Uma semana depois...
- É um saco ficar aqui dentro. já estou entediada!
- Humm...
- Você não fica entediado?
- Talvez um pouco, mas não ao ponto de dizer isso a cada meia hora.
- Engraçadinho. Diz isso por que já estava acostumado a passar o dia no quarto com a desculpa de estar estudando.
- Não eram desculpas! Você acha que ganhei uma bolsa integral fingindo que estava?
- Que seja, você tem um vida muito chata.
- Tinha né? Agora o que tenho de enfrentar não tem nada de chato!
- A que se refere?
- As responsabilidades pirralha. São tantas que nem sei se sou capaz.
- É Claro que é capaz! Não pense negativamente.
- O Will e a sua amiga mandaram um abraço, por mensagem. - mostrou o celular brevemente. - Disseram que pararam de interrogá-los sobre você. Ao que parece a fúria das mães deles foram suficientes pra provar que não sabem de nada.
- Nem quero imaginar o que o Will tá passando, a tia sabe ser severa e sabe também que o Will é capaz de qualquer coisa pra me ajudar.
- Ah é? São namorados ou algo do tipo?
- É claro que não! Eu e aquele cabelo de fogo somos amigos demais pra rolar qualquer outra coisa e você nem deveria me perguntar dessas coisas, sei muito bem que você é bv.
- Ah tá e você é uma especialista no assunto agora?
- Negue se puder!
-Nao vou perder meu tempo com você.
- Ok - Aline riu ao observar seu irmão deixar o sofá e ir até o fogão olhar as panelas, o jantar estava próximo .
- E então, você ainda tem pensado no lance de ir pra outra cidade?
- Não posso dizer que não. Só ainda não sei como fazer. Se te pegarem comigo, não terei nenhuma chance de conseguir sua tutela nem nessa vida nem noutra.
- Será que fiz besteira fugindo?
- Fez sim, mas foi melhor. Ninguém sabe o que teria acontecido na volta ao abrigo.
- Mas e agora?
- Não se preocupe demais. Daremos um jeito, não é você quem sempre diz isso?
- Mas de rocha, você não tem nenhum amigo em quem possa confiar?
- Não. Não tenho. Mas se isso resolvesse, você estaria bem. O que seus amigos podem fazer por você? Nada!
- Não depende deles.
Eric ouviu a vibração do celular
- Mensagem? - Se adiantou Aline.
- É. - O seu rosto parecia tenso. - Parece que temos uma saída afinal.
- O que é?
- A tia Maria soube do seu sumiço e decidiu que quer ficar com você.
- O que? - Aline pulou da cama. - Nem consigo acreditar! Será que é um truque Eric?
- Não sabemos. Mas ela foi pessoalmente na casa do Will procurar por você.
- Como saberemos que está dizendo a verdade?
- Eu sei como. Vou dizer o Will pra pedir o documento que comprova que ela será responsável por você.
- A tutela?
- Acho que ainda não. Mas já é alguma coisa. Talvez ganhemos o tempo de que precisamos.
- Seu aniversário ainda é mês que vem.
- Mais longe já esteve. Precisamos considerar a tia Maria.
- Está bem. Mas precisamos também armar um jeito de parecer que eu não estava com você.
- Essa é a parte difícil. Precisaria de cobertura e isso colocaria seus amigos em mals lençóis.
- É pra isso que servem os amigos!
- Você que sabe. O jantar está pronto. Como não temos mesa pra servir, vá em frente.
- Tá, estou faminta. Principalmente agora que tô botando o cérebro pra trabalhar duro.
- Cuidado pra não sofrer uma pane.
- Deus me livre! Agora só preciso de boas ideias!- serviu seu prato e seguiu pro sofá sentando ao lado de Eric. - Tá com uma cara ótima sua comida.
- Desculpe não ter salada, já acabou tudo.
- Não tem problema! Quem Precisa de salada tenho uma comidinha dessas, esse macarrão então, tá divino
- Sei!
- E você, devia comer mais, está muito magrelo, nem parece que já está chegando os 18 anos !
- Tá falando isso porque você é gordinha.
- Não sou gordinha coisa nenhuma! Só tenho pernas grossas.
- E braços também!
- Não exagera. Meus braços são roliços, só isso, melhor que esses seus gravetos.
- Porque não admite logo que é gorda e acaba com isso?
Aline largou o prato no sofá furiosa. Ficou de frente pro irmão e ergueu sua camiseta.
- Tá vendo gordura na minha barriga?!
Realmente não havia gordura acumulada na barriga dela, era tão reta quanto uma tábua e seu umbigo muito bem ajustado, nem fundo, nem estufado.
Eric apenas riu. Era divertido tirar sua irmã do sério.
- A louça fica por sua conta hoje.
- Ah é? Porque?
- Bom, é você quem reclama de tédio o tempo todo, só tô te dando com que se ocupar!
- Hahaha! - Aline fez cara feia, mas não desobedeceu. Era bom mesmo ter o que fazer pra variar.
Enquanto Eric levou o lixo fora, ela se trocou, embora não visse problema algum, percebeu que ele realmente se incomodava de vê-la trocar de roupa.
Quando ele voltou ela estava deitada no sofá.
- O que faz aí?
- Revezamento. Você deve estar precisando.
- Não estou não. Sai do meu lugar pirralha!
- De jeito nenhum! - Enterrou a cara no sofá disposta a ficar. Eric a pegou nos braços e jogou na cama.
- Aí!!! Você é muito chato!
- Não mais que você irmãzinha!
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Órfãos
RomanceEssa obra conta a vida de 2 órfãos praticamente sem familiares e interdependentes. Envolve amizades, paixões, segredos. Enfim, espero que Eric e Aline chamem muito a sua atenção à sua história. Boa leitura 😘