Alguém tem o manual de como puxar assunto?

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Capítulo 20

— O que aconteceu, mano? — Jeferson espirra. — Te desafiaram a mergulhar em uma piscina de perfume? — espirra novamente.

— Não tenho culpa que você é alérgico a perfume! — digo meio ofendido. Está mesmo exagerado ou é só a alergia dele falando?

— Parece que você está preparado para impressionar alguém. — limpa algumas lágrimas que estão escorrendo pelo seu rosto. Preciso sair antes que eu o mate de espirrar! — Por acaso vai sair com alguém? — espirra mais uma vez. — Mas você não ia dar aula para a Ana hoje... — ele para de falar e abre um sorriso.

— Não começa, Jeferson! — digo sério.

— Momento de amor!!! — finge que está falando em um microfone e segurando uma carta. Fala com uma voz sedutora. — De André para Ana. Ana, desde o dia que comecei a te dar aulas me apaixonei por...

— Tchau! — vou em direção a porta.

— Volta! Não terminei de ler a sua cartinha! Meu programa de rádio é... — de repente ele começa a ter uma crise de espirro. Sorrio, não me sinto mais culpado pelo perfume.

Quando chego na casa da Ana já estou decidido que vou resolver o mal-entendido entre nós.
Mas quando a porta se abre...
Quem é essa?
A Ana está vestindo um conjunto de moletom, pantufas e o cabelo está meio preso.
Como eu sei que não é a Ana?
O olhar dela... parece tão desanimada!

— Quem é você? — a encaro.

— Sou a Ana. — a voz dela é baixa e monótona.

— Sei! — dou um sorriso irônico. — Então... quem sou eu?

— Eu... — me analisa por alguns instantes. — Não faço ideia.

— Vai me dizer quem é você?

— Já disse que sou a Ana. — ela explica em uma voz tranquila. — Não tenho motivos para mentir. Quer ver meu RG?

Levanto as sobrancelhas, nunca esperei ouvir isso.
Se ela pegar o RG o que eu faço? Porque ela também é a Ana!
Respiro fundo e a encaro profundamente.

— Para estar mentindo assim... É a Nicole ou a Brisa? — finalmente vejo alguma expressão nela! Ela levanta um pouco o queixo e me encara pela primeira vez.

— Você sabe sobre o TDI. — faço que sim com a cabeça.

— Meu nome é André. — dou um sorriso, ela continua séria. — Vai me dizer o seu nome? E por favor, não fale que é Ana.

— Eu não tenho um nome... — responde do mesmo jeito calmo. A olho confuso. — Acho meio bobo criar um nome para fingir que sou outra pessoa. No final... somos todas a Ana, não é?

— Acho que sim. — não sei o que fazer para conhecê-la. Ela não me dá abertura nenhuma. — Hum... A Ana me espera todos os dias nesse horário. Posso entrar?

— Você deixaria um desconhecido entrar na sua casa? — colocando desse jeito... não, né?!

— Eu dou aulas particulares para a Ana. Se quiser pode ligar para a Raquel e confirmar!

— Vou confirmar. — fecha a porta na minha cara.

O que foi isso?
Depois de algum tempo ela volta com algo na mão.

— Você disse que seu nome é André? — confirmo com a cabeça. — Vi um desenho seu que a personalidade infantil fez. — me mostra um post-it. — Aqui diz que suas aulas começam às 18:00 horas. Também vi uma foto sua na rede social da personalidade adolescente. — ela realmente foi confirmar! — Pode entrar.

Minhas 8 NamoradasOnde histórias criam vida. Descubra agora