Desde muitos anos antes dos acontecimentos em"Divergente" a Erudição já possuía formas de eliminar todo e qualquer divergente. Pietra Foxworth, grande mente por trás de muitos dos planos dessa facção, descobre, ao fazer 16 anos, que é uma divergente...
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não complica falando essa merda. só vai me afastar, é isso. você não tem vergonha? você está louco.
- Friends, Marshmello
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O quarto parecia mais escuro, e Julietta parecia ainda mais assustadora do que das últimas vezes, Pietra estava encurralada como antes, e o medo havia tomado conta de seu corpo. Ela estava consciente, ela sabia que nada era real, mas a única coisa que vinha em sua cabeça era o fato do monstro que assombrou toda sua infância estar ali, bem na sua frente.
Apenas abra a porta.
A voz de Amah ecoou em sua mente, e ela respirou fundo. Dessa vez, quando a arma veio em sua direção ela se abaixou segundos antes daquela barra de metal atingir seu rosto. Tentou se arrastar até a porta mas a mulher segurou em seu tornozelo a arrastando de volta para aquele canto escuro.
— Onde pensa que vai? — disse com sua voz aguda e uma risada estridente.
Pietra usou a perna livre para chutar a garganta dela e se soltar. Se impulsou para cima e sentiu o pé de cabra atingir a parte de trás de sua coxa, o que a fez grunhir de dor.
— Volte aqui, querida.
Pietra pegou a cadeira de sua escrivaninha e jogou encima de Julietta que caiu no chão. A inicianda ainda podia sentir a dor em sua coxa, mas se apoiou na maçaneta da porta e a abriu segundos antes de Julietta pular encima dela e sumir como pó.
De repente o quarto estava vazio outra vez; era dia e Pietra podia ouvir vozes vindo da cozinha; gritos, na verdade. Ela conhecia muito bem esses gritos, eram seus pais. Mais especificamente seu pai, tentando justificar o motivo de ter chegado em casa de manhã.
Pietra caminhou até o fim do corredor chegando na cozinha, onde os dois berravam um com o outro. Naquela época sua mãe ainda parecia sua mãe: os cabelos castanhos brilhavam, seu corpo era avantajado, seus olhos tinham vida. Fazia anos que Pietra não via aquela mulher; aquela mulher forte, com sua voz grave, que gritava a plenos pulmões e não se deixava ser enganada. Não deixava que um homem qualquer destruísse sua dignidade.
