A casa é minha!

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Noah estacionou o carro e desceu afroxando a gravata

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Noah estacionou o carro e desceu afroxando a gravata. O dia tinha sido difícil e desde de o café não tinha posto nada na barriga.

Os boatos e perguntas sobre o seu casamento não fez as coisas melhorarem, e sua paciência já tinha se esgotado.

Pensou em ligar para saber como Any estava durante o dia, mas como ela mesmo havia dito, aquilo era um casamento de mentira, e esse tipo de coisa só era feita em casamentos de verdade.

Abriu a porta e sentiu a casa perfumada.

Logo reconheceu que era o cheiro de Any.

Virou-se para trancar a porta e só então percebeu um vaso de flor. Um vaso que não estava ali antes, e que não era para estar ali.

Flores lembravam enterro, e enterro lembrava seus pais.

Ele bufou sem um pingo de paciência.

-Nono? É você? - a voz animada dela vinha da cozinha - Venha, preparei o jantar.

Ele respirou fundo caminhando em direção a cozinha.

Pela primeira vez, depois de muito tempo alguém lhe esperava para jantar.

Any estava com o cabelo preso em um coque, estava vindo em sua direção, com os seus grandes olhos castanhos brilhando de alegria.

-Espero que goste de panqueca. - ela disse pegando sua mão e o puxando para a cozinha. - Queria agradecer por ontem. Foi muito gentil. - ela disse sorrindo - Hoje, aproveitei o dia para me familiarizar com a casa e meio que tentei dar um pouco de vida a ela. Estava tão escura e fria. Espero que não se importe.

O que ela queria dizer com dar vida? - ele se perguntou.

-Onde prefere se sentar? - ela perguntou quando chegaram a cozinha.

Noah não respondeu, estava ocupado olhando para a "vida" de Any.

-O que significa isso? - ele perguntou franzindo o cenho.

A cozinha estava repleta de flores. Uma na janela, outra em cima da geladeira, outra plantinha no chão...

-Isso o quê?

-Esse mato todo na minha casa. - ele disse sério sem alterar a voz.

Any puxou a mão como se alguém tivesse lhe dado uma chibatada.

-Oh, a casa estava tão sem cor e eu não tinha nada para fazer. Espero que não se importe e...

-Eu me importo. - ele a cortou.

-É que bom... eu as acho tão bonitas e delicadas, e pensei que... - ele a cortou de novo.

-Eu não gosto delas, só servem para atrair bichos.

-Oh, quanto a isso não se preocupe, eu posso cuidar para que isso não aconteça. Eu pensei que você... - ele a cortou mais uma vez.

-O que você não pensou é que a casa é minha e que antes de sair mudando as coisas, tem que falar comigo. Não gosto de flores... - ele declarou.

Naquele momento ela teve certeza de que se lhe tivessem arrancado um dedo, não doeria tanto.

Alguns segundos de silêncio se passaram até ela se pronunciar.

-Você tem razão. - ela disse olhando para todos os lados menos para os olhos dele - Você está coberto de razão. Pode apostar que a partir de hoje, vou ficar no meu lugar. - ela disse ressentida - Amanhã mesmo retirarei todas as flores. - ela prometeu - O seu jantar está servido.

Ela anunciou se retirando da cozinha.

-Escuta Elly... - Noah disse parando na frente dela e a olhando nos olhos, arrependido.

-Aproveite seu jantar Noah. - ela disse fazendo a volta nele e saindo quase correndo da cozinha.

Noah soltou um palavrão baixinho.

Agora os grandes olhos castanhos de Any não brilhavam mais de alegria. Nem se quer brilhavam.

Ele respirou fundo e olhou para mesa posta.

Pratos, copos, talheres, tudo em seu devido lugar e uma vaso pequeno e delicado no centro da mesa com três rosas vermelhas dentro.

Um nó na garganta quase lhe enforcou e ele precisou engolir seco.

Ele realmente era um idiota.

Noah me decepcionou, tadinha da minha pitica

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Noah me decepcionou, tadinha da minha pitica.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora