Alguém como você

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O coração de Peter se apertou no instante em que o justiceiro havia dito aquela frase e, atordoado, sentiu o tempo parar.

Tinham o descoberto.

Sabiam sua identidade.

Sabiam que Peter Parker era o Homem Aranha.

Levantou os olhos ao homem em sua frente que permanecia sério, com uma expressão fodidamente congelada.

A raiva percorreu por todo seu corpo como se o rasgasse, ardendo e queimando sua pele. Seu coração e sua respiração aceleraram e, por mais ofegante que estivesse, sentia que não capturava oxigênio o suficiente.

Não conseguia pensar. 

Não conseguia refletir.

Sentiu seu corpo tremer, seus músculos tencionarem, seus braços repuxarem e seus punhos apertarem. A adrenalina queimou seu peito com a sua vontade de socar aquele filho da puta.

Sabia que Demolidor estava ali para ajuda-lo.

Mas a necessidade de alívio era forte demais.

Cerrou os dentes e seus dedos estralaram devido a força exercida sobre eles. Seu corpo agiu no automático e o movimento saiu rápido demais. Já estava prestes a acertar um soco no rosto de Demolidor, quando tudo o que pôde fazer foi desviar seu pulso à parede ao seu lado, que cedeu à sua força, derrubando o muro por completo, abrindo um buraco no edifício ao lado.

Sentiu o punho doer e sua cabeça latejar, mas seu sangue ainda estava fervendo, e sua raiva não havia dissipado.

Sua mochila caiu e se virou mais do que depressa ao justiceiro que estava atento em qualquer que fosse seus movimentos. 

Seu corpo agiu rapidamente e logo prensou o Demolidor contra a parede pelo pescoço. Não o enforcava, apesar de realmente desejar. Não o machucava, apesar de realmente desejar. Apenas o apertava contra a parede.

― Minha tia. ― Peter começou, com um tom enfurecido. ― Garanta a segurança da minha tia!

Notou que o justiceiro semicerrava os dentes.

Okay, talvez tivesse o machucado com a força que aplicou sobre ele contra a parede.

― Eu… te... garanto. ― apesar do tom meio abafado pela pressão, seu tom veio tão calmo que provocou um estado breve de tranquilidade.

Peter se desfez da força no corpo do justiceiro, deixando-o de volta ao chão, e abaixou a cabeça, mantendo-a entre os braços esticados e apoiados na parede. Sentia-se tonto pela fúria que havia sentido.

― Eu não quero que você se machuque, muito menos alguém querido para você. ― o justiceiro comentou, passando a mão sobre o pescoço e aclarando a garganta.

Soltou a respiração que só agora notou que havia prendido. Estava ofegante.

― Está tudo bem. ― Demolidor sussurrou calmamente. ― Foi a minha habilidade que me permitiu tal feito, você não foi descuidado.

Peter fechou os olhos e os punhos, e buscou se tranquilizar, respirando fundo, mas trêmulo devido ao pânico que sentiu pela possibilidade de May estar em perigo.

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