Sueños Y Secretos | Christopher Vélez

<< Cap. 34 >>

POV S/n Bianco

Quando eu ouvi ela dizendo aquilo eu não acreditei. É sério que ela não vai me contar? Ela não pensou que se não me contar a verdade eu posso pensar o pior? Se ela não me falar, eu vou ter que descobrir sozinha... Ando até a cozinha e vejo o celular de minha mãe em cima da mesa. Ela deve ter esquecido ali, quando foi levar Kyara à escola.

É uma ótima chance de descobrir algo...

Pego o celular e olho ao redor. Me encosto no balcão e desbloqueio o celular, já que sei a senha, foi fácil. Procuro o número que ela havia ligado naquele dia e naquele horário. Encontro o número salvo como "Marlon", é o irmão de minha mãe... Entro nas mensagens deles, começo a subir para ver as mensagens antigas, procurando se eles falaram algo sobre a Maggie.

Vejo que ele mandou um número, pelo que ele diz na mensagem, é o número da Maggie. Salvo o número em meu celular. Tento achar mais alguma coisa, mas não encontro mais nada. Apago todos os meus rastros no celular dela, para ela não desconfiar de nada. Deixo o celular no mesmo lugar que estava e vou ao meu quarto.

Fico olhando para o número, pensando se devo ligar ou não. Também não faz sentido ligar... Maggie está morta, segundo o Google. Mas e se alguém atender... Clico rapidamente no botão de chamada. O telefone começa a chamar e chamar, até que alguém atende. Alguém atendeu?! Espero que não seja o espírito da Maggie. Tô brincando...

Ok, não é momento de brincadeira.

— Alô? — ouço uma voz masculina.

— Oi... É... Eu liguei para saber sobre a Maggie Evans — digo um pouco apreensiva.

— Posso saber quem é? — aquela voz diz. Aí Deus... Digo meu nome ou não...?

— É... Eu sou S/n — digo ainda apreensiva.

— S/n?! — ele pergunta — Eu posso te contar tudo o que sei sobre a Maggie... Mas, você tem que vir sozinha — ele fala.

— Sozinha?! — pergunto.

— Se você quiser saber tudo, essa é a condição — ele diz.

— Ok... Hum... Tudo bem, eu quero realmente saber tudo — digo enquanto mordo minha unha, com preocupação.

— Vou te mandar por mensagem o endereço onde temos que nos encontrar — ele termina de dizer e desliga.

Alguns segundos depois, ele manda o endereço. Um lugar que não tenho ideia de onde é... Pesquiso no Google o endereço, aparece apenas o mapa mostrando onde fica, mas não há fotos. A única coisa que sei é que é fora da cidade. Isso pode ser perigoso...

Mas se eu quiser saber o que minha mãe está escondendo, ir a esse lugar é o único jeito...

[...]

Acabei de jantar, subo para o meu quarto e ligo a televisão. Coloco em meu canal favorito para assistir algum desenho animado. Tenho vinte e dois anos, mas dez de mentalidade. Vou esperar Kyara e minha mãe dormirem para eu poder ir ao tal lugar.

Quero muito descobrir, mas não quero magoar a minha mãe, Giovana. Ela sempre me protegeu. Então, se ela escondeu isso de mim, deve haver algum motivo... A amo muito. Minha mãe sempre cuidou de mim, esteve do meu lado nos melhores e piores momentos da minha vida, me deu conselhos, me defendeu e me deu muito amor e carinho. Ela é muito especial.

Assim que dá meia-noite, dou uma olhada no quarto das duas e vejo que elas estão dormindo tranquilamente. Volto ao meu quarto e começo a pegar algumas coisas. Um spray de pimenta e o meu celular caso eu precise enviar uma mensagem SOS. Nunca se sabe...

Saio de casa e peço um taxi. Quando ele chega, entro e dou a direção. Encosto a cabeça no vidro, enquanto o motorista começa a dirigir. Será que foi uma boa ideia? Será que realmente vou descobrir o meu passado? Suspiro fundo. Preciso me acalmar. Isso está me deixando maluca!

Foram muitos minutos de viagem. O taxi chega em uma estrada que em sua lados é cheio de árvores. Com um ar completamente sombrio. Pronto! Esse é meu fim. Ele para o carro. Levanto a cabeça lentamente, assustada.

— Já chegamos? — pergunto.

— Sim, senhorita. Esse é o lugar que você me indicou — fico indecisa entre descer ou não. É lugar estranho e desconhecido. Não sei o que pode me passar aqui. E o motorista parece não estar nem ai! O pago, agradeço e saio do carro.

O vento frio bate contra mim. Esqueci de trazer meu casaco! Sou dístraida demais... Esse assunto me deixa mais distraída do que já sou normalmente. Vou andando lentamente, olhando para os lados. Eu estou com muito medo. Não há ninguém ao redor. E não passa nenhum carro por aqui. Não deveria ter vindo. Não deveria ter procurado saber sobre isso. Não deveria ter escutado a ligação da minha mãe! Por que eu tenho que ser tão curiosa? Isso me deixa estressada. Me odeio tanto por isso! Agora não tem como eu desistir e voltar para casa.

Ouço passos lentos atrás de mim. Por que teria mais alguém andando por aqui a essa hora da noite? Olho para trás. Um homem vestido de preto, com uma cara séria. Ele está vindo em minha direção. Da direção dele, sinto um cheiro ruim, que não sei como explicar, só sei que cheira a desespero... Começo a andar um pouco mais rápido, mas ouço seus passos pesados também aumentarem sua velocidade. Isso confirma que ele quer algo comigo.

Começo a correr o mais rápido que consigo. Meu coração acelera. Uma adrenalina ruim percorre pelo meu corpo. Coloco a mão no me bolso segurando meu celular, aperto o botão de ligar três vezes seguidas, para enviar uma mensagem SOS para o Christopher. Ele um tempo atrás me disse que seria muito útil e eu duvidei. Agora espero que realmente seja útil. Espero que envie, já que não sei se aqui tem sinal.

Começo a cansar, meus pés e pernas doem, mas continuo correndo. Não adianta muito pois, não tenho mais forças e minha velocidade diminui. Aquele cara havia me alcançado. Ele me prende por trás. Pego meu spray de pimenta no bolso e o espirro no rosto do estranho, mas não sei se adiantou algo. Ele coloca um tecido com uma substância estranha em meu rosto, tampando minha boca e nariz. Meus olhos se arregalam mas, logo depois eles começam a fechar lentamente.

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~Notas~

Quem quer dar um tapa na S/n por ter saído a meia-noite de casa?

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