Time vermelho

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Peter estava deitado em sua cama, se perdendo na sensação gélida dos seus dedos, enquanto esperava o gelo agir sobre o hematoma escurecido no lado esquerdo do seu abdômen. Já havia tomado os remédios graças à receita recebida pelo raspão do projétil em seu braço, então o machucado em sua barriga já não doía mais, embora continuasse inchado. Deadpool era realmente muito forte, ainda mais do que aparentava ser com aquela pilha de músculos. Sua sorte foi a cotovelada não ter acertado diretamente sua costela, se não ela estaria quebrada agora.

Seu celular vibrou e, curioso por se tratar de um aparelho quase aposentado quanto à essa função, viu um número desconhecido chamá-lo. Seu instinto o fez atender.

— Alô? — atendeu receoso.

— Peter. — Peter franziu o cenho ao reconhecer aquela voz.

— Matthew?! — exclamou surpreso, olhando novamente a tela do seu celular. — Como você descobriu o meu número?

— Não é difícil descobrir números hoje em dia. — o homem banalizou. — Está em casa?

— Estou… — respondeu receoso. — Por quê?

— Prefere que eu entre pela porta ou pela janela?

— Como é?! — perguntou atônito. — Ai meu Deus, você tá trajado? Se sim, vem pela janela! Tia May vai surtar se ver um cara de chifres na porta de casa.

— Imaginei mesmo. — Demolidor respondeu, já cacarejado sobre a janela do seu quarto, fazendo Peter pular de susto e jogar o gelo em sua direção. Matt apenas desviou o rosto, evitando a colisão. O saco de gelo caiu pela janela.

— Você tá maluco?! — Peter tinha seus olhos arregalados, vendo o homem entrar naturalmente seu quarto, como se fosse o dono dali.

— Acho que você ia precisar mais um pouco daquele gelo. — Matthew o ignorou, fazendo o mais novo semicerrar os olhos. — Parece que Deadpool fez um estrago aí. — comentou perspicaz.

— Ahh, nem me fale. — suspirou, se sentando. — Não sabia que ele era tão forte.

Peter escorou sobre a cabeceira, passando os dedos sobre o hematoma gelado. Estava relaxando, até que a cena do dia anterior bombardeou sua mente, trazendo a sensação macia dos lábios de Wade. Sentiu seu corpo corar dos pés à cabeça, agradecendo mentalmente por Matt não conseguir vê-lo.

— Por que você está com vergonha? — o justiceiro perguntou de repente, fazendo Peter engasgar.

Tinha esquecido completamente da habilidade do mais velho de compreender reações corporais.

— N—Não tô com vergonha não, é impressão sua! — Peter gaguejou, fazendo uma careta por não ter sido nada convincente.

Matt ficou em silêncio, provavelmente analisando a situação.

— Ei, você não precisa ficar com vergonha sobre sua orientação sexual. — tentou dizer amigavelmente, fazendo Peter morder a língua devido o constrangimento. — Eu respeito.

— Eu não estou com vergonha da minha orientação sexual!! — apertou o cobertor entre os dedos.

— Eu só não entendo. — Matt continuou. — O Deadpool?

— O que tem ele? — perguntou entredentes.

— Você realmente gosta dele? — insistiu.

Peter tossiu a seco, nervoso, engasgando com a própria saliva. Até precisou dar umas batidas no próprio peito para desengasgar e tomar forças para mudar o assunto.

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