Não quero estragar a noite... de vocês.

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Nem se ela estivesse encostado em um fio desencapado de eletricidade sentiria tamanha descarga elétrica em seu corpo

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Nem se ela estivesse encostado em um fio desencapado de eletricidade sentiria tamanha descarga elétrica em seu corpo. E com ele não era diferente.

E então assim como fora iniciado o beijo terminou.

Noah e Any abriram os olhos ainda sem se afastar e se encararam.

Ela corou terrivelmente enquanto ele parecia querer esconder um sorriso malicioso.

-An an. - Joshua limpou a garganta - Annn, creio que o tabelião tenha muitos assuntos para tratar ainda hoje. Eu já estou de saída, gostaria que eu lhe acompanhasse até a porta? - ele perguntou em um despacho evidente.

-Sim, você tem razão meu jovem. Foi um prazer Senhor. - estendo a mão para Noah, que relutante se afastou de Any e apertou a mão do velho - Senhora. - beijando gentilmente a mão de Any.

Senhora... Any com certeza teria caído na gargalhada se não fosse seu rosto queimando absurdamente.

-Bom, - Joalin disse com um sorriso insinuante - também vou indo. Não quero estragar a noite... de vocês.

Abraçou Any com força e sussurrou um "boa sorte" em seu ouvido.

-Quer que eu... - ela interrompeu Noah.

-Não precisa, eu lembro o caminho até a porta. Obrigada. Boa noite. - ela disse lhe dando um abraço meio desengonçado.

O silêncio incomodo, fazia o barulho do salto de Joalin parecer extremamente alto, até a porta finalmente bater, anunciando que Joalin já havia saído, e que agora restava só a eles na imensa casa.

Eles trocaram um olhar envergonhado em meio ao silêncio e então Any foi a primeira a se pronunciar.

-Onde deixo minhas coisas?

-Oh, sim, claro. Onde estão suas malas?

-Lá fora. - ela disse fazendo uma careta.

-Tudo bem, eu te mostro seu quarto, e enquanto toma banho eu pego as suas malas pra você, e então você se arruma. - ele disse quase que somente para ele ouvir.

-Me arrumar para quê?

-Vamos sair para jantar. Comemorar nosso casamento. - ele disse irônico - E se dermos sorte, encontramos algum fotógrafo para tirar fotos que estampem as revistas de amanhã.

Any engoliu em seco.

Oh sim, claro, aparecer em revistas. Quem nunca fez isso? É tão normal e natural!

Ela quase gritou. Não conseguia acreditar no que sua vida se tornará. Não mesmo.

-Venha, me siga. - ele disse começando a caminha.

"Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficará tudo bem." - ela disse a si mesma enquanto subia as escadas logo atrás de Noah.

Após uma pequena familiarização com a casa, Any enfim entrou no banho. Dispensando a banheira, preferiu o chuveiro, admitindo que tudo naquela casa era extremamente grande e luxuoso.

Cuidando para não molhar as cabelos, ela tomou um bom banho quente e secou seu corpo com a toalha aveludada branca.

Abriu a porta com cuidado, e como Noah prometerá lá estavam suas malas à sua espera.

Pintando bem o olho com delineador e rímel, optou por um blush fraco e um batom meio rosado.

Quanto a roupa, não teve o que escolher, afinal a variedade se resumia em um vestido florido de verão, e outro mais longo vermelho e tomara que caia. O tradicional sapato preto de salto, lhe fez parecer bastante apresentável, para uma capa de revista.

Soltou os cabelos, escovando-os com delicadeza e foi em direção a porta.

Já estava no final da escada quando Noah pareceu sentir sua presença e se virou apressado.

O olhar faminto lhe varreu o corpo, guardando cada curva acentuada na memória, e quando os olhares finalmente se encontraram, ele sorriu travesso.

-Nunca conheci mulher alguma que fosse tão pontual!

-Prazer. - ela disse sorrindo sem jeito.

-Vamos? - ele disse apontando para a porta.

Ela assentiu o seguindo.

O esportivo vermelho já estava a espera deles do lado de fora da casa.

Entrando pela primeira vez em um carro tão caro, ela não pode deixar de notar o conforto.

Não ousou olhar para Noah ou falar com ele durante todo o trajeto.

Por algum motivo ficar perto de Noah a deixava encabulada.

Talvez fosse pela forme como ele a olhava. Talvez fosse por sua tremenda cara de pau... ou talvez ainda por sua doce ironia que lhe atormentava.

A única coisa que ela tinha certeza era que teria que conviver 6 meses com aquele homem. Gostando ou não.

O carro finalmente parou despertando-a de seus pensamentos, e ele a convidou com a voz um tanto rouca.

-Vamos querida?

-Vamos querida?

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