meu mantra na cabeça "Você é incrível! Você consegue!". Nick colocou a mão no meu ombro como uma maneira de me acalmar.
-Você vai arrasar, okay? – ela me motivou enquanto eu me olhava no espelho – Não existe melhor atriz no mundo que você... Quer dizer, fora eu, claro – eu ri.
-Obrigada, Nick – eu disse e ela sorriu – Eu estou um pouco nervosa, esse é um filme grande e eu nunca passei de uma mera figurante.
-Porque não teve oportunidade – ela rebateu – Você está linda! Eu mesma que fiz sua chapinha, esqueceu? Impossível ficar feia sob os meus cuidados.
-Eu esperava um "impossível ficar feia porque você é linda", mas eu aceito isso também – eu ri e ela riu também.
Passei a mão no cabelo pela última vez e peguei as chaves da moto.
-Me deseje sorte! – eu a olhei.
-Quem precisa de sorte quando se tem talento? – ela piscou e eu ri assentindo. Sai de casa mais determinada do que nunca.
[...]
Assim que cheguei no lugar, havia umas quinze garotas, algumas pareciam inseguras demais e outras pareciam seguras demais, quase exalando arrogância. Eu, estava no meio termo, eu sei do que eu sou capaz, mas não preciso ostentar isso para as outras meninas. Eu estava tentando a vaga da personagem Tiffany, pelo que eu entendi ela era uma amiga da protagonista no passado, ela deve ter menos de dez cenas, mas eu estava feliz com aquilo.
O que me deixava nervosa de verdade era que aquele filme era uma adaptação do grande best-seller "Como será o amanhã?", e muitas pessoas estavam ansiosas com ele, ou seja, muita pressão mesmo sendo uma personagem que não parece no livro, mas enfim.
As garotas foram indo aos poucos e acabou que eu fui a última a entrar na sala do teste, assim que meu nome foi chamado, respirei fundo e entrei com confiança. Havia três homens lá e um deles era o Jesse Foster, um jovem diretor que se popularizou muito depois do último filme que dirigiu.
-Elena, certo? – um dos homens questionou.
-Certo – eu assenti e ele voltou a olhar para o papel.
-Você veio por qual papel, Elena? – ele perguntou.
-A Tiffany, eu vim por esse papel – eu respondi normalmente.
-Qual cena gostaria de fazer? – ele me olhou novamente.
-A cena do funeral do pai da Rachel, em que ela a consola – eu disse e ele arqueou as sobrancelhas.
-Essa cena não foi tentada por nenhuma garota – ele comentou – É uma cena difícil de se fazer sozinha, requer muito emocional da atriz, tem certeza dessa escolha?
-Eu tenho certeza, eu consigo – eu disse confiante e ele assentiu.
-Como queira – ele concordou – Comece quando estiver pronta!
Fiz meu mantra mentalmente e reparei que Jesse parecia intrigado com minha confiança, desfoquei dele e foquei na cena. As palavras e minhas ações foram surgindo normalmente, eu pratiquei muito em casa e conseguia forçar o choro de uma forma natural. Nick falava que esse é um dos meus dons de atuação.
Quando acabou o teste, vejo uma palma muito alta vindo da lateral e quando eu olho era o Ryder, sim, o Ryder Hudson, um dos atores mais queridinhos da América do Norte. Tentei disfarçar meu êxtase e me mantive completamente profissional. Foi uma das coisas que eu aprendi na minha curta carreira de dois anos, não aja como uma idiota por atores famosos que você vai contracenar.
-Ela é a Rachel perfeita! – ele disse e eu arregalei os olhos.
-O que? – eu e o Jesse dissemos em coro.
-Como é seu nome mesmo? Ellen? – ele questionou e eu neguei.
-Elena – eu disse ainda incrédula por aquele comentário.
-Que bobagem é essa, Ryder? – Jesse o olhou feio – A Rachel é a protagonista e a Julie vai ser a Rachel.
-Você viu como ela atuou? – ele apontou para mim – A Julie é boa, mas convenhamos, ela com cenas de choro é a coisa mais falsa do mundo.
Minhas mãos estavam começando a suar e eu as segurei atrás do corpo, para disfarçar.
- ... – Jesse suspirou – Essa garota nunca teve um papel de verdade, como quer que eu dê a ela a protagonista desse filme? Eu já informei a escritora que a Julie vai ganhar o papel principal.
-A escritora L.B não vai se importar e você sabe disso – ele rebateu – Ela quer o melhor para o filme dela e essa garota é incrível demais para ser apenas a Tiffany, ela nasceu para ser a Rachel.
-Isso foi bem exagerado, eu acho... – eu pensei comigo mesma.
-Ryder! – ele levantou da cadeira irado e eu me assustei um pouco – Essa garota é um nada! Esse filme é muito importante e a Julie é atriz há mais de cinco anos, tem um histórico incrível e tem cerca de cinco milhões de seguidores que a querem nesse filme.
-Eu tenho quinze milhões – ele disse e eu engoli seco – A Julie até pode ser boa, mas ela não se encaixa nesse papel da Rachel, uma mulher que viveu um relacionamento abusivo e acabou cúmplice de um assassinato.
Jesse se sentou na cadeira e me olhou feio, senti que eu estava contra a parede, entre o Ryder e o Jesse.
-O que me diz Elena? – ele me olhou e eu arregalei os olhos – Aceita ser a Rachel?
Continua...
Olá pessoas! Essa é minha primeira história original e eu resolvi dar um toque extra nela, com referências de dois imagines que eu escrevi e gosto muito <3
Eu espero que vocês se divirtam lendo, porque eu estou amando escrevê-lo, ainda mais trazendo a Elena, uma personagem do imagine Meu Maior Pecado.
A postagem será diária, beijos e até mais :3
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Luz, câmera, ação!
Roman d'amourElena é o tipo de jovem ambiciosa, porém realista, que sonha em ser uma atriz famosa e reconhecida, mas sabe que o caminho até lá não é nada fácil. Ela arriscou sua carreira se mudando do México para Los Angeles e começou a tentar vários papéis em d...