Capítulo 17

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Boa leitura <3

CAPITULO 17

Sebastian avistou a traseira do cavalo do novo ajudante apenas três minutos depois que saiu atrás do mesmo. Reduziu o galope a um trote e resolveu segui-lo mais silenciosamente.

À frente, notou que o rapaz emparelhava com a égua de Charlotte e que havia estendido o braço para ela, falando algo que a distância o impediu de entender. Sebastian fez menção de incitar seu cavalo a correr, para resgatá-la se fosse necessário. Mas Charlotte respondeu ao rapaz como se o conhecesse, em seguida ele falou algo e ela replicou, olhando para os lados e procurando por expectadores. Quando não viu nenhum, apontou para a entrada do bosque e os dois seguiram para lá.

Sebastian decidiu apear e amarrar seu cavalo em uma árvore que margeava o bosque, há uma distância segura dos dois. E depois seguiu a pé para onde haviam parado. Charlotte desceu sozinha de sua montaria, mas não amarrou-a. O rapaz amarrou a dele e virou-se para ela, tentando se aproximar, mas ela falou algo que o fez parar onde estava.

Conversaram por menos de cinco minutos, até que o cavalariço se aproximou dela, hesitante. Sebastian não pôde ver o rosto dela, pois ele estava na frente, mas aparentemente dessa vez ela não o tinha afastado. Sentiu as narinas dilatarem ao anteceder o que aconteceria. Sua respiração ficou rasa e um mal-estar físico e doloroso apertou seu peito enquanto assistia o rapaz cruzar toda a distância até Charlotte e beijá-la.

Sebastian se virou imediatamente, não conseguindo assistir. Caminhou pesadamente até seu cavalo, metade de si lutando para sair dali, a outra metade lutando contra a vontade de ir até lá e partir o moleque ao meio.

Levou a mão até o coldre da arma. Não. Não a usaria. Sentiria o prazer de espancá-lo apenas com as mãos. Deu meia volta. Eles estavam conversando, não mais se beijando, mas ainda assim Charlotte não saíra de lá. E a parte racional de seu cérebro lhe dizia que se o moleque havia tomado aquelas liberdades, era porque ela havia dado abertura para tal. Ela queria estar ali. O que ela não queria, desde o início, era se casar com ele, lembrou-se.

Maldição! Ele mesmo a havia incitado a ter um amante. Por que diabos estava furioso com aquilo?

Voltou-se para seu cavalo, montando tão rapidamente sobre a sela que esqueceu de sustentar-se mais no braço esquerdo e acabou erguendo-se com os dois. Uma ardência na ferida do braço esquerdo o avisou que ela provavelmente havia se aberto.

A dor não foi de todo desagradável, já que o desfocou por alguns instantes do que ele acabara de ver. Esses instantes foram o suficiente para o fazerem galopar em direção à casa, sem olhar para trás.

...

Charlotte ia até a doceria de Diana, na cidade, encomendar-lhe uma centena de doces para que ela comesse durante a viagem. Queria levar alguns para Melinda, é claro, mas como sua viagem seria solitária, era provável que acabasse comendo todos no caminho. Também tentaria sondar Diana para saber a respeito dos doces preferidos do duque, quais ele mais encomendava. Aquele pensamento havia conseguido tirar um sorriso de seu rosto, apesar de seu humor ter se amuado por ter visto Richard alguns minutos atrás quando ele fora levar Dalila até ela.

Bastardo. Sabia que ela não havia posto os pés nos estábulos por causa dele desde que chegara, e ainda tinha a audácia de levar-lhe a égua até o pátio e pedir para ajudá-la a montar.

Perdida nos irritantes pensamentos, Charlotte não notou que um cavalo havia a alcançado e que agora emparelhava com Dalila. Assustou-se a princípio, mas quando olhou para o cavaleiro logo seu medo transformou-se em irritação.

– Charlotte, pare o cavalo, por favor – implorou Richard, ao lado dela. – Precisamos conversar, por favor!

– Não. Me deixe em paz!

Casamento com o Duque (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora