Você é muito má.

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-Any? - Noah gritou largando a maleta no sofá

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-Any? - Noah gritou largando a maleta no sofá.

-Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.

Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.

Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Any. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Any. Ele sorriu contente.

-Noah! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.

-Hmm?

-Perguntei se você está bem.

-Estou. - ele respondeu confiante.

-Ótimo, então por que não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?

O sorriso dele aumentou.

Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.

-Você é muito má. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.

-Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento.

-Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dele entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.

Noah soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.

-Você me sujou com areia?

-Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos - Isso não é areia.

- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora.

-Um tipo de fertilizante.

-Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas.

- Isso.

-Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.

-Sim. De vegetais apodrecidos.

Sim ela era muito má.

-Eu vou contar até dez Any. Um... Dois...

Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.

Quando Noah finalmente gritou o "dez", ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.

 E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama

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